Até há relativamente pouco tempo, ser operado era sinónimo de um período mais ou menos longo de internamento, muitas vezes gerador de ansiedade e desagradável, pessoal e profissionalmente. Contudo, graças à evolução tecnológica, das técnicas cirúrgicas e anestésicas, são cada vez mais comuns as cirurgias de ambulatório, em que é possível garantir o rápido regresso a casa e às atividades do dia a dia.
Ambulatório: cirurgias possíveis
Atualmente, todas as especialidades cirúrgicas, da Cirurgia Geral à Urologia, realizam determinadas intervenções em regime de ambulatório. A cirurgia de ambulatório é, regra geral, uma cirurgia com duração inferior a 120 minutos e sem necessidade de cuidados pós-operatórios especializados.
Este tipo de cirurgia demonstrou ser tão seguro e eficaz quanto a cirurgia convencional, focando-se ainda mais em reduzir o trauma causado através de procedimentos minimamente invasivos.
Como já deve ter percebido, são inúmeras as vantagens da cirurgia de ambulatório. Por um lado, conduz a um aumento dos níveis de humanização dos cuidados de saúde e de satisfação dos utentes, evitando o desconforto do internamento e conciliando a recuperação com a atividade familiar e social. Por outro, promove uma redução das listas de espera e da necessidade de camas, permitindo uma redução de custos que está também associada à diminuição das infeções adquiridas em meio hospitalar.
Antes da cirurgia de ambulatório
Não obstante, nem todos os casos poderão ser operados em regime de ambulatório. Além das especificidades da patologia e da intervenção cirúrgica, é necessário que se cumpram alguns critérios do ponto de vista clínico e social. O doente deve ter, entre outros:
- Um acompanhante maior e responsável para lhe prestar assistência, especialmente nas primeiras 24 horas;
- Uma habitação com boas condições de conforto, telefone e a menos de 60 minutos de distância do Hospital;
- Meio de transporte individual para o regresso após a alta.
Se lhe foi proposta uma cirurgia de ambulatório, deverá estar informado da intervenção a que vai ser submetido e dos potenciais riscos inerentes. Deve sempre informar o seu médico, cirurgião ou outro profissional de saúde:
- De todos os medicamentos que está a tomar;
- De todas as doenças de que sofre ou sofreu;
- De todas as suas alergias conhecidas;
- Se está ou acredita estar grávida;
- Se comeu ou bebeu alguma coisa depois da hora combinada para o jejum;
- Se entre o agendamento da cirurgia e o dia da intervenção notou alguma alteração no seu estado de saúde.
Outras recomendações que são comuns à maioria das intervenções cirúrgicas:
- Retire o verniz das unhas e/ou unhas postiças
- Retire adereços como anéis, pulseiras, lentes de contacto, etc;
- Tome banho e vista roupa confortável e fácil de tirar;
- Tome a sua medição habitual, salvo indicação em contrário;
- Leve consigo os exames médicos pedidos e a sua medicação;
- Não leve objetos de valor, alimentos ou bebidas.
Lembre-se que se não respeitar as indicações que lhe foram dadas pode ver a sua cirurgia ser adiada.
Depois da cirurgia
Ainda antes da alta, certifique-se que todos os esclarecimentos e medicação necessários lhe foram fornecidos. Mesmo que se sinta bem e sem dores, não deve conduzir ou andar sozinho na rua pois os seus reflexos poderão ainda estar diminuídos. Evite qualquer tipo de bebidas alcoólicas, decisões importantes, trabalho com máquinas ou esforços físicos.
Não se esqueça: respeite integralmente as indicações que lhe foram dadas, em relação à medicação, dieta e repouso, e não falte à consulta de reavaliação.
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