O pronto pagamento há muito que deixou de ser uma moda e parece até que, nos dias que correm, recebe cada vez menos atenção.
Na verdade, sempre que vai às compras parece que o pronto pagamento é o que se espera de si, que é quase uma obrigação e não uma opção sua num mercado onde o que não falta são ofertas de crédito e de pagamento parcelado. Mas sabia que o pronto pagamento pode ser o seu melhor amigo num processo de negociação?
O pronto pagamento em compras diárias
Já não é um hábito muito popular, mas ainda existem estabelecimentos comerciais onde os clientes podem ter uma “conta” – o registo dos bens que vão comprando ou consumindo e que vai acumulando para pagarem no final do mês.
A prática parece inocente, mas assume outros contornos se pensar que ninguém dá nada a ninguém e que os donos destes estabelecimentos têm de adiantar do bolso deles para permitir aos clientes que paguem depois – porque os fornecedores não são solidários com o regime de “calote”. Assim, é fácil de entender que os comerciantes só aceitem o pagamento mensal se ganharem algo com isso.
O que ganham é que, muitas vezes, os preços são inflacionados para compensar o comerciante pelo adiantamento. Se todos os clientes optassem pelo pronto pagamento, o esforço necessário para manter em dia as contas com os fornecedores era muito menor e o comerciante não precisava de compensação adicional. Já viu a diferença que uma coisa aparentemente tão pequena pode fazer?
Por outro lado, é preciso lembrar que também há comerciantes que gostam de compensar os clientes pela fidelização e que, muitas vezes, fazem um desconto no valor final quando o cliente vai pagar o calote. Nestes casos, o pronto pagamento pode acabar por ter o efeito contrário ao pretendido, porque não alimenta a relação de confiança e fecha a porta aos “descontos de amigo”.
O pronto pagamento em compras online
Se costuma fazer compras pela Internet sabe que o cartão de crédito é rei nas transações virtuais. Dos portais mais conhecidos aos mais pequenos, tudo funciona a crédito – mas estas operações têm um custo acrescido e ele é sempre suportado pelo cliente, ou seja, por si.
Quanto a opção existe, escolher o pronto pagamento é uma forma de evitar os custos adicionais associados às operações de crédito e pagar menos pelo mesmo produto. Nestes casos, o pronto pagamento pode fazer-se por transferência bancária ou por pagamento de serviços no Multibanco.
No entanto, também aqui há perigos: optar pelo pronto pagamento é entregar o dinheiro todo nas mãos do vendedor sem ter ainda o produto garantido do seu lado – e quando o vendedor não é honesto esta é a forma mais fácil de cair no conto do vigário. Arrisca-se a pagar por um produto ou serviço que nunca terá.
O pronto pagamento em compras de valor elevado
Nestes casos é mais do que comum o pronto pagamento dar direito a um desconto adicional – sobretudo em casos em que o produto é customizado ou feito de propósito para si.
O vendedor não quer arriscar fabricar um produto e depois não o vender, ficando com um stock difícil de escoar, por isso, quanto mais garantias lhe der maior vai ser o agradecimento que recebe em troca.
Ainda assim, o pronto pagamento neste tipo de compras significa assumir o risco do vendedor e mais alguns extra – é que se o produto final não for exatamente o que pediu vai ter muita dificuldade em conseguir que seja substituído ou em reaver o dinheiro que pagou.
O pronto pagamento nas compras de imóveis
Acabamos com a área onde o pronto pagamento é menos comum, mas é o verdadeiro unicórnio dos negócios: se vai comprar casa e consegue pagar a pronto, pode sentar-se numa poltrona confortável e ficar a ver o preço a cair.
Tomara a todos os vendedores de imóveis que os clientes pagassem a pronto! Entregar o dinheiro certo na mão do vendedor, sem “ses”, sem condições, sem limitações… é coisa para lhe render um desconto de vários milhares de euros.
O pronto pagamento não é muito valorizado, mas pode ser a sua arma mais forte num processo de negociação. Sempre que puder, opte por esta via. Vai fazer negócios mais rápidos e notar que os vendedores o tratam de forma mais simpática – o que, em última análise, resulta sempre em preços mais pequeninos.
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