A diminuição do crédito concedido e o aumento do crédito malparado são alimentados pelo aumento do desemprego, aumento de impostos e a redução de rendimentos, situação esta que ainda se deve manter durante algum tempo, devido ao estado débil da nossa economia.
O corte ao financiamento das famílias e das empresas está a ser drástico e prova disso é que os principais bancos baixaram o crédito em oito mil milhões de euros, no espaço de um ano, sendo que só no terceiro trimestre verificou-se um corte de 4 mil milhões.
O corte foi tão significativo neste período porque coincidiu com a altura em que os bancos começaram a pôr em prática as estratégias de desalavancagem, previstas no memorando assinado em Maio entre Portugal e a ‘troika’.
Outra realidade é que de acordo com dados do Banco de Portugal, os bancos têm em carteira 11,29 mil milhões de euros de “cobranças duvidosas”, sendo este o nível mais elevado desde que há histórico, ou seja, Dezembro de 1997.
Pelo crédito malparado são principalmente responsáveis as empresas. Já no segmento familiar, o crédito habitação, pelos valores altos que lhe estão associados é também o que reúne maior incumprimento.
Só no final de cada trimestre é que os valores do crédito malparado registam algumas quebras, pois é nessa altura que os bancos vendem carteiras de crédito e portanto, o malparado acaba por ficar camuflado.