Share the post "Autismo infantil: sinais de alarme, diagnóstico e tratamento"
O autismo infantil é uma perturbação no desenvolvimento normal da criança que se manifesta de forma precoce, sendo possível, na maioria dos casos, fazer um diagnóstico entre os 18 e os 36 meses de idade.
Este problema caracteriza-se, essencialmente, por défices em três domínios: interacção social, comunicação e imaginação/capacidade simbólica. À medida que os anos vão avançando, evolui e assume diferentes contornos.
Segundo se pode ler na página da Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo (APPDA), esta perturbação desenvolve-se em cada criança de forma diferente, pelo que é importante uma observação cuidada para identificar as principais necessidades.
Assim, com um diagnóstico precoce é possível fazer também uma intervenção adequada, que é essencial no desenvolvimento da criança.
Características e sinais de alarme do autismo infantil
A APPDA evidencia alguns sinais de alarme a ter em conta no caso do autismo infantil que devem ser identificados, regra geral, até aos 18 meses.
1. Isolamento: falta de interesse pela relação com os outros;
2. Ausência de jogos de imitação: dizer adeus; jogo do cu-cu, etc.
3. Ausência do jogo do faz de conta: o brinquedo não é usado na sua função simbólica;
4. Ausência da atenção partilhada: não chama a atenção do outro para objetos ou acontecimentos, não mostra “dói-dói”, nem vai mostrar um brinquedo;
5. Ausência de apontar protodeclarativo: não usa o dedo para apontar no sentido de partilhar interesse/ mostrar alguma coisa;
6. Apontar protoimperativo: usar o dedo para apontar mas com o objetivo de pedir/ exigir algo.
As crianças com autismo apresentam também um aparente alheamento relativamente ao meio e não mostram interesse no contacto com os outros. Quando interagem com outras crianças ou adultos, geralmente, fazem-no de forma adequada.
Outros sinais a ter em atenção:
1. Atrasos na linguagem: muitas vezes, são dos primeiros sinais de alarme para os pais;
2. Alterações do sono: dificuldade em adormecer ou acordar várias vezes durante a noite;
3. Alterações do choro: mais abundante ou, por outro lado, praticamente inexistente;
4. Comportamentos repetitivos (quando o bebé começa a gatinhar): por exemplo, movimentar a cabeça para os lados ou bater palmas.
Mais tarde, outras manifestações de autismo incluem, por exemplo, a chamada “fala de papagaio” (repetição), diminuição da expressividade facial e gestos inadequados, o interesse restrito por determinados objetos (como um brinquedo em particular), ações ou temas amplos e a dificuldade de adaptação à mudança de rotinas.
Causas do autismo infantil
Ainda não se sabe exatamente o que está por trás do autismo. De acordo com um artigo sobre o tema publicado no portal Metis, a causa parece resultar de “uma combinação complexa de fatores genéticos, pré-natais (como alterações hormonais, exposição a substâncias tóxicas e infeções), relacionados com o parto (como a prematuridade, baixo peso, infeções e traumatismos) e também psicológicos”.
Diagnóstico e tratamento do autismo
Diagnóstico
Na presença de sinais de suspeita, a criança poderá ser avaliada num centro multidisciplinar de Pedopsiquiatria e Pediatria do Desenvolvimento. Os especialistas irão avaliar o comportamento com base num conjunto de critérios estabelecidos.
É pertinente fazer um despiste em relação à capacidade auditiva e aos atrasos de linguagem, uma vez que podem não estar relacionados com o autismo.
Como já foi preferido, quanto mais precoce for o diagnóstico, mais rapidamente se inicia a intervenção. Esta deve começar, de preferência, antes dos períodos do desenvolvimento infantil que são mais propícios à aquisição de determinadas capacidades.
Tratamento: que opções existem?
Muito embora ainda não exista uma cura para o autismo, há uma série de estratégias de intervenção, sobretudo ao nível educacional, para ajudar no desenvolvimento da criança nas competências de comunicação, por exemplo.
Existem também alguns fármacos que podem ser úteis no controlo de alguns sintomas, como a ansiedade, hiperatividade e as alterações do sono.
Há ainda vários estudos que validam a importância de atividades complementares como a música, a arte, a dança e o contacto com animais. Estas constituem oportunidades de comunicação e vão favorecer a estimulação dos sentidos, apresentando benefícios físicos e emocionais, reduzindo a ansiedade e aumentando a autoconfiança.
A seleção da melhor abordagem a fazer vai depender de cada caso. Estas estratégias podem não ser uma cura, mas são fundamentais para a qualidade de vida de uma criança com autismo.
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