Como avaliar se deve aceitar uma proposta de emprego?

Decidir se deve ou não aceitar uma proposta de emprego implica avaliar vários fatores que vão para além do salário. Por isso, é importante que utilize algum do seu tempo para ponderar os prós e os contras antes de dizer o “sim” final.

É natural que se sinta entusiasmado perante uma oferta de emprego, principalmente se esta é o concretizar de uma oportunidade para a qual trabalhou.

No entanto, ao aceitar imediatamente, pode correr o risco de acabar num emprego que não é adequado para si e, desta forma, ter de lidar a frustração de não se sentir realizado profissionalmente e pessoalmente.

Assim, é aconselhável que reserve algum um tempo para avaliar objetivamente a oferta de emprego e perceber se realmente se adequa a si e aos seus objetivos de carreira.

Lembre-se que é importante ver para além do salário, ou seja, verifique cuidadosamente os termos da oferta e avalie como o trabalho afetará a sua vida pessoal. É também recomendável ter em consideração a cultura da empresa e seus valores.

7 pontos a reter para aceitar uma proposta de emprego

Sejam qual forem as circunstâncias, dê tempo a si mesmo para avaliar a proposta de emprego que recebeu.

Mas é importante que seja também realista: nenhuma oferta será totalmente perfeita e poderá ter que fazer algumas cedências, mas seu objetivo final deve ser progredir para uma posição melhor que a atual.

Antes de aceitar a oferta, procure saber mais sobre a empresa e se esta é adequada para si. As redes sociais são uma excelente fonte de informação, principalmente se quiser avaliar a opinião pública acerca da empresa. Também poderá ser útil conversar com alguém que já lá trabalhe.

Reúna o máximo de informações possíveis sobre a reputação, valores, ambiente de trabalho e cultura organizacional.

O salário é para muitos um fator-chave quando se está a equacionar se se deve ou não aceitar uma proposta de emprego.

Saber se este é adequado, implica perceber se é uma remuneração competitiva em relação a outras empresas da mesma área, se será suficiente para cobrir todas as despesas e se está de acordo com o seu nível de experiência, competências e procura pelo seu perfil profissional no mercado de trabalho atual.

Ainda que a remuneração seja boa, antes de aceitar, equacione se esse valor será suficiente face à inflação que tem atingido níveis altíssimos nos últimos dois anos devido à pandemia e, mais recentemente, ao conflito de guerra.

Os benefícios e regalias não se refletem no valor da remuneração, mas podem ajudar na poupança de dinheiro. Por isso, são também um fator a ter em conta antes de aceitar uma proposta de emprego.

Seguros de saúde, dias de férias extras, prémios de desempenho, flexibilidade nos horários, formação, possibilidade de trabalho híbrido, inscrição no ginásio, creche para os filhos, descontos em viagens de férias, divisão de lucros, ajudas de custo, programas de bem-estar, carro, telefone e computador da empresa, são algumas das possibilidades.

É também importante pensar como este novo emprego irá afetar as suas perspetivas de carreira a longo prazo.

Além do salário e benefícios, o potencial de progressão de carreira também o vai ajudar a sentir-se realizado profissionalmente. Assim, as perguntas que deve fazer a si próprio são: este novo emprego vai desafiar-me? Vai permitir o meu crescimento com novas experiências?

Procure conversar com quem trabalha e com quem já trabalhou na empresa. Tente perceber qual é o estilo de liderança das suas potenciais chefias. Também é importante saber se há programas ou estratégias para promover as boas relações entre colegas e o trabalho de equipa.

Um mau ambiente de trabalho irá afetar negativamente o seu desempenho e produtividade, por isso é fundamental que se sinta confortável com os seus novos colegas de trabalho.

Uma das maiores despesas a considerar para decidir se deve ou não aceitar uma proposta de emprego são os custos de deslocação, pois poderá representar um aumento dos gastos em combustível e estacionamento.

Numa situação mais extrema, poderá significar mudar de casa e isso pode trazer mais um rombo no salário.

Leia a descrição das funções e as competências exigidas para o trabalho. É essencial que sinta que é esta atividade que quer fazer e que se sentirá satisfeito ao desempenhá-la.

Também é importante ter certeza do que esperam de si exatamente e de que essas expetativas são realistas. Se não tiver a certeza das especificações da função, é melhor pedir mais esclarecimentos.

Decisão final: deve ou não aceitar?

Depois de terminar de avaliar a nova oferta de emprego, é hora de tomar a sua decisão.

É verdade que algumas propostas são boas demais para serem recusadas, pois os prós superam os contras. Se este for o seu caso, aceitar a oferta pode ser o caminho a seguir.

No entanto a função pode parecer adequada, mas a oferta não é bem o que esperava. Neste caso, poderá tentar a negociar a proposta. Se os seus pedidos forem razoáveis e se a empresa tiver espaço de manobra, a negociação pode correr bem para si.

Se após a ponderação a oferta ainda não corresponder às suas expetativas, a melhor decisão a tomar é, provavelmente, recusar. Mas faça-o educadamente, pois poderá surgir outra oportunidade mais adequada ao seu perfil e é importante manter boas relações com a empresa.

Se recusar a oferta é um luxo ao qual não se pode dar, considere opções alternativas como trabalho temporário ou aceite a proposta de emprego enquanto continua a procurar uma posição que melhor se adapte aos seus objetivos de carreira a longo prazo.