Já por diversas vezes ouvimos dizer que não devemos apagar a luz da cozinha com muita frequência, em especial quando a divisão é iluminada por lâmpadas fluorescentes. Esta ideia tem por base o gasto de energia superior provocado pelo simples ato de ligar e desligar o interruptor de cada vez que nos deslocamos até essa zona da casa.
Mas será esta justificação plausível e motivo de ampla disseminação desta informação?
Apagar a luz quando sai da divisão: sim ou não
As lâmpadas fluorescentes, que normalmente encontramos nas cozinhas, atingem um pico de consumo no momento em que são ligadas.
Sejam as tubulares ou as compactas (mais recentes), este tipo de lâmpadas precisa desse pico de potência para arrancar mais rapidamente. Como tal, o gasto no momento de ligar a luz é um pouco superior ao que se segue quando a luz já está acesa e o consumo estabilizado.
Mas será isso razão suficiente para manter a luz ligada mesmo quando sai da divisão? Para desfazer as dúvidas, vamos então a um exemplo.
Feitas as medições numa lâmpada fluorescente compacta de 20 W, testada em ciclos durante os quais estava um minuto ligada e três minutos desligada, verificou-se que quando esta era ligada ocorria um consumo extra equivalente a 15 segundos de funcionamento normal. Contudo, se ficasse desligada por mais de 15 segundos, a poupança era superior.
Assim, a decisão de apagar a luz da cozinha com mais frequência deverá ser tomada em função do tempo que se vai ausentar da divisão.
Apagar a luz sempre que sai da divisão tem como maior desvantagem o facto de estar a diminuir o tempo de vida da sua lâmpada. Isto porque apesar de terem uma vida útil longa, as lâmpadas fluorescentes desgastam-se mais consoante o número de vezes que são ligadas.
7 dicas para poupar energia com a iluminação
De acordo com os especialistas, as lâmpadas de elevada eficiência energética, como são as lâmpadas fluorescentes compactas ou as fluorescentes com balastro eletrónico permitem reduzir o consumo de eletricidade em cerca de 80% e duram, em média, até 12 vezes mais. Pode, por isso, contar com uma menor despesa e com uma menor emissão de CO2.
Apesar do preço das lâmpadas fluorescentes compactas ter diminuído ao longo dos últimos 20 anos, altura em que foram introduzidas no mercado, o seu custo continua a ser um obstáculo à sua aquisição de forma generalizada.
No entanto, o preço de uma lâmpada fluorescente compacta acaba por compensar devido ao longo período de vida útil, tornando-se assim mais económica do que uma lâmpada incandescente convencional – a sua substituição é menos frequente e o consumo de energia é bastante menor.
Se quer reduzir os custos da iluminação em sua casa, siga os nossos conselhos:
1. Quando substituir as lâmpadas, opte por lâmpadas economizadoras. Como já explicamos, pode reduzir até 80% o consumo de energia elétrica na sua habitação.
2. Controle a limpeza das suas lâmpadas. Se as lâmpadas estiverem limpas serão mais eficientes, para além de mais luminosas.
3. Nos espaços que utiliza menos e onde sabe que não vai voltar tão depressa, evite deixar as luzes acesas.
4. A luz do Sol é gratuita e, por isso, aproveite-a e não a impeça de entrar em casa. Abra as persianas e as cortinas e no Inverno, além da luz, acumulará ainda o seu calor.
5. Opte por pintar as paredes de sua casa com cores mais claras – estas refletem melhor a luz e não obrigará a um maior consumo das suas lâmpadas.
6. Opte por uma iluminação localizada, como um pequeno candeeiro na sua secretária de trabalho, por exemplo. Esta é uma boa solução para iluminar apenas a área desejada em vez de iluminar todo o compartimento (exigindo, dessa forma, menos energia).
7. Se quer otimizar a iluminação de sua casa lembre-se que as lâmpadas fluorescentes tubulares são indicadas para utilização em cozinhas, casas de banho, garagens e arrecadações.
Lâmpadas de halogéneo? Já não estão à venda
A decisão de terminar com a venda de lâmpadas de halogéneo na União Europeia entrou em vigor no dia 1 de setembro de 2018. As lâmpadas incandescentes de halogéneo, apesar de serem as mais baratas, eram consideradas as menos eficientes do mercado. O objetivo desta iniciativa é “promover uma iluminação mais amiga do ambiente, reduzindo assim as emissões de carbono”.
A alternativa passa pelas lâmpadas LED, mais sustentáveis e baratas a longo prazo, que, de acordo com os especialistas, consomem um quinto da energia consumida pelas lâmpadas de halogéneo.
Segundo algumas simulações, a substituição de pelo menos sete lâmpadas incandescentes por fluorescentes pode gerar uma poupança anual de 93,19€.
Feitas as contas, em Portugal, a eliminação das lâmpadas de halogéneo irá evitar mais de 15 milhões de toneladas de emissões de carbono por ano, o equivalente ao consumo anual de eletricidade em todo o país.