A alergia ao wi-fi existe mesmo e é, até, denominada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como hipersensibilidade eletromagnética.
Trata-se de um problema particularmente difícil de identificar e ainda mais de contornar, uma vez que vivemos num tempo em que se lida diariamente com telemóveis, tablets, computadores, micro-ondas e claro, com as redes wi-fi (internet sem fios).
Já parou para pensar como seria a sua vida se sofresse deste tipo de alergia invisível? Saiba mais sobre este tema curioso.
O que é a hipersensibilidade eletromagnética?
Trata-se de uma condição na qual as pessoas afirmam ser afetadas por campos magnéticos ou qualquer outro tipo de fonte de eletricidade.
Quer isto dizer que, mediante esta condição, quando as pessoas estão próximas de telemóveis, tablets, redes wi-fi ou qualquer outro aparelho eletrónico, a sua saúde está a ser afetada. Mas será que é mesmo assim?
O tema começou a ganhar alguma evidência em 2015, através de uma série disponível na Netflix intitulada de “Better Call Saul”, onde o irmão do protagonista sofre deste problema.
O que acontece com esta personagem ao longo da série é o facto de ele evitar a todo o custo sair de casa e ainda obrigar a todos os que o visitem que deixem os telemóveis, tablets e qualquer outro tipo de aparelho eletrónico do lado de fora da sua casa.
Por este mesmo motivo a Organização Mundial de Saúde (OMS) não considera a hipersensibilidade eletromagnética como uma doença, mas sim como um fenómeno.
Como se manifesta a alergia ao wi-fi?
Apesar de não ser considerada uma doença pela OMS, a hipersensibilidade eletromagnética constitui um fenómeno bastante controverso. Todavia, é importante realçar que a organização não desvaloriza e não duvida dos sintomas que este tipo de pessoas sofre.
Não existe ainda nenhuma base científica que comprove que as frequências magnéticas podem realmente causar algum tipo de alergia. Até porque as pessoas que alegam sofrer desta alergia apresentam sintomas que podem facilmente ser confundidos com outras doenças.
Por este mesmo motivo é muito importante que cada indivíduo seja devidamente acompanhado, porque cada caso é um caso e os mesmos sintomas nem sempre podem estar relacionados com o mesmo problema.
Estes são os sintomas mais comuns relatados pelas pessoas com hipersensibilidade eletromagnética:
- visão distorcida;
- dores de cabeça;
- sensibilidade à luz;
- náuseas;
- perda de memória;
- dificuldade em estar concentrado;
- palpitações;
- paralisia de algumas partes do corpo.
Como pode ver, os sintomas podem ser facilmente confundidos com outro tipo de doenças, principalmente com a depressão e a ansiedade. Contudo, é importante que as pessoas que sentem que podem mesmo estar a lidar com este problema, conversem com o seu médico.
Alergia ao wi-fi: fenómeno controverso
Como já referimos, a hipersensibilidade eletromagnética é ainda um fenómeno bastante controverso.
Se por um lado, a OMS afirma que por não existir ainda qualquer tipo de base científica que comprove que as frequências magnéticas causam realmente algum tipo de doença, a hipersensibilidade eletromagnética não constitui uma doença, mas sim um fenómeno.
Por outro lado, a Suécia foi o primeiro país que reconheceu em 1995 a hipersensibilidade magnética como um comprometimento funcional. Ou seja, uma condição um pouco mais leve do que uma deficiência, em que alguma parte do corpo da pessoa não está a exercer a sua função de forma correta.
Nos Estados Unidos, na Europa e no Canadá já existem centros especializados no diagnóstico deste problema e em Espanha, inclusive, já houve quem recorresse à justiça para conseguir ter a sua reforma antecipada por invalidez e com sucesso!
Como se pode constar, esta condição ainda não é reconhecida como doença por nenhum país. No entanto, é algo que tem vindo a ser bastante debatido por aqueles que dizem sofrer deste problema.
A hipersensibilidade eletromagnética tem tratamento?
A alergia ao wi-fi, ao telemóvel, aos tablets, ao computador, ao micro-ondas e a outros aparelhos eletrónicos que emitam ondas magnéticas, parece ser um problema do mundo moderno em que vivemos.
A OMS, que não considera esta condição como uma doença, afirma, como tal, que não existe tratamento e recomenda antes uma abordagem psicológica para as pessoas que se intitulam como eletrossensíveis.
É, por isso, necessário investigar mais sobre este tipo de problema para que se consiga provar que realmente existe – cientificamente falando, e, posteriormente, qual seria o tratamento associado.
Contudo, as pessoas que sentem os sintomas descritos em cima no artigo e que se afirmam como eletrossensíveis, afirmam que o único tratamento é não estar em contacto com aparelhos eletrónicos que emitam ondas eletromagnéticas. Algo tão simples como não ter qualquer contacto com telemóveis, computadores, tablets, rádios, micro-ondas ou mesmo com as chaves do carro.