Miguel Pinto
Miguel Pinto
24 Fev, 2025 - 13:00

Aldeia da Pena: escondida num vale e só para os mais destemidos

Miguel Pinto

A Aldeia da Pena é um dos mais escondidos locais na rota do xisto. Chegar lá não é para todos, mas a jornada promete ser inesquecível.

Aldeia da Pena

A Aldeia da Pena, situada no concelho de São Pedro do Sul, distrito de Viseu, é um tesouro escondido no coração do maciço da Gralheira.

Esta pitoresca aldeia de xisto, aninhada num vale profundo, oferece uma experiência autêntica e intocada do Portugal rural.

A sua origem remonta a tempos antigos, com raízes que se perdem na história e a sua localização isolada contribuiu para a preservação das tradições e da arquitetura típica de xisto.

Apesar de, ao longo dos anos, muitos habitantes terem migrado para outras regiões, a aldeia mantém-se viva graças aos esforços de preservação e ao turismo sustentável.

Aldeia da Pena: um regresso ao passado

Visitar esta aldeia é um regresso ao passado, onde este tipo de comunidades sobrevivia graças a um muito arreigado sentimento de pertença.

Mas chegar lá é só para destemidos. É que a estrada que encaminha para este local é íngreme e nela só passa um carro de cada vez, apesar de ter dois sentidos.

Não se assuste com a primeira aventura porque depois de descer às profundezas, é garantido: a visita vale bem a pena! Toda a aldeia convida à contemplação, com o seu enquadramento único na paisagem aliado ao casario típico.

O bem preservado casario de xisto e ardósia observa-se logo desde o cimo do monte, oferecendo um cenário único e inspirador. E há muita coisa para ver.

Desde logo, a arquitetura tradicional, designadamente as casas de xisto com telhados de ardósia são características marcantes, refletindo a harmonia entre a construção humana e a natureza envolvente.

Depois, não pode perder a Capela de Santo Inácio de Loyola, um pequeno templo que serve como centro espiritual da comunidade local. Ali perto, está ainda a Ribeira da Pena, cujas águas cristalinas proporcionam locais perfeitos para banhos refrescantes nos dias mais quentes.

E como caminhar dá uma certa fome, nada como apreciar a gastronomia local. Na Adega Típica da Pena vai encontrar iguarias regionais, como presunto, queijo da serra e enchidos, acompanhados por um bom vinho verde.

Pratos tradicionais como feijoada, arroz de cabidela e vitela assada no forno a lenha são algumas das especialidades disponíveis.

Vista da aldeia da pena

Como chegar à Aldeia da Pena

Como já dissemos, o acesso à Aldeia da Pena é uma aventura por si só. A partir de São Pedro do Sul, percorrem-se cerca de 20 quilómetros por estradas estreitas e sinuosas que serpenteiam pela Serra de São Macário.

A estrada de acesso é íngreme e exige precaução por parte dos condutores. Ao chegar, os visitantes devem estacionar fora da aldeia, uma vez que a circulação de veículos no seu interior é restrita para preservar a sua autenticidade e tranquilidade.

O que ver na região

A região envolvente à Aldeia da Pena é rica em belezas naturais e pontos de interesse. Por isso, se estiver com mais disponibilidade de tempo, não deixe de fazer um tour pelas redondezas e admirar algumas belezas naturais. Quais? Siga as nossas sugestões.

  • Serra da Arada: oferece trilhos desafiantes e paisagens deslumbrantes, ideais para os amantes de caminhadas e da natureza.
  • Poços do Rio Teixeira: piscinas naturais formadas ao longo do rio Teixeira, como o Poço Negro e o Poço Azul, convidam a mergulhos revigorantes em águas límpidas.
  • Estrada do Portal do Inferno: uma estrada panorâmica que atravessa a Serra da Arada, oferecendo vistas impressionantes e uma experiência única de condução.
  • Aldeia de Manhouce: conhecida pelo seu património cultural e arquitetónico, esta aldeia vizinha merece uma visita para quem deseja aprofundar o conhecimento sobre a região.

Como é fácil de constatar, visitar a Aldeia da Pena e os seus arredores é mergulhar num mundo onde a natureza e a tradição coexistem em perfeita harmonia, proporcionando uma experiência inesquecível a todos os que a exploram. Não perca.

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