De um modo geral, os especialistas recomendam que até aos 24 meses de idade as crianças tenham uma alimentação baseada no leite materno e no consumo de alimentos naturais e pouco processados. Logo, até aos 2 anos de idade, o açúcar não deve fazer, de nenhuma forma, parte da dieta dos bebés. Porém, se quer aprofundar a resposta à pergunta “Açúcar: a partir de que idade devo dá-lo ao meu filho?”, continue a ler.
Açúcar: a partir de que idade e de que forma o pode integrar na alimentação da criança?
Como já adiantámos, até aos 24 meses de vida, os bebés não devem ingerir açúcar de nenhuma forma, nomeadamente como adoçante de frutas ou de bebidas.
Quando falamos em açúcar, referimo-nos a açúcar branco, mascavado, cristal, demerara, de coco ou ainda xarope de milho, mel, melado ou também edulcorantes (aspartame, ciclamato de sódio, acesulfame de potássio, sacarina sódica, estévia, manitol, sorbitol, xilitol e sucralose). Naturalmente que também não devem ser oferecidas às crianças bolos, biscoitos, doces e geleias.
Importa lembrar que o açúcar se encontra “escondido” em muitos produtos que, por isso, devem ser evitados nestas idades, como é o caso dos achocolatados, bebidas açucaradas, cereais, gelatina em pó, farinhas de cereais, iogurtes com sabor, rebuçados, chicletes, chupas, chocolates, entre outros.
Consumo precoce de açúcar
A ingestão de açúcar em quantidades demasiado elevadas está na origem de várias doenças crónicas que, muitas vezes, têm início, precisamente, na infância. Porém, evitar o açúcar, além de ser uma questão de saúde, também é um meio de educação para hábitos saudáveis.
O açúcar é viciante e habitua o paladar às coisas doces. Além disso, muitos dos alimentos que o possuem têm uma composição nutricional desequilibrada, um teor energético elevado e uma baixa qualidade nutricional que favorece problemas como a obesidade, a placa bacteriana e as cáries dentárias, a hiperatividade, entre outros.
É durante os primeiros 2 anos de vida que a criança vai determinar muitos aspetos da sua vida futura. Basicamente, quanto mais a criança for habituada a sabores doces, mais ela irá rejeitar ingredientes bons e saudáveis, como vegetais e legumes.
Como evitar o açúcar
Basicamente, a melhor forma de controlar o consumo de açúcar é preparar as refeições dos seus filhos, tornando-as atrativas, através das cores, texturas, aromas e sabores disponibilizados.
Sempre que possível, inclua a criança na idealização, preparação e confeção das refeições, sensibilizando-a para a maior importância de certos alimentos, ao invés de outros.
Não se esqueça que há frutas e legumes naturalmente doces, como a banana e a cenoura, e que, por isso, podem ser utilizados para dar um toque mais doce aos pratos.
E depois dos 2 anos?
O contacto da criança com o açúcar deve ser gradual e sempre regrado. Os alimentos mais açucarados devem estar presentes em ocasiões excecionais e o seu consumo deve ser controlado.
A Associação Americana do Coração aconselha que as crianças com mais de 2 anos de idade não ingiram mais de 25 gramas de açúcar por dia.
Contudo, não se deixe enganar, pois é “fácil” ultrapassar esta dose, já que o açúcar está presente em vários produtos, como o pão, os sumos ou até as barras de cereais.
Só para se ter uma noção, nos Estados Unidos da América, uma criança ingere em média 80 gramas de açúcar, ou seja, três vezes mais do que o aconselhado. Já no nosso país, os estudos sugerem que as crianças entre os 5 e os 9 anos ingiram em média 50 gramas de açúcares por dia, o dobro do recomendado pela Associação Americana do Coração.
Logo, é imperativo que, enquanto sociedade, revejamos a quantidade de açúcar que estamos a oferecer às nossas crianças, muitas vezes desde os seus primeiros meses de vida.