Share the post "A exigência do regresso ao escritório: flexibilidade vs pressão corporativa"
Nos últimos anos, o mundo do trabalho passou por uma verdadeira revolução. Entre avanços tecnológicos, mudanças culturais e uma pandemia que redefiniu as prioridades, o modelo tradicional de trabalho presencial deu lugar a práticas mais flexíveis, como o trabalho remoto e híbrido. No entanto, em 2025, muitas empresas estão a pressionar para o retorno total ao escritório, gerando um debate entre flexibilidade e produtividade.
A evolução dos modelos de trabalho
O conceito de work-life balance deu lugar a abordagens mais integradas, como o work-life integration e o work-life blended. Este último tornou-se um modelo de referência, propondo uma fusão contínua entre trabalho e vida pessoal. A ideia é simples: permitir que as pessoas adaptem as suas rotinas às necessidades do momento, maximizando o equilíbrio entre o profissional e o pessoal.
A pressão pelo retorno presencial
Apesar das vantagens trazidas pelo trabalho remoto, muitas organizações argumentam que a presença física é essencial para manter a colaboração, a cultura organizacional e a inovação. A ideia de “recuperar o que foi perdido” durante o trabalho remoto é muitas vezes o principal motivo para esta insistência no regresso ao escritório.
Por outro lado, os trabalhadores, especialmente as gerações mais jovens, como os millennials e a geração Z, resistem à ideia de voltar aos modelos tradicionais. Segundo dados da Robert Walters, 61% dos millennials e 55% da geração Z preferem modelos híbridos ou totalmente remotos. Este conflito revela uma incompatibilidade entre as expectativas dos trabalhadores e as estratégias das empresas.
A flexibilidade como chave para o futuro
A flexibilidade não é apenas uma preferência, mas uma vantagem competitiva para as empresas que procuram atrair e reter talentos. Organizações que adotem modelos híbridos – combinando o melhor do trabalho remoto com momentos de colaboração presencial – estarão mais bem preparadas para enfrentar os desafios do mercado atual.
David Ferreira, Country Head da Robert Walters Portugal, destaca a importância de ouvir os trabalhadores: “50% dos colaboradores não se sentem confortáveis com o retorno total ao presencial. É fundamental que as chefias tenham isto em conta para manter a produtividade e a satisfação.”
As empresas que conseguirem integrar colaboração presencial com flexibilidade terão melhores condições para prosperar. A chave está em criar modelos adaptáveis, que respeitem as preferências dos colaboradores e promovam um ambiente de trabalho saudável. Afinal, as mudanças no panorama laboral não são uma ameaça, mas uma oportunidade para inovar e crescer.