Pedro Andrade
Pedro Andrade
20 Jun, 2017 - 08:00

Alimentos processados: quais são e porque deve evitá-los

Pedro Andrade

Se está a ler este artigo, não se esqueça de fugir a sete pés dos alimentos processados. Conheça os seus perigos e fique a saber mais.

Alimentos processados: quais são e porque deve evitá-los

Provavelmente já ouviu falar em alimentos processados. Mas sabe o que realmente são estes produtos e quais as suas consequências para a sua saúde?

A nutricionista Maria João Cunha esteve à conversa com o E-Konomista e explicou-nos que os alimentos processados são “sujeitos a processos de transformação e a várias etapas e técnicas para a adição de ingredientes durante a sua produção”.

Para a nutricionista, o processo de adição é “o grande problema”. Porquê? “Podem ser submetidos adição de açúcares, sal, óleos, gorduras, corantes, conservantes, emulsificantes, entre outros aditivos químicos, cujas funções são de realçar a cor, sabor, aroma, textura ou aumentar o prazo de validade”.

Alimentos processados: sim, devemos evitá-los

Ao E-Konomista, Maria João Cunha explicou que os alimentos processados têm uma maior quantidade de açúcar e, por isso, a sensação de fome ataca mais cedo, “já que há uma menor saciedade”. Mas há mais motivos para evitar este tipo de alimentos:

  • Possuem mais gordura trans, que dá mais sabor, mas é a gordura mais prejudicial para o nosso corpo. “Aumenta drasticamente os níveis de colesterol e contribui para os problemas cardiovasculares e Diabetes Tipo 2”;
  • Contêm níveis elevados de sódio;
  • São alimentos altamente viciantes, “o corpo não é capaz de resistir à tentação, levando a vários problemas de saúde, nomeadamente a obesidade”;
  • Estes alimentos prejudicam a digestão, porque “perdem as suas fibras naturais e alguns nutrientes durante os processos químicos a que estão submetidos levando a um desequilíbrio interno” (causa de diversos problemas digestivos e intestinais);
  • Têm excesso de aditivos químicos, que resultam em alergias ou reações e comportamentos como a hiperatividade nas crianças.

Maria João Cunha explicou que estes alimentos são muito usados no dia-a-dia por serem “práticos e rápidos”. Mas afinal de contas, quais são os alimentos processados? A nutricionista Maria João Cunha deixa alguns exemplos.

Alimentos processados: os piores

De acordo com a especialista, estes são os alimentos processados que deve evitar a todo o custo:

  • Refeições pré-confecionadas: pizzas, lasanhas, hambúrgueres;
  • Batatas fritas e salgadinhos;
  • Carnes processadas: salsichas, chouriços, alheiras;
  • Frutas em calda e frutas cristalizadas, na qual lhe foi adicionado o açúcar;
  • Bolachas e biscoitos recheados;
  • Caldos concentrados;
  • Refrigerantes;
  • Puré de batata e patés;
  • Pão de forma e alguns cereais de pequeno-almoço.
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Alimentos processados: os aceitáveis

Para esta lista, a nutricionista lembra que alguns produtos são sujeitos a técnicas de processamento “mais simples” que não implicam a junção de aditivos, corantes ou conservantes e que, por isso, são “mais aceitáveis”:

  • Frutas e vegetais congelados;
  • Salada ou legumes frescos embalados (em sacos) prontos a consumir;
  • Iogurtes;
  • Fruta desidratada sem açúcar;
  • Manteiga de amendoim (100% amendoim);
  • Atum, cavala enlatada de preferência em água;
  • Gelatina vegetal;
  • Frutos secos;
  • Café;
  • Bebidas vegetais (aveia ou amêndoa sem açúcar).

Como identificar os alimentos processados?

É simples: “ler o rótulo, verificar sempre os ingredientes presentes no produto e claro conferir a tabela nutricional do mesmo”, diz Maria João Cunha.

A especialista deixa mais algumas dicas:

  • Não compre produtos dos quais desconhece os ingredientes ou aditivos que estão na lista que encontra no rótulo;
  • Modere o consumo de alimentos que tenham elevados níveis de gordura, óleos, sal, açúcar e sacarose;
  • Cuidado com o excesso de açúcar, entre eles o aspartame, glucose, dextrose, sacarose, frutose, maltose ou xarope de glucose;
  • Opte por produtos com elevado teor de fibras alimentares, privilegiando alimentos que tenham hidratos de carbono e que sejam pobres em açúcares;
  • Evite alimentos com grandes quantidades de gorduras (lípidos), optando sempre pelos produtos com baixo teor em gorduras saturadas e colesterol;
  • Atenção aos alimentos que contêm mais de 1,5g de sal por 100g do produto, “isso não é bom sinal”;
  • Olhe para a data de validade, quanto mais prolongada, maior a probabilidade do alimento conter adoçantes, conservantes e corantes prejudiciais à saúde;
  • Quanto mais reduzida for a lista de ingredientes mais saudável é o alimento, uma vez que não terá tantos aditivos, conservantes ou ingredientes adicionados durante o seu processamento;
  • Compre alimentos com menos embalagens, opte por produtos de confeção simples, pouco preparados, frescos e da época. “Quanto mais fresco e natural for o alimento mais longe estará da comida processada”.
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Quais os produtos que podem (e devem) substituir os alimentos processados?

As opções são variadas e, por isso, a especialista deixa alguns exemplos práticos e saudáveis que vão ajudá-lo a evitar os alimentos processados:

  • Troque os cereais de pequeno-almoço açucarados por aveia;
  • Troque os salgadinhos por frutos secos não salgados;
  • Troque o pão de forma pelo pão fresco;
  • Troque o chocolate em pó por farinha de alfarroba;
  • Troque alimentos enlatados por alimentos congelados;
  • Troque as gomas e doces por chocolate amargo com +70% de cacau;
  • Troque os patés por queijo fresco;
  • Troque as batatas fritas por palitos de batata doce no forno;
  • Troque o croissant por um pão de centeio com mel;
  • Troque os caldos concentrados por especiarias e ervas aromáticas frescas;
  • Troque fruta em calda ou cristalizada por fruta fresca ou desidratada (sem adição de açúcar);
  • Troque o açúcar refinado por mel biológico;
  • Troque os refrigerantes por sumos de fruta naturais ou chás frios caseiros, (atenção que Ice Tea não é chá);
  • Troque o supermercado pelo mercado.

A nutricionista Maria João Cunha deixa um último aviso: “os alimentos são o nosso combustível, são eles que nos dão energia, são os nutrientes que nos dão saúde e é por isso que sempre que consumimos um alimento processado devemos lembrar-nos que podemos estar a ganhar tempo, mas estamos certamente a perder saúde”.

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