Helena Peixoto
Helena Peixoto
19 Jul, 2023 - 11:04

Apneia do sono: o obstáculo para uma noite descansada

Helena Peixoto

Conheça os principais sintomas, causas e formas de tratamento da apneia do sono e melhore a sua forma de dormir definitivamente.

Mulher com apneia do sono

É daquelas pessoas que nunca dorme descansada? Tem a sensação que passou a noite toda acordado? Ressona? Uma hipótese é que pode sofrer de apneia do sono!

Trata-se de um distúrbio provocado pela obstrução das vias respiratórias que acontece durante o sono e que gera então a “paragem” da respiração.

Também conhecida por Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), esta doença pode afetar qualquer pessoa, apesar de ser mais comum em indivíduos com mais de 60 anos, com excesso de peso e fumadores.

E como se carateriza este distúrbio? A apneia de sono manifesta-se através de curtas e repetidas interrupções da respiração, que ocorrem porque os músculos das nossas vias respiratórias relaxam e os tecidos da parte de trás da garganta colapsam e bloqueiam a passagem do ar. 

Por norma estes episódios duram entre 10 e 30 segundos, mas existem alguns casos mais graves em que este tempo sem respirar pode ir até além de um minuto, provocando perdas na saturação do oxigénio no sangue. São estas perdas que levam a que a pessoa interrompa o sono, interrupções estas que podem ocorrer até 100 vezes durante uma noite!

E se existem pessoas que nem dão conta deste “despertar” para voltar a respirar, outras há que acordam subitamente com a sensação de estar a sufocar.

Tipos de apneia do sono

Existem três tipos, ou níveis de apneia do sono.

mulher que sofre de apneia do sono

Apneia obstrutiva do sono leve 

Quem sofre deste tipo de apneia pode ter cerca de 5 a 15 manifestações do problema por hora de sono, tem poucos sintomas associados e pouca sonolência diurna. Além disso, não se costumam registar complicações cardiovasculares.

Apneia obstrutiva do sono moderada

Já no caso da apneia obstrutiva do sono moderada, a pessoa, em cada hora de sono, passa por 15 a 30 situações de não respiração. Isto leva a que tenha bastante sono durante o dia, interferindo com as suas atividades do dia a dia e aumenta a probabilidade de ter acidentes e complicações arteriais. 

Apneia obstrutiva do sono grave

Este é o tipo de apneia mais grave. Um pessoa chega a sofrer mais de 30 eventos de apneia numa única hora de sono! Casos há em que quem sofre deste tipo de apneia, possa mesmo correr risco de vida pelo baixo nível de saturação de oxigénio no sangue. O risco de problemas cardiovasculares também aumenta exponencialmente. 

Causas

Este é um distúrbio muito comum, estimando-se que cerca de 20 a 30% da população adulta masculina e 10 a 15% da população adulta feminina sofram deste problema.

Apesar de não serem os únicos, podemos apresentar a obesidade, a idade avançada, o tabagismo, a história familiar e as alterações da anatomia das vias respiratória como os principais fatores de risco.

Sintomas

Os principais sintomas de pessoas que sofrem deste problema são os seguintes:

  • ​Despertar súbito com sensação de asfixia, engasgamento ou sufoco;
  • Despertar frequentemente com a boca seca ou com dor na garganta;
  • Períodos de interrupção da respiração durante o sono de pelo menos 10 segundos;
  • Mau humor ou irritabilidade generalizados;
  • Falta de memória e concentração;
  • Dor de cabeça logo pela manhã;
  • Falta de libido ou impotência;
  • Acordar com dores no peito;
  • Muitos pesadelos;
  • Necessidade frequente de urinar durante a madrugada.
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Tratamento

A pergunta que se coloca é: existirá uma solução ou tratamento para a apneia do sono? Uma solução simples, barata e eficaz que reduz os episódios de apneia do sono é exatamente a perda de peso. Evidências científicas comprovam que uma redução de apenas 4,5 Kg é suficiente para melhorar a situação de apneia de sono.

Um tratamento alternativo para apneia do sono e muito utilizado é a máscara nasal, que apresenta uma taxa de sucesso de 90-95%.

Semelhante a uma máscara de oxigénio, este dispositivo pressiona as vias aéreas e empurra o ar pelos tecidos inchados da garganta, o que permite uma respiração mais fluída.

No entanto, existe uma desvantagem muito apontada pelos utilizadores – a dificuldade de adaptação a ter uma máscara durante o período de sono.

Existe ainda a possibilidade de recorrer à cirurgia para remover o tecido obstrutor, cirurgia cuja taxa de sucesso se situa nos 50%.

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