Share the post "Alergias na infância: aprenda a identificar as mais comuns"
Nos últimos anos, as alergias na infância têm ganho preponderância, tornando-se cada vez mais frequentes. Além da preocupação que geram junto dos pais, elas assumem um impacto social significativo, já que acarretam custos elevados e potenciam o absentismo escolar.
Muitas vezes herdadas, as alergias na infância merecem, cada vez mais, a nossa atenção, já que os estudos apontam para que 1 em cada 3 crianças sofra ou venha a sofrer de uma doença alérgica. Sem alarmismos, fique a perceber quais os sinais a que deve estar particularmente sensível, se tem filhos ou filhas.
Alergias na infância: saiba quais são as mais recorrentes
Em muito mais de metade dos casos, os sinais de alergias na infância aparecem nos primeiros anos de vida da criança. O problema é que, em grande parte das situações, esses sintomas são subvalorizados, subdiagnosticados e subtratados.
Este é um problema, porque as alergias têm um caráter inflamatório crónico pelo que, quanto mais precocemente for feito o seu diagnóstico e tratamento, mais fácil será controlar a doença e impedir que ela interfira negativamente na vida do paciente.
Sinais mais frequentes de alergias na infância
As primeiras alergias a manifestarem-se na infância costumam ser as de origem alimentar. Eis as mais comuns, por ordem de surgimento:
- Intolerância à proteína do leite de vaca;
- Intolerâncias ao ovo, peixe e frutos secos.
Numa fase posterior, normalmente depois dos 24/36 meses de idade, podem aparecer sinais de alergias respiratórias, nomeadamente:
Se estas alergias não forem controladas, um quadro de rinite pode, rapidamente, evoluir para uma situação de asma. Da mesma forma, um quadro de asma não vigiado pode comprometer o próprio desenvolvimento da criança, deixando-lhe sequelas.
A asma pediátrica e as demais alergias na infância associadas
A asma é uma das alergias na infância que mais preocupa os especialistas pois, além dela poder trazer algumas complicações, ela tem muitas vezes na sua origem outras doenças alérgicas, como é o caso da rinite, do eczema atópico e da alergia a medicamentos.
Mais uma vez, o foco é colocado num diagnóstico precoce que permita controlar as alergias na infância e, no caso da asma, atuar nos sintomas, de modo a diminuir os internamentos e as idas às urgências.
Os números convidam a alguma reflexão, se tivermos em conta que 10% das crianças têm asma ou eczema tópica e 30% sofre de rinite. Assim, é importante que pais e cuidadores estejam informados acerca dos principais sintomas associados a estas alergias respiratórias. Tome nota!
Asma
A asma carateriza-se pela inflamação e obstrução das vias aéreas. Apesar de poder ter diferentes graus, os seus sintomas gerais são:
- Dispneia (falta de ar);
- Pieira;
- Tosse (sobretudo à noite);
- Aperto torácico.
Nestes casos, deve levar a criança ao seu pediatra, de modo a que ele a examine e, também, fique a par da história familiar, ou seja, se há casos de asma na família. Apesar de ser uma doença crónica, sem cura, a asma pode e deve ser controlada.
Além da medicação, como os broncodilatadores e os corticosteroides, é importante que a criança asmática não seja exposta a alergénios e que frequente sempre espaços bem ventilados.
Rinite
A rinite define-se pela inflamação da mucosa nasal, a qual pode afetar os olhos, os ouvidos e/ou a garganta. Na origem desta doença, podem estar ou não alergias a determinadas substâncias. Os seus principais sintomas são:
- Espirros frequentes;
- Congestão ou corrimento nasal;
- Comichão no nariz e/ou na garganta;
- Conjuntivite alérgica.
Para atenuar estes sintomas, o médico pode prescrever descongestionantes nasais, anti-histamínicos não sedativos e corticosteroides tópicos nasais.
Eczema atópico
O eczema atópico costuma manifestar-se logo nos primeiros anos de vida e é mais prevalente em crianças com história familiar de asma, rinite ou eczema atópico.
O principal sinal desta doença é o prurido cutâneo frequente e intenso que pode estar na origem de erupções avermelhadas e exsudação (eczema atópico agudo), de secura e descamação da pele (eczema atópico crónico) ou de escoriações, infeções e lesões cicatriciais.
Todos estes sintomas podem ser atenuados através do uso de corticosteroides em cremes ou pomadas, anti-histamínicos ou anti-inflamatórios tópicos ou sistémicos.
Alergias alimentares ou medicamentosas
Pode suspeitar-se de alergia a alimentos ou a medicamentos quando, após o consumo de um dado produto, a criança apresenta reiteradamente:
- Náuseas ou vómitos;
- Diarreia ou cólicas abdominais;
- Tosse ou espirros;
- Sibilância, lacrimejo ou dificuldades respiratórias;
- Urticária ou inchaço cutâneo;
- Tonturas ou palpitações;
- Desmaio, choque ou hipotensão.
As alergias mais graves podem mesmo provocar anafilaxia. Portanto, em caso de alergias alimentares e medicamentosas, é fundamental evitar a ingestão da substância responsável pela alergia, assim como possuir uma caneta de adrenalina para autoadministração em situações de emergência.