A partir de uma determinada fase da vida, a maioria das pessoas sonha ter uma casa independente, para ter novas asas e assumir novos voos e rotinas. Mas, hoje em dia, com o contexto económico-financeiro e social, esse sonho nem sempre é fácil de realizar. De modo geral, existem duas soluções: arrendamento jovem ou crédito habitação. Vamos saber mais sobre este tema?
Ambas têm vantagens e desvantagens associadas, pelo que deve estudar ambas as situações muito bem e assim melhor perceber qual a melhor alternativa para o seu caso em concreto. Até porque o que é o melhor para o seu melhor amigo, por exemplo, pode muito bem não ser o mais indicado para si.
Arrendamento jovem ou crédito habitação: compare e decida
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades – já dizia o ditado e muito bem. Se há cerca de duas ou três décadas a compra de casa era a solução mais procurada, até há cerca de um ano houve um boom na procura por arrendamento – as condições de acesso ao crédito estavam muito más e os bancos praticamente não emitiam créditos.
No entanto, com a melhoria da recessão económica, hoje em dia já é fácil encontrar instituições bancárias que proponham bons créditos. Este fator, aliado à grande inflação dos preços dos arrendamentos, acabou por inverter novamente a tendência.
Mas, se falarmos especificamente do arrendamento jovem – o programa chamado porta 65 -, os itens que entram na equação são outros e podem justificar que opte por esta via. Vamos tentar perceber tudo desde o início?
Crédito habitação: o que tem de saber
Se há cerca de um ano e meio atrás as condições para um crédito habitação eram quase impossíveis de suportar, atualmente já há alguns bancos com condições de crédito habitação atrativas.
No caso dos públicos mais jovens existem algumas campanhas de crédito habitação jovem, onde existem ainda algumas vantagens acrescidas. Nestes casos, as grandes vantagens prendem-se com os prazos do empréstimo que podem atingir os 40 ou 50 anos, desde que, no final do prazo, a idade dos titulares seja inferior a 75 ou 80 anos.
Além disso, algumas instituições oferecem aquilo que se chama período de carência durante os primeiros meses, que consiste essencialmente no pagamento exclusivo dos juros do montante, tornando a prestação bem mais baixa. Esta condição acaba por ser uma grande vantagem sobretudo se ainda vai mobilar e equipar a casa.
Neste momento, há instituições financeiras a oferecer o spread e juros mais baixos do mercado dos últimos anos. A nossa recomendação é a seguinte: peça propostas de crédito habitação a todos os bancos! Não tem nada a perder e consegue garantir que parte para a solução mais benéfica. Afinal, em vez de uma cópia de cada coisa, apenas tem de tirar umas cinco ou seis. No final, compensa!
E não se esqueça de uma questão muito importante: um crédito habitação é um compromisso sério – não é para a vida, mas quase! Claro que a qualquer momento pode tentar vender a casa e, assim, liquidar o empréstimo, mas convém que tome a decisão com clareza de pensamento e com a convicção de que é mesmo essa a casa que quer para si.
Arrendamento jovem: pode ser a solução certa!
O arrendamento jovem tem como principal aliado um programa do Estado, o Porta 65, cujo objetivo é incentivar estilos de vida mais autónomos, reabilitar área urbanas degradadas e estimular o mercado de arrendamento.
Como funciona? Basicamente, o Estado comparticipa com uma determinada percentagem o valor da renda. Para chegar a este valor são ponderados pontos como os rendimentos dos candidatos, a tipologia da casa, localização da mesma e ainda agregado familiar.
Existem quatro períodos de candidatura por ano: dois períodos consecutivos em abril, um período em setembro e um período em dezembro, sendo que cada um tem, no mínimo, a duração de 15 dias.
Este programa pode ser usufruído durante um período máximo de cinco anos e é por isso uma boa alternativa para jovens que vão viver sozinhos ou em casal pela primeira vez. Com esta poupança, consegue juntar dinheiro para outros projetos ou, inclusive, para uma entrada numa casa própria! Saiba mais sobre o Porta 65 aqui.
Arrendamento jovem ou crédito habitação: afinal, qual escolher?
Esta decisão terá mesmo que ser tomada por si. Coloque todos os pratos na balança e logo vai perceber o que será o mais indicado.
Se não quer ter o ‘peso’ de um contrato de muitos anos, talvez o Porta 65 seja mais indicado para si. Além disso, um outro exercício que lhe pode ser útil é o cálculo da sua taxa de esforço: divida o seu rendimento bruto anual por 12. A este resultado, divida o valor da sua prestação. Quanto menor a taxa, melhor, ou seja, mais equilibradas estarão as suas finanças. 30% é a taxa ideal. Não sendo possível este valor, a taxa nunca deve ultrapassar os 45% ou 50%.
E porque não começar pelo arrendamento jovem e depois, então, avançar para um crédito habitação? Desta forma conseguirá ‘testar’ a sua vida enquanto pessoa independente, com despesas e tarefas só para si. Correndo bem, avança para uma situação mais definitiva. Arrendamento jovem ou crédito habitação? A última decisão é sempre sua, já sabe!
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