O território que constitui o Pinhal Interior revela-nos vários indícios de ocupação humana que remonta a tempos pré-históricos, assumindo, muitas delas, a forma de gravuras que foram cravadas na rocha. A arte rupestre das Aldeias do Xisto constitui um inestimável património histórico e arqueológico deste território, oferecendo grandes potencialidades ao nível da promoção turística.
Dois desses conjuntos de gravuras já identificados são o Poço do Caldeirão (Barroca, Município de Fundão) e Chãs d’Égua (Piódão, Município de Arganil), encontrando-se já em avançado estado de estudo, levado a cabo por entidades nacionais com autoridade na matéria. Este é, sem dúvida, um projeto global de promoção de uma rede específica da Arte Rupestre, localizada no Pinhal Interior.
A surpreendente arte rupestre nas Aldeias do Xisto
Vale de Chãs d’Égua
Esta freguesia do Piódão está integrada no Concelho de Arganil, Distrito de Coimbra. Com os seus 3.609 hectares, é a mais extensa das 15 freguesias deste concelho, assim como a menos densamente povoada. No Vale de Chãs d’Égua, pode deparar-se com rochas, incluídas num conjunto arqueológico mais vasto.
Os motivos gravados encontram-se quase sempre em superfícies de afloramento bem visíveis, existindo uma evidente relação entre as rochas onde estão inscritos e locais visualmente privilegiados (como vales, cursos de água, montes e rotas de comunicação), com o objetivo de marcar simbolicamente um determinado território.
A maior partes destas gravuras rupestres localiza-se em duas áreas distintas: Vale de Chãs d’Égua e em zonas de cumeada/meia encosta, viradas para o rio Ceira. Na verdade, há fortes indícios de que a estas diferentes localizações correspondem também diferentes cronologias. No primeiro caso, seria o período entre o fim do Neolítico e o Bronze Final. No segundo caso, diria respeito ao período entre o Bronze Final e a 1ª Idade do Ferro. A arte rupestre encontrada neste território é maioritariamente de tipo esquemático.
Poço do Caldeirão
O Poço do Caldeirão localiza-se na Barroca, Aldeia do Xisto, onde se continua a viver num ambiente rural. A paisagem em volta é enquadrada pelo pinhal e pelas pirâmides das escombreiras da Lavaria do Cabeço do Pião, já pertencentes às Minas da Panasqueira.
No caminho até ao Rio Zêzere, descobrem-se antigos moinhos, antes de se atravessar a ponte pedonal para a outra margem, onde surgem logo mais exemplares de arte rupestre das Aldeias do Xisto, gravados na rocha há milhares de anos. Existem duas rochas xisto-grauváquicas, decoradas com gravuras rupestres de clara tipologia paleolítica, com representações de equídeos e caprídeos, com data de entre 20.000 e 15.000 anos a.C. Enquadram-se nas fases antigas do ciclo rupestre do Vale do Côa.
No entanto, mais podem ser encontradas, como é o exemplo de uma rocha de superfície horizontal na qual foram gravadas por picotagem três figurações de cavalos, todos orientados para a direita. Os animais não estão completamente figurados, sendo representados em atitude de salto como se saíssem do interior da rocha, uma característica bem conhecida na arte paleolítica. Numa outra rocha, estão gravadas por picotagem fina duas representações de cabras.
Visite as Aldeias do Xisto e surpreenda-se!
São, de facto, gravuras surpreendentes, que não pode mesmo deixar de visitar. A arte rupestre das Aldeias do Xisto é, efetivamente, um património imperdível, que fascina todos os seus visitantes. Já conhece a plataforma de booking das Aldeias do Xisto?.
Veja também: