Já imaginou baixar para metade ou mais – de um mês para o outro – a sua fatura de eletricidade? É simples: basta mudar de empresa de eletricidade.
Sei que isto lhe pode fazer muita confusão, mas neste momento (nos primeiros meses de 2023) a maior poupança está nas empresas mais baratas do mercado que têm tarifários indexados.
O português típico foge a 7 pés de qualquer mudança. Isso acontece também no que diz respeito à eletricidade. Parece que estão casados com as empresas de eletricidade, os bancos, as seguradoras, etc. Quem tem essa atitude normalmente fica a perder porque deixa escapar as oportunidades que a concorrência oferece. Há sempre alguém disposto a oferecer-lhe o que você quer ao melhor preço. Mas tem de procurar e mudar.
Só para ter uma ideia, a diferença entre o tarifário mais barato e o preço do mercado regulado (SU Eletricidade) em alguns dos últimos meses chega a ser muito mais do dobro. Sim, 50% mais barato! Há pessoas que estavam a pagar 100 euros ou mais por mês e que passaram a pagar 20 ou 30 euros, com o mesmo consumo.
Baixar a fatura de eletricidade: olhe para os tarifários indexados
Neste momento, os tarifários indexados de eletricidade são novamente os melhores do mercado. Para quem não sabe, os tarifários de eletricidade indexados são aqueles em que você paga a eletricidade a “preço de fábrica” (na origem – chama-se OMIE – onde todos os fornecedores a compram para a vender a si) e paga uma pequena margem de lucro a esse fornecedor.
Qual é o risco que corre? É que se a eletricidade subir repentinamente de preço na origem, nesse mês você vai pagar muito; mas se a eletricidade baixar muito você vai também poupar muito. É o que está a acontecer neste momento em que escrevo esta crónica. A eletricidade está quase de graça. Em março, o preço do kWh foi de 2 cêntimos. No mercado regulado está a cerca de 16 cêntimos. vê a diferença?
O mecanismo de ajuste MIBEL (que soma a este preço) também está a zero há vários meses. Portanto, o risco dessas subidas neste momento é reduzido.
O kilowatt/hora, para quem não sabe, é cada conjunto de 1.000 watts que você consome. Por exemplo, se usar um aspirador que tem uma potência de 1.000 W, se aspirar durante uma hora, vai gastar 1 kWh. Aspira na mesma, mas se for cliente de uma empresa vai pagar 4 ou 5 cêntimos, se for cliente de outra vai pagar – pelo mesmo consumo – mais do dobro ou o triplo. É por isto que é tão importante mexer-se e estar atento aos preços da eletricidade no mercado e mudar sempre que encontrar mais barato.
Pode pensar que 14 ou 16 cêntimos não é um valor relevante, mas se multiplicar por 300 kWh (é um consumo normal de uma família com filhos) estamos a falar de 48 euros, mais 23% de IVA, passa para 59 euros (fora todas as taxas e outros impostos).
Estar informado é a chave para poupar
A maioria dos portugueses gosta de saber com o que conta e detesta surpresas, por isso normalmente prefere pagar mais mas ter a garantia de saber o que vai acontecer. Mas o que lhe quero chamar a atenção nesta crónica é que a informação é a chave para fazer uma boa gestão financeira das suas finanças pessoais.
O importante, nesta fase de inflação altíssima, é não desperdiçar 1 euro que seja. Se pode pagar 30, porque é que prefere pagar 80? Só porque sim?! Não fica fidelizado. Assim que o preço subir, sai e regressa aos que forem melhores nessa altura.
Como acompanhar o preço da eletricidade?
Como é que pode ir acompanhando o preço da eletricidade? Basta ir www.omie.es e ir vendo de vez em quando se o preço da eletricidade no tal OMIE começa a superar os 180 €/MWh (o equivalente a 18 cêntimos o kWh). Se a média mensal chegar a esse valor é só voltar para a sua empresa antiga. Até que isso aconteça estará a poupar dezenas e dezenas de euros por mês.
Se poupar 60 euros por mês durante 10 meses são 600 euros que ficam no seu bolso que o podem ajudar a suportar, por exemplo, o aumento de 100 euros na sua prestação da casa durante meio ano.
Como encontrar empresas que têm tarifários indexados de eletricidade?
Para encontrar as empresas que têm tarifários indexados use o simulador da ERSE ou pesquise no google “tarifários eletricidade indexados”, contacte as empresas e compare o preço do kWh que está a pagar com os preços que lhe oferecerem.
Quem não fizer nada, vai pagar o mesmo que paga agora e vai ficar a queixar-se de que o dinheiro não lhe chega para o que precisa.
Muitas vezes, parte da culpa é nossa por causa dos nossos medos infundados e inércia. Obviamente, se aderir a um destes tarifários tem de estar permanentemente atento para sair antes dos preços deixarem de compensar. Se estiver na disposição de ter esse “trabalho” pode poupar centenas de euros este ano.