O lançamento do Android Things oficializa a entrada da Google na corrida para a criação de interfaces que tornem a Internet das Coisas (IoT) uma realidade cada vez mais palpável.
A IoT surgiu no início do século como um conceito inovador capaz de descrever um cenário imaginado em que vários dispositivos e objetos sem fios poderiam ser programados para estar permanentemente ligados à Internet. Eles seriam capazes de comunicar entre si dentro da rede, com ou sem intervenção humana. A este cenário revolucionário convencionou-se chamar Internet das Coisas.
Mas, afinal, o que é o Android Things e o que podemos esperar desta novidade? Descubra tudo sobre o tema aqui.
Android Things: o que é e o que promete?
O Android Things e a Internet das Coisas
Basicamente, a sigla IoT (Internet das Coisas) significa hoje uma extensão da Internet como a conhecemos às “coisas”: dispositivos, sensores ou outros objetos que, não sendo computadores, podem ser controlados ou controlar-se informaticamente através da rede.
Quando estiver em pleno funcionamento, a IoT poderá permitir o controle de “coisas” – como as luzes de trânsito, veículos, dispositivos médicos, eletrodomésticos, câmaras de vigilância, sensores de presença, sensores ambientais e muito mais dispositivos.
Mas para que a IoT funcione em pleno é necessário que exista um interface eficaz, que coloque todas estas “coisas” a comunicar de forma segura – até porque é óbvia a quantidade gigantesca de dados que este sistema pode produzir dentro da rede e as potencialidades que o seu tratamento e análise podem gerar.
O destaque mais positivo vai para a melhoria dos sistemas de gestão de recursos humanos e ambientais, inclusive na área da saúde preventiva. O destaque negativo irá sempre para as falhas de segurança que podem aparecer no sistema, permitindo o acesso a dados pessoais e comprometendo uma utilização segura dos dispositivos.
E foi precisamente com a segurança que a Google perdeu mais tempo a idealizar o seu interface agora lançado: o Android Things. A empresa norte-americana já investia neste sistema operativo deste 2016, tendo lançado algumas pré-versões para que os programadores pudessem testar.
Mas a Google não está sozinha na tentava de explorar o novo “el dorado” que a gestão e criação de equipamentos IoT promete em termos de lucro financeiro. Os seus concorrentes mais directos são a Amazon, com o serviço Greengrass, e a Microsoft, com o Windows IoT.
O que promete o Android Things?
O Android Things promete, acima de tudo, mais segurança e mais facilidade para a criação de novos equipamentos e serviços adaptados a IoT.
O grande trunfo da Google, face aos concorrentes diretos, é o facto do Android Things utilizar as mesmas ferramentas que os programadores já estão habituados a utilizar ao desenvolver dispositivos e aplicativos Android, como o Android Studio, o Google Play Services e o acesso à tecnologia Google Assistant.
Isto significa que um programador que desenvolve em Android pode construir muito mais facilmente um dispositivo inteligente que use as APIs do Android e os serviços do Google do que um que use o interface da concorrência.
Um pequeno grande trunfo que parece prever um maior adesão a esta plataforma e que pode tornar a Google um líder neste novo ecossistema, tal como aconteceu com o mercado dos telemóveis.
Além desta vantagem, a Google criou uma estratégia para atrair marcas de hardware e de software para o seu Android Things: oferece a cada versão do Android Things uma garantia de 3 anos com patches de segurança e melhorias de desempenho gratuitas, garante o funcionamento em hardwares muito simples que recorram a chips com baixa exigência de RAM e promete ainda compatibilidade com plataforma de desenvolvimento Raspberry Pi 3 (comum ao Windows 10 IoT Core), Intel Edison e NXP Pico.
Ao fazer o lançamento oficial do Android Things 1.0, a Google também anunciou o suporte para os recentes SoM (System-on-Modules), baseados nas plataformas NXP i.MX8M, Qualcomm SDA212, Qualcomm SDA624 e MediaTek MT8516 e deixou já prometido, para os próximos meses, a apresentação dos primeiros dispositivos IoT, que utilizam o Android Things. Resta esperar para ver o que se segue.
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