Share the post "Aprenda a analisar a planta da casa para tirar o máximo proveito"
Sabia que é possível, ao analisar a planta da casa, identificar questões como a correta ou incorreta iluminação ou ventilação? Afinal, este documento é, nada mais nada menos, do que a impressão digital do imóvel, o seu cartão de cidadão e teste de ADN.
Se anda no processo de procura de casa, seja para comprar ou para arrendar, vale a pena parar um pouco e espreitar este artigo. Ou até se está a pensar fazer umas obras de remodelação e quer tirar o máximo partido das suas características!
Vamos ajudá-lo a analisar a planta da casa e a perceber o que deve ser valorizado e desvalorizado.
Como analisar a planta da casa sem dores de cabeça
Quando tem a planta da casa na sua mão consegue perceber o que são determinados desenhos e linhas significam, mas e o resto? Confira todas estas questões que não deve esquecer na hora de descodificar uma planta de um imóvel para conseguir interpretá-lo e conhecer o espaço de fio a pavio.
Além disso, nos dias de hoje, as plantas de casa são criadas a partir de programas de desenho que, combinados com outros softwares, permitem criar projetos bastante realistas em 3D. Isto serve para que o cliente saiba exatamente como é a disposição do imóvel, sem que tenha que visitá-lo pessoalmente. As imagens são tão reais que, em muitos casos, mais parecem verdadeiras, fotografias.
O que é representado na planta da casa?
Em cada planta aparecem várias informações, algumas mais fáceis de interpretar do que outras. São indicados dados como:
- Acessos ao imóvel para pedestres e automóveis;
- Nível dos pisos em relação à cota natural do terreno e cota da rua;
- Indicação da existência de portas e janelas;
- Nomes e áreas dos espaços / divisões;
- Tipos de revestimentos;
- Desenho do piso;
- Áreas permeáveis do terreno;
- Acrescentar orientação solar;
- Sistema de águas sanitárias (se tem esquentador, bomba de calor, caldeira);
- Sistema de aquecimento/arrefecimento ambiente;
- Tipo de isolamento;
- Tipo de caixilhos;
- Distribuição dos móveis – informação facultativa;
- Projeto elétrico;
- Projeto hidráulico;
- Projeto estrutural;
- Projeto de interiores;
- Projeto paisagístico.
Diferentes cortes
Este é o primeiríssimo passo na hora de analisar a planta da casa: saber que existem diferentes cortes. Trocando por miúdos: os cortes são basicamente vistas que permitem mostrar os compartimentos internos de um projeto, alturas do pé direito, tamanho das portas e janelas, perceber a existência de tetos falsos, sancas, entre muitas outras coisas que não são possíveis de ver na vista standard da planta.
Existem dois principais tipos de corte: transversal e longitudinal. Para perceber em que consiste o primeiro, imagine que cortaram a sua casa a meio, mas na horizontal. Já o segundo é como se uma lâmina cortasse a casa a meio e a dividisse na vertical.
Escalas
Em qualquer planta vai encontrar este símbolo x:xxx. Isto corresponde à escala em que o documento se encontra e quer dizer que o primeiro valor corresponde ao segundo.
Regra geral, as plantas das casas contam com uma escala de 1:100, o que significa que cada centímetro no desenho equivale a 100cm (1metro) na escala real.
Tudo numa planta é desenhado à escala! Paredes interiores e exteriores, portas e janelas, dimensões da sala, escadas, armários, loiças e elementos fixos; tudo tem uma medição real.
Medidas ao pormenor
Para que uma planta esteja legal e totalmente correta, todas as medidas têm de ser exatas ao pormenor! Das paredes às janelas e portas, passando pela altura dos pisos, detalhes de construção e até medidas entre tomadas e caixas de eletricidade.
Tudo consta na planta, desde os elementos construtivos (paredes, portas, janelas), aos elementos acessórios (canalização, tomadas, módulos de casa de banho, etc.).
Andares
Ao analisar a planta da casa, é importante também que verifique a questão dos pisos.
Se a casa possuir apenas um único piso, só haverá, obviamente, uma única planta que abrange toda a área. No caso dos imóveis com mais do que um andar, o que acontece é que são anexadas várias folhas (uma para cada piso) e cada uma será apelidada com nomes específicos (ex: Planta do Pavimento Térreo, Planta do 1º andar, etc.).
Orientação
Sim, é possível perceber se a sua casa tem uma boa ou menos boa exposição solar natural! Não está a ver como? Nós damos uma ajuda: procure os símbolos dos pontos cardeais. Só para relembrar são: Norte, Sul, Este, Oeste.
Considerando esses pontos, e sabendo que em Portugal o Sol nasce a Este e se põe a Oeste, e que a orientação a Sul é mais vantajosa do que a Norte, é só verificar o seu caso e tirar o maior partido do mesmo.
Procure ainda fazer com que as áreas sociais tenham a maior exposição possível e deixe o Norte para as zonas mais técnicas. A maior parte das pessoas prefere acordar com a luz do sol pela manhã, por exemplo.
Normalmente, na planta de casa há uma indicação no canto direito superior com uma rosa dos ventos desenhada, o que lhe permite identificar a posição do imóvel.
Ficha Técnica da Habitação
A Ficha Técnica da Habitação é um documento que descreve as características técnicas e funcionais de um prédio urbano habitacional e feito após a conclusão das obras de construção, reconstrução, ampliação ou alteração do mesmo.
Compete ao promotor imobiliário a elaboração da FTH do imóvel a transmitir, sendo da sua responsabilidade, bem como da do técnico responsável pela obra, a conformidade das informações constantes da FTH com o tudo o que foi efetivamente executado.
A FTH é exigida para os prédios que tenham sido edificados ou que tenham sido submetidos a obras de reconstrução, ampliação ou alteração após 30 de março de 2004. Existem algumas exceções:
- Prédios edificados antes da entrada em vigor do Regulamento Geral das Edificações Urbanas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 38382, de 7 de agosto de 1951;
- Prédios edificados após a data referida na alínea a), desde que, em 30 de março de 2004, tivessem obtido a licença de utilização ou tivesse sido requerida a respetiva emissão.
Certificado energético
Trata-se de um documento que avalia a eficiência energética de um imóvel numa escala de A+ (muito eficiente) a F (pouco eficiente), emitido por técnicos autorizados pela Agência para a Energia (ADENE) – que é o organismo público que regula a certificação energética de edifícios (SCE).
Contém informação útil sobre as características de consumo energético do imóvel relativas a várias questões, como por exemplo, climatização e águas quentes sanitárias; medidas de melhoria para reduzir o consumo, como a instalação de vidros duplos ou o reforço do isolamento, entre outras.
O documento é válido por dez anos para edifícios de habitação e pequenos edifícios de comércio e serviços. Depois dessa data, é preciso requerer novo certificado.
Muitas vezes olhamos para uma planta e não fazemos um esforço por compreender o que lá está, porque assumimos de imediato que não percebemos os termos técnicos.
Como vê, é mais simples do que pensava e compensa certamente. Além de ser capaz de reconhecer especificidades e/ou problemas do imóvel e fazer as questões a tempo, fica também a conhecer o seu espaço melhor do que ninguém.