Helena Peixoto
Helena Peixoto
13 Ago, 2018 - 00:00

Conheça as variedades de azeite do Alentejo

Helena Peixoto

Alentejo e Azeite não vivem um sem o outro. Conheça os sistemas de cultura e as variedades de azeite.

Conheça as variedades de azeite do Alentejo

Qual Romeu e Julieta? Não existe maior história de amor do que a que é vivida, há centenas de anos, entre o Alentejo e Azeite. E com o pormenor de que, neste caso, o final da história é bem feliz!

As condições naturais extremamente propícias ao cultivo da azeitona, juntamente com as técnicas e experiência dos trabalhadores alentejanos, reúnem-se em força de forma a produzir do melhor azeite, arriscamos dizer, de todo o mundo!

Variedades de azeite do Alentejo

azeite

Nesta relação entre Alentejo e Azeite, importa também saber as diferentes oliveiras e possíveis objetivos de produção.

Galega Vulgar

O azeite Galega Vulgar é , tal como o nome indica, a variedade mais difundida em Portugal. Representa cerca de 80% da superfície de olival nacional! A árvore é de porte médio, dando frutos de pequena dimensão e é muito resistente à seca.

Apesar de ser mais utilizada para obtenção de azeite, é também aproveitada para azeitona de mesa.

O azeite desta variedade, quando cultivado no Alentejo é de grande estabilidade e em termos de sabor pode apresentar um frutado de maçã verde, com amargo e picante ligeiros quando colhida em verde, ou um frutado de amêndoa e frutos secos, com sensações de doce consideráveis, e total ausência de amargo e picante, quando colhida em maduro.

azeite 2

Cobrançosa

A oliveira cobrançosa tem um porte médio-baixo e origina frutos de dimensão média. Muito tolerante ao frio, mas susceptível à seca, tem produções elevadas.

Em termos de relação Alentejo e Azeite da Cobrançosa, o resultado dá sensações de amargo e picante de intensidade média, intensidade essa que atinge o pico máximo quando a azeitona é colhida em verde.

Cordovil de Serpa

azeite 4

De porte médio-baixo, estas árvores dão frutos de grande dimensão, são sensíveis ao frio e à seca e tanto servem para a produção de azeite como para azeitona de aperitivo.

O azeite extraído de azeitonas Cordovil é normalmente amargo e picante.

Verdeal Alentejana

Finalmente, a variedade Verdeal consiste em árvores de porte médio que dão frutos de grande dimensão. Facilmente adaptável a condições de frio ou seca, tem, no entanto, uma entrada em produção tardia.

A sua azeitona tem um rendimento médio em azeite, que, por sua vez, se caracteriza por sensações consideráveis de verde, amargo, e picante.

E agora que conhece a história de amor entre o Alentejo e azeite, resta comprar as diferentes variedades e apreciar as suas diferenças.

Quintas de produção de azeite

oliveira da serra

Estas são apenas algumas das mais conhecidas quintas onde se produz bom azeite do Alentejo: a Quinta de São Vicente, nos arredores de Ferreira do Alentejo, é um bom exemplo da produção de azeite no Alentejo. A família Passanha produz desde o século XVIII. Outro exemplo é o Lagar Oliveira da Serra, na Herdade do Marmelo. Foi inaugurado em 2010 e elevou a modernidade da produção de azeite ao seu expoente máximo. E possível visitar o lagar, provar alguns dos melhores néctares da casa e ainda fazer dois quilómetros dentro da quinta de 700 hectares.

Alentejo e azeite: o que deve conhecer

alentejo

Os sistemas de cultura da Oliveira

Sabia que a cultura da Oliveira é realizada há já milhares de anos? Claro que com o tempo ela foi evoluindo em termos de técnicas e utensílios utilizados. São três os principais sistemas utilizados hoje em dia, especificamente no caso do Alentejo e azeite:

  • Sistema de Olival Tradicional – nestes casos, as árvores são plantadas em compassos largos. Existem cerca de 60 a 200 árvores por cada hectar de terra. Em termos de manutenção, pode ser utilizado o sistema de regadio ou então as árvores podem ser mantidas em sequeiro. Este é o sistema mais tradicional, utilizado em Portugal, no geral e no Alentejo, em particular, há alguns séculos. Relativamente à entrada em produção propriamente dita, o sistema de olival tradicional pode levar entre 15 a 20 anos! No entanto, depois de começar a produzir, a árvore pode subsistir mais de 100 anos.
  • Sistema de Olival Intensivo – neste tipo de sistemas, as árvores já não têm tanto espaço livre entre si, sendo plantadas em compassos apertados – são 285 a 415 árvores por hectar. A exploração é feita em regadio e após uns 5 a 7 anos a árvore consegue entrar em em produção. Em termos de subsistência, podemos falar de algumas décadas de produção de uma mesma árvore.
  • Sistema de Olival Superintensivo – se já ouvi falar na expressão “à pinha”, ela cabe um pouco nesta relação do Alentejo e azeite em olival superintensivo. São oliveiras plantadas em sebe, numa densidade entre 900 e 1200 árvores por hectar!

Explorado em regadio, este sistema entra em produção muito rapidamente, cerca de dois a três anos após a instalação, mas, em contrapartida, os olivais mais antigos que ainda dêem azeitona não têm mais do que 20 anos.

Se quiser experimentar o romance entre o Alentejo e o Azeite ao máximo, aposte neste roteiro de 170 km que passa por quintas, restaurantes e até inclui alojamento.

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