Share the post "Universidade de Stanford confirma: Apple Watch deteta problemas cardíacos"
A novidade foi introduzida com o Apple Watch 4, lançado em setembro de 2018: um dos relógios inteligentes mais famosos do mercado era capaz de fazer eletrocardiogramas. Mas, curiosamente, este modelo não fez parte da investigação, o que torna este estudo ainda mais interessante.
Apple Watch pode identificar problemas de coração
Em parceria com a Universidade de Stanford, uma das mais conceituadas instituições americanas, a Apple levou a cabo um estudo de investigação sobre a capacidade que os Apple Watch têm de medir a frequência cardíaca de um utilizador e, consequentemente, detetar problemas cardíacos.
O estudo foi financiado pela gigante tecnológica, que, em colaboração com a Universidade, colocou em estudo 419.297 utilizadores durante oito meses. As conclusões ainda não são definitivas, mas já apresentam dados interessantes.
Durante esse período, os relógios Apple detetaram inúmeros casos de irregularidades no batimento cardíaco dos utilizadores, afirmando que esses poderiam evoluir para sérios problemas cardíacos no futuro. No entanto, a investigação potenciou, também, alguns casos de falso alarme, ainda que não significativos.
A equipa de cardiologia da Universidade de Stanford foi a escolhida para “dar a car” por este estudo pioneiro. Já se sabia, contudo, que os Apple Watch eram um dos dispositivos que maior precisão tinham na medição do batimento cardíaco, sobretudo quando comparados com outros smartwatches.
Os modelos anteriores, que antecedem a versão 4 do dispositivo (lançada no ano passado), eram já certificados pela FDA, entidade que regula o uso de dispositivos médicos, mas nunca se pensou que fossem capazes de medir com tamanha precisão este tipo de dados.
Isto acontece porque, de facto, a capacidade de fazer eletrocardiogramas em movimento foi uma novidade melhorada e introduzida pelo Apple Watch 4, pelo que não se esperava que esta versão fosse excluída da investigação e apenas se tivesse em estudo os anteriores modelos.
Conclusões preliminares
Não existe, ainda, a fundamentação oficial que se espera de uma investigação do género, mas nem por isso se devem ignorar as conclusões obtidas até agora. Na verdade, durante a análise (que demorou 8 meses), foram detetadas irregularidades no batimento cardíaco de cerca de 2000 participantes.
Partindo do facto de que os Apple Watch são capazes de medir a frequência cardíaca através de um sensor embutido na parte traseira do relógio, e depois registar esses dados numa app própria do iPhone, estes utilizadores foram mais tarde notificados dessas mesmas alterações.
A esse aviso seguiu-se uma análise mais minuciosa e, digamos, mais “médica” no verdadeiro sentido da palavra: estas pessoas foram monitorizadas ao longo da semana seguinte através de elétrodos, colados ao corpo por parte de especialistas.
Um terço destas pessoas registou outras situações semelhantes, mas que não constituíram motivo de alarme para a equipa de cardiologia da Universidade de Stanford por se tratarem de episódios normais de batimento descoordenado.
Em comunicado, Mintu Turakhia, professor de Medicina Cardiovascular na Universidade de Stanford, considera este estudo uma grande mais-valia a longo prazo, uma vez que defende que dispositivos como o Apple Watch “podem ser usados para detetar condições como fibrilação auricular”.
De acordo com o especialista, estamos perante uma grande novidade no mundo da Medicina, até porque esta investigação vem introduzir um novo leque de vantagens que permite que um utilizador faça um eletrocardiograma e tenha acesso a dados fiáveis de uma forma imediata.
Tanto para pacientes como para profissionais, este estudo é visto como um “passo em frente” que introduz vantagens para ambos os lados. Ainda que, para o caso, o Apple Watch 4 não tenha sido considerado, espera-se que este modelo (mais recente) apresente resultados ainda mais precisos. Tal acontece porque esse relógio inclui dois sensores óticos ao contrário das versões anteriores, que apenas incluem um.
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