Avaliar prata, tal como qualquer outro metal precioso, é um processo aparentemente simples. Por norma, dirigimo-nos a uma joalharia/ourivesaria, a um laboratório de contrastaria ou a um perito/classificador/avaliador para conseguirmos ficar com uma ideia do valor da(s) peça(s) que temos em mãos.
Todavia, antes de o fazer, é sempre conveniente estar a par das principais características da prata (por exemplo, do seu nível de pureza), sobretudo para garantir o valor real da(s) sua(s) peça(s) num eventual negócio. Este valor depende muitas vezes não só da composição da liga de metal de que é feita a peça, mas também de um conjunto de outros factores, os quais se enquadram nos critérios de avaliação. Estes critérios influenciam significativamente o valor das peças.
7 principais critérios para avaliar prata em território nacional
1. Pureza da prata
Por ser considerada um metal versátil, a prata é utilizada em diversos ofícios e na produção de diversos tipos de peças: joias; cunhagem de moedas; instrumentos musicais; objetos de decoração; utensílios; acessórios; entre outros.
No caso das jóias, por exemplo, o seu valor é calculado mediante a percentagem de prata existente na composição da liga metálica de que é feita a jóia – e que determina o seu grau de pureza. O tipo de prata mais utilizada na joalharia e na ourivesaria, conhecida por “prata de lei”, é a prata 950 e 925. Isto quer dizer que, no primeiro caso, a peça é constituída por 95% de prata e 5% de cobre; no segundo caso, 92,5% de prata e 7,5% de cobre.
A liga metálica composta por estes dois metais confere à jóia uma resistência e dureza que a prata pura não tem. Quanto maior for a percentagem de prata, mais valor tem a peça, pois maior é o seu grau de pureza.
2. Cotação da prata
Na qualidade de metal precioso, a prata é cotada em bolsa. Assim sendo, tem que ter em consideração que esta cotação não é fixa e pode variar com frequência. Para avaliar prata, por norma, assume-se a cotação média do dia em que procede à avaliação da(s) peça(s).
3. Marcas de contrastaria
A marca de contraste tem como principal objectivo garantir a qualidade da liga de metal (prata e cobre) de que é feita a peça.
De acordo com o INCM, a marca de contrastaria “reproduz uma marca de garantia do toque legal dos artigos com metais preciosos, ou assinala determinadas circunstâncias, e identifica a contrastaria que o utiliza pela definição do perímetro, que consiste, respetivamente, numa figura curva, ou num octógono irregular simétrico, consoante se trate das Contrastarias de Lisboa ou do Porto.”
No caso da prata, e de acordo com a mesma fonte, esta marca é “uma cabeça de águia (voltada para a esquerda nos toques legais iguais ou superiores a 925 milésimas e para a direita nos toques legais iguais ou inferiores a 835 milésimas)”.
4. Raridade da peça e interesse histórico
Tal como o critério indica, peças antigas, raras ou com um eventual interesse histórico têm mais valor no mercado. Se possui peças que obedeçam a este critério certifique-se que tem a documentação necessária para comprovar a sua origem (por exemplo, documento de compra e/ou algum tipo de certificado/documento/literatura que permita catalogar a peça em determinado período histórico).
5. Concepção da peça
Este critério faz referência às características artesanais da(s) peça(s). A minúcia dos trabalhados, utilização de outros materiais para além da prata ou a autoria de artesãos de renome conferem maior valor à(s) sua(s) peça(s). Este tipo de elementos são analisados caso a caso.
6. Estado de conservação
As peças em prata são muito susceptíveis às condições do lugar onde se encontram guardadas e à passagem do tempo. Por exemplo, se as peças em prata que possui estiverem em contacto com outras peças de metal, o processo de oxidação será muito mais rápido. Se as peças estiverem muito marcadas e num mau estado de conservação, menos valor terão.
7. Valor de peças semelhantes no mercado
Para avaliar prata precisa também de saber que a procura por determinado tipo de peças influencia o valor comercial das mesmas. Num contexto de crise económica e de um novo paradigma no que toca ao gosto das novas gerações de consumidores, este valor pode ser substancialmente diferente do que aquele de há uma década atrás.