O Gerês nunca deixa de nos fascinar. Há sempre um recanto, uma paisagem, um vestígio de tempos de antanho. E há sempre um motivo para regressar. As 7 lagoas do Gerês, assim conhecidas, muito embora não seja bem o nome oficial, são um desses casos. É uma viagem obrigatória e da qual não se vai arrepender.
Como é normal, o Gerês, pelo menos no lado português, é uma explosão de verde, de repuxos e águas a correr por todo o lado, mesmo que só se ouçam.
O trilho montanhoso que nos leva até às 7 lagoas do Gerês é também uma oportunidade para se entranhar nas serranias circundantes e conhecer em profundidade o único parque natural do país.
As 7 lagoas do Gerês, também conhecidas como os Poços Verdes do Sabroso, ficam relativamente próximas da aldeia de Xertelo, o lugar mais elevado da região de Cabril, já no concelho de Montalegre.
7 lagoas do Gerês: um segredo nas serranias
É um extraordinário vestígio das antigas aldeias comunitárias que pululavam um pouco por todo o Gerês e que, entretanto, foram desaparecendo.
Localizada a 700 metros de altitude, a aldeia de Xertelo tem muito poucos habitantes e já bastante idosos. Contudo, a quantidade de gente que passa por ali a caminho das lagoas sempre traz alguma animação ao lugar.
As tradicionais casas em granito, a obrigatória capela, o cruzeiro, o fojo do lobo ou o belíssimo moinho, são algumas das atrações que deve conhecer antes de pôr pés ao caminho pelo estradão de montanha que o levará até ao nosso destino.
Conte com uns bons 45 minutos de caminho até chegar às 7 lagoas do Gerês. No entanto, não pense que será tempo perdido. O caminho é absolutamente esplendoroso, lado a lado com o vale que afunila rumo ao rio Cabril.
Ao longo da jornada vai com toda a certeza observar coisas que não se vêem todo os dias. Falamos de aves de rapina a pairar nos ceús ou garranos (os célebres cavalos selvagens) a pastarem no meio do gado doméstico.
Águas cristalinas
Depois sim, vai chegar às fantásticas 7 lagoas do Gerês, com origem numa presa que. libertando a água em suaves cascatas, pelo caminho vai enchendo diversos poços, ideais para um mergulho ou para se refrescar após uma caminhada que não é de todo simples.
As águas cristalinas, se bem que um nadinha frias, são verdadeiramente retemperadoras e até os nomes que lhes foram dados refletem uma jornada completa de bem-estar. Assim, de acordo com o declive as lagoas chamam-se, sucessivamente, Nadar, Relaxar, Meditar, Desfrutar, Usufruir, Cuidar e Revigorar. Fantástico, não?
Agora, alguns conselhos. Ao fazer esta visita no verão, não se esqueça que levar algo parecido com um guarda-sol (há poucas sombras), é obrigatório o protetor solar (o sol quando empina no Gerês pode ser bem forte), leve muita água e calçado confortável. Se for no inverno, agasalhe-se, que o frio também pode apertar, e bem, por aquelas zonas.
Não se esqueça ainda de trazer contigo todo o lixo que fizer. O parque natural agradece.
Cascata do Arado ali perto
Se já conhece as 7 lagoas do Gerês, ou tem tempo disponível, outra visita que não deve perder é a Cascata do Arado. Fica a poucos quilómetros da aldeia de Fafião, que por sua vez fica próxima da aldeia de Xertelo de que já falamos.
Trata-se de uma cascata com mais de 40 metros, num rio que é muito frequentado pelos amantes de desportos náuticos mais radicais.
Não obstante atingir a sua plenitude entre o fim do inverno e o início da primavera, a Cascata do Arado pode ser admirada a partir de um miradouro sobranceiro. Ou então pode aceder às cascata propriamente dita, cruzando a antiga ponte rumo aos poços de água para um belíssimo mergulho.
No entanto, há que deixar aqui uma última nota: há mais cascatas nas imediações, mas convém que tenha sempre o máximo cuidado na zona e não se aventure para lá do que é aconselhável. Há registo de vários acidentes, alguns deles com desfechos lamentáveis. Por isso, não facilite nunca.