Cláudia Pereira
Cláudia Pereira
21 Fev, 2025 - 15:00

Apoios a fundo perdido para startups: conheça as novas medidas

Cláudia Pereira

Empresas e projetos devem cumprir critérios rigorosos para aceder ao novo sistema de incentivos para startups. Saiba quem pode candidatar-se e os requisitos necessários.

O Governo português anunciou um novo Sistema de Incentivos à Competitividade das Startups, um programa que visa apoiar micro, pequenas e médias empresas (PME), incluindo startups de todos os setores económicos. Com apoios financeiros a fundo perdido de 10.000, 30.000 e 60.000 euros, este regime pretende impulsionar projetos inovadores nas áreas de investigação e desenvolvimento (I&D), inovação, competitividade empresarial, internacionalização e empreendedorismo. 

Três modalidades de apoio

De acordo com a Portaria n.º 49/2025/1, publicada em Diário da República, o novo sistema de incentivos contempla três modalidades principais:

  1. Voucher Deep Tech – Financiamento de 60.000 euros para capacitar empresas deep tech a participarem com sucesso em programas e iniciativas internacionais.
  2. Voucher Go to EIC Accelerator – Apoio de 10.000 euros destinado à apresentação de candidaturas à fase 2 do Accelerator do European Innovation Council (EIC), uma iniciativa europeia que apoia startups de alto potencial.
  3. Programa Start from Knowledge – Subvenção de 30.000 euros por candidatura aprovada, com o objetivo de incentivar a criação de startups no meio académico e promover a transferência de conhecimento científico e tecnológico das universidades para o setor empresarial.

Quem pode beneficiar destes apoios?

Este regime destina-se a PME e startups de todos os setores económicos que pretendam desenvolver projetos inovadores e fortalecer a sua presença no mercado.

Dentro do Programa Start from Knowledge, podem ser financiadas atividades como:

  • Participação em programas de ignição, incubação e aceleração.
  • Estudo, preparação e início de atividade empresarial.
  • Presença em eventos e feiras comerciais.
  • Desenvolvimento de estratégias de marketing.
  • Criação de projetos-piloto para demonstração de modelos de negócio, produtos ou serviços.
  • Projetos de investigação e desenvolvimento.

Quem pode candidatar-se?

As empresas que pretendam beneficiar deste incentivo devem:

  • Estar legalmente constituídas e habilitadas para exercer a atividade;
  • Ter a situação fiscal e contributiva regularizada perante a administração fiscal e a segurança social;
  • Manter contabilidade organizada, se aplicável;
  • Não ser consideradas empresas em dificuldade, conforme definido pelo Regulamento (UE) n.º 651/2014;
  • Possuir Certificação Eletrónica PME, de acordo com o Decreto-Lei n.º 372/2007;
  • Dispor dos recursos humanos e materiais necessários para a implementação do projeto;
  • Apresentar uma situação líquida positiva.

A maioria destes critérios deve ser cumprida no momento da candidatura, com exceção de:

  • A regularização da situação fiscal e contributiva, que pode ser feita até à assinatura do termo de aceitação;
  • A situação líquida positiva, que pode ser comprovada até ao encerramento do projeto.

Além dos critérios exigidos às empresas, os projetos apresentados devem:

  • Estar alinhados com os objetivos definidos nos avisos de candidatura;
  • Incluir toda a documentação necessária, cumprindo os prazos e condições estabelecidos;
  • Cumprir as normas legais e regulamentares nacionais e europeias.

Adicionalmente, podem ser definidos critérios específicos nos avisos de abertura das candidaturas, de acordo com a tipologia dos apoios disponíveis.

Como candidatar-se a este apoio do Governo?

As candidaturas são apresentadas através de avisos publicitados nas páginas da ANI – Agência Nacional de Inovação, S. A., e dos organismos que constituem as equipas técnicas de apoio, e submetidas através de formulário eletrónico a disponibilizar para o efeito.

Para mais informações sobre requisitos, prazos e candidaturas, consulte a Portaria n.º 49/2025/1 no Diário da República ou entre em contacto com as entidades responsáveis pela gestão deste programa.

Um passo estratégico para a economia

O Sistema de Incentivos à Competitividade das Startups faz parte do programa “Acelerar a Economia”, que integra 60 medidas destinadas a estimular a inovação, o investimento e a internacionalização das empresas nacionais mais promissoras.

Esta iniciativa surge num momento em que vários países europeus apostam no crescimento das startups e scaleups. Por exemplo, em Espanha, a Associação Espanhola da Economia Digital (Adigital) e a plataforma EsTech lançaram um Plano Nacional para a Escalabilidade, com foco no crescimento das startups tecnológicas e no reforço do diálogo entre o setor público e privado.

O novo sistema de incentivos português representa uma oportunidade valiosa para startups e PME que procuram financiamento para inovação, internacionalização e desenvolvimento tecnológico.

Com apoios substanciais e um foco claro no empreendedorismo e na competitividade, este programa pode fortalecer o ecossistema de startups em Portugal e posicionar o país como um hub de inovação ao nível europeu.

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