Share the post "6 tipos de ansiedade infantil: causas, sintomas e como lidar"
A ansiedade não é, em si, uma doença, mas sim uma reação a uma possível ameaça ou perigo. Porém, quando falamos em ansiedade infantil, referimo-nos a uma ansiedade que prejudica o bem-estar e o dia a dia da criança.
Ao contrário do que se possa pensar, a ansiedade infantil é relativamente frequente e pode interferir no desevolvimento, aprendizagem e relações dos mais novos. Assim, se não forem devidamente tratadas, estas complicações podem agravar-se já na idade adulta. Saiba mais.
6 tipos de ansiedade infantil
Importa explicar que a ansiedade infantil pode apresentar-se sob diferentes formas que devemos conhecer e distinguir.
Fobias
Os medos fazem parte do crescimento das crianças. Recear algo não é, em si, negativo. Porém, este pode ser um problema quando o receio se converte numa fobia, ou seja, num medo exagerado e incontrolável.
As fobias podem ter as mais diferentes origens (escuro, animais, barulhos,…) e podem condicionar em muito a vida da criança.
Ansiedade de Separação
Neste caso, este género de ansiedade manifesta-se quando a criança fica sozinha ou é afastada dos adultos que tem como referência (mãe, pai, avó,…).
Se de forma moderada esta reação pode ser considerada normal, importa ter em conta que, em algumas crianças, o afastamento dos pais é algo de muito doloroso para elas, suscitando medo e nervosismo.
Ansiedade Generalizada
Há crianças que não se coneguem abstrair de um problema ou preocupação, mesmo quando estão nas aulas ou a brincar com os colegas. Nestes casos, a gestão dos afazeres pode ser um desafio e o dia-a-dia pode tornar-se em algo doloroso e penoso para a criança.
Pânico
Algumas crianças podem ter crises de ansiedade tão intensas e profundas que acabam por desenvolver ataques de pânico.
Nessas situações, as crianças podem manifestar dificuldades em respirar, sentir as pulsações aceleradas e demonstrar dificuldade em explicar o que estão a experienciar.
Perturbação Obsessivo-Compulsiva
As crianças com este problema revelam pensamentos, sentimentos e comportamentos que não sabem justificar, mas que não conseguem eliminar da sua mente.
Geralmente, tratam-se de pensamentos negativos, que a criança tenta contrariar através da adoção de obsessões ou compulsões, isto é, ações que a criança tem de fazer para se sentir bem.
Stress Pós-Traumático
Muitas vezes, a ansiedade expressa pela criança tem origem em algum episódio que a marcou negativamente. Quanto mais traumático for esse acontecimento, mais difícil será para a criança superá-lo. É este o caso dos acidentes ou dos abusos, por exemplo.
Causas da ansiedade infantil
Como já adiantámos, são vários os motivos que podem explicar o desenvolvimento da ansiedade infantil. Entre os fatores de risco podem estar aspetos:
- biológicos;
- ambientais (familiares, experiências de vida, aprendizagens e questões cognitivas);
- individuais;
- genéticos;
- de temperamento.
Sintomas da ansiedade infantil
Os sintomas associados à ansiedade infantil são muito diversos e apenas devem servir de sinal de alerta quando se manifestam de forma prolongada, durante várias semanas, afetando negativamente o bem-estar e o quotidiano da criança.
Os sintomas de ansiedade infantil podem, ainda, ser dividos em quatro grupos: emocionais, físicos, comportamentais e pensamentos.
Emocionais
- Tristeza
- Medo
- Preocupação
- Sentimento de culpa
- Sensação de não ter valor
- Alterações repentinas de humor
Físicos
- Dificuldade em adormecer ou sono agitado
- Agitação
- Mãos e pés frios ou suados
- Sensação de “borboletas no estômago”
- Náuseas
- Alterações gastrointestinais
- Tensão muscular
Comportamentais
- Choro
- Isolamento
- Evitar novas atividades
- Estar sempre zangada
- Problemas de atenção, concentração, memória e tomada de decisão
Pensamentos
- Auto-crítica constante
- Pessimismo
- Perda de confiança e de auto-estima
Tratamento para a ansiedade infantil
Quando há suspeitas de que a criança pode sofrer de ansiedade infantil, então importa levá-la a um especialista que, nomeadamente através de terapia, seja capaz de resolver este problema.
Basicamente, ao mudar o modo como a criança pensa, é possível contribuir para controlar a sua ansiedade. Assim, é fundamental exercitar o pensamento positivo, ajudar os mais novos a compreenderem e a processarem as suas emoções, assim como dar-lhes ferramentas para aprenderem a lidar melhor com a ansiedade.
Como o adulto deve lidar com a ansiedade infantil?
Pais, educadores, familiares e professores devem estar unidos e criar uma rede de apoio e de suporte para as crianças que sofrem de ansiedade infantil, pois só assim é possível que elas superem este problema.
Eis algumas dicas do que deve fazer:
- Transmita confiança à criança e mostre-lhe como ela é capaz de superar os seus medos e ansiedades e ser bem sucedida nessa luta;
- Aceite as dificuldades e as limitações que a criança pode ter naquele momento;
- Mantenha-se paciente, resiliente e não desista, mesmo que as melhorias demorem a aparecer;
- Valorize as conquistas que a criança for alcançando;
- Elogie e reforce as qualidades da criança;
- Converse com a criança, ouvindo-a e demonstrando-lhe o seu apoio e preocupação.