Share the post "Angra do Heroísmo: a espantosa cidade que se ergueu das ruínas"
Localizada na costa sul da Ilha Terceira, Angra do Heroísmo é a capital histórica dos Açores e também sede da diocese de Angra. As suas ruas, monumentos e muralhas contam histórias, guardam tesouros e tornam imperdível a sua visita numa ida ao arquipélago.
Graças à sua localização geográfica e atmosférica, a cidade desenvolveu-se a partir do século XV e está associada aos Descobrimentos. Teve um papel fundamental na epopeia marítima e foi porto de paragem obrigatória das frotas de África e da Índia.
As sua urbanização apoia-se num modelo urbano renascentista, que inspirou as obras e construções como a Sé Catedral, a Igreja da Misericórdia ou as fortalezas.
Embora tenha sofrido com o terramoto de 1980, a cidade conserva um património arquitetónico e paisagístico sem igual, e o seu Centro Histórico foi classificado como Património Mundial pela Unesco em 1983.
Fique a conhecer melhor este destino!
A não perder em Angra do Heroísmo
A povoação de Angra do Heroísmo surge sobretudo no reinado de D. Manuel, tornando-se cidade no reinado de D. João III, em 1534. Este estatuto resultou do papel fundamental que desempenhou na Carreira da Índia, como escala atlântica.
Com uma enorme ligação à História do nosso país, Afonso VI de Portugal esteve aqui detido, nas dependências da fortaleza do Monte Brasil, entre 1669 e 1684. A cidade foi também sede da Academia Militar, de 1810 a 1832.
Como reconhecimento dos inúmeros serviços que a cidade prestou ao país, o Decreto de 12 de Janeiro de 1837 conferiu-lhe o título de “mui nobre, leal e sempre constante cidade de Angra do Heroísmo”.
Centro histórico
Segundo dados oficiais, o devastador terramoto de 1980 ocorreu às 15h42 (hora local) do dia 1 de Janeiro, estimando-se entre seis a sete dezenas de mortos e mais de 400 feridos.
O sismo causou sérios danos na Ilha Terceira e afectando Graciosa e São Jorge, atingindo uma magnitude de 7,2 na escala de Richter. Também se fez sentir nas ilhas do Pico e Faial, resultando numa fractura de deslize, algo típico no historial de sismos do Arquipélago dos Açores.
Mas três anos depois, Angra do Heroísmo renasceu dos escombros. O centro histórico foi recuperado com minúcia e saber, oferecendo ao visitante magníficos monumentos que, juntamente com a sua beleza natural e o seu interesse histórico, fazem desta cidade um sítio inesquecível.
Aqui, as casas pintadas de cores vibrantes trazem alegria aos habitantes, e nem as igrejas escapam.
No centro histórico acontece também a maior festa não religiosa, as Sanjoaninas. Esta festa, que acontece nos últimos dias de junho, remete ao século XVI e cada ano celebra uma temática diferente.
Sé Catedral de Angra do Heroísmo
A Igreja do Santíssimo Salvador da Sé, também conhecida como Sé de Angra do Heroísmo, está localizada no centro histórico de Angra do Heroísmo e é a sede do Bispado de Angra, que engloba todo o arquipélago dos Açores.
Foi reedificada entre 1570 e 1642, por ordem do Cardeal D. Henrique, com a ampliação da igreja de S. Salvador, construída em 1486. Parte do imóvel foi reconstruído (nomeadamente as torres, a fachada e o telhado) após os danos provocados pelo sismo de 1980.
Nessa catástrofe perdeu-se um vasto espólio artístico. No entanto, em 1993, passou a dispor de um grande órgão de três teclados manuais e pedaleira localizado no coro alto e composto de 1 586 tubos sonoros.
É uma das principais jóias da cidade e é mesmo de visita obrigatória.
Jardim Duque da Terceira
Este espaço verde da região, alberga diferentes tipos de vegetação, que o transformam num autêntico jardim botânico.
Um lago rodeado de flores e arbustos de composições geométricas, fontes e tanques com nenúfares habitados por rãs e peixes, árvores tropicais e orientais, bustos e estatuetas, passeios em calçada portuguesa, painéis de azulejos, um e um coreto, tornam obrigatória a sua visita.
Uma forma quase perfeita para conhecer a exuberância da flora dos Açores.
Alto da Memória
Cartão de visita da cidade, o Alto da Memória, ou Outeiro da Memória, é um obelisco que homenageia a passagem do rei D. Pedro IV pela Ilha Terceira, durante a Guerra Civil Portuguesa, entre 1828 e 1834.
Aqui juntou-se o exército que iria rumar ao continente, desembarcando na praia do Mindelo. Foi o princípio do fim da guerra civi em Portugal e do curto reinado de D. Miguel como rei de Portugal.
Situado no topo do Jardim Duque da Terceira, o obelisco foi erguido no local onde se encontrava o Castelo dos Moinhos, o primeiro castelo de defesa da cidade, construído em 1474. Uma lição de história.
Monte Brasil
Esta península formada a partir da erupção de um vulcão submarino na Ilha Terceira é muito procurado pelas paisagens de cortar a respiração que oferece.
Prepare-se para miradouros com vistas sob a cidade, as baías angrenses, os ilhéus das Cabras, a Serra de Santa Bárbara e as costas sudeste e sudoeste da Terceira.
Este vulcão teve origem no mar e a sua erupção criou uma angra, dando então origem à cidade de Angra do Heroísmo.
No Monte Brasil encontra-se implantado o Castelo de S. João Baptista, uma das mais vastas e importantes fortalezas filipinas, construídas no nosso país nos finais do século XVI.
Este local é ideal para uma relaxante caminhada depois de explorar a cidade, pelo percurso pedestre sinalizado e homologado pela Direção Regional de Turismo.
Numa próxima ida aos Açores, não deixe de explorar os mil e um encantos de Angra do Heroísmo, onde história, beleza natural e boa gastronomia o vão fazer desligar da realidade.