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O recurso a bicicletas elétricas (e-bikes) são uma alternativa viável e útil para a saúde e para a carteira. Isso é um facto. Porém, como todos os veículos de transporte necessita de cuidados de preservação. Neste caso em concreto, é necessário um cuidado maior com a bateria das bicicletas elétricas.
Aliás, o este cuidado com as baterias pode ser considerado fulcral e o aspeto mais importante para a manutenção da sua e-bike. Afinal, se a parte motora não funciona, de que vale a pena ter uma bicicleta eletricamente assistida?
Não obstante, deve ter-se em atenção os cuidados com a regulação da pressão dos pneus e do seu estado, bem como com a higiene e limpeza da transmissão e do quadro, tal como todos os outros elementos que compõem as bicicletas elétricas.
Tipos de bateria das bicicletas elétricas
Antes de explicar os cuidados a ter, é necessário salientar que a bateria das bicicletas elétricas pode ser fabricada a partir de quatro tipos de materiais diferentes. Entre as opções, encontram-se:
- Chumbo (Gel): Normalmente são as baterias mais baratas, mas também muito pesadas (10 kg para uma bateria de 48V/10). Alem disso, têm a menor densidade energia (75Wh/g) e são excecionalmente sensíveis ao frio;
Níquel (Ni-MH): Apesar de mais leves do que as baterias de chumbo, são ainda assim mais pesadas que os outros dois tipos. A grande contrariedade é o facto de possuírem o chamado “efeito de memória”, sendo a auto descarga bastante elevada (cerca de 30% por mês); - Iões de Lítio (Li-lon): São a opção com maior densidade de energia (150 Wh/kg), originando um peso inferior a 4kg para uma bateria de 36/V10A. Ao contrário da solução anterior, não possuem o “efeito memória” e a auto descarga é baixa – 5 a 10% por mês;
- Polímeros de Lítio (Li-Pol): com uma densidade de energia semelhante à opção anterior (130 Wh/kw) e também um peso semelhante (cerca de 4kg numa bateria de 36/V10A) tem como principal vantagem o facto de serem menos sensíveis a temperaturas altas e baixas, assim como uma menor auto descarga – 5%.
Cuidados a ter com a bateria das bicicletas elétricas:
Os dois tipos de baterias mais comuns são a baterias de Iões de Lítio e de Polímetros de Lítio. No entanto, caso opte por uma bateria feita de Níquel, o seu principal cuidado terá de ser com a forma como carrega a bateria.
Afinal, como dito anteriormente, nestes casos há o “efeito memória” que é um efeito de histerese. Ou seja, a bateria “memoriza” os ciclos de carga e descarga anteriores, principalmente no caso de ciclos parciais (quando carregar uma bateria sem que esta esteja completamente descarregada, ou quando não a carrega totalmente).
O efeito memória pode causar uma diminuição do desempenho da bateria e da autonomia da mesma. Portanto, evite carregar antes de a bateria ficar totalmente descarregada e nunca a carregue só parcialmente.
Em relação às baterias de Lítio os cuidados a ter com as mesmas estão relacionados com o desgaste natural da bateria, sendo que, em ambos os casos, as medidas de prevenção são idênticas:
- Evitar uma descarga completa: Ao contrário das baterias de níquel, que por causa do efeito de memória, necessitam ser utilizadas no seu ciclo completo, as baterias de Lítio não tem essa característica. Antes pelo contrário, o recurso à bateria durante a circulação quando a mesma está nos limites de autonomia pode causar um stress desnecessário e que diminui a sua longevidade e desempenho;
- Armazenar em locais com uma temperatura amena: As baterias podem ser retiradas da bicicleta, o que facilita o seu armazenamento. Temperaturas inferiores a 10% costumam diminuir o desempenho e autonomia de uma bateria de lítio. Embora, caso volte a “aquecer”, à partida o desempenho e autonomia tenham tendência a regressar à normalidade, tenha especial cuidado como guarda a bateria principalmente no Inverno. Já a exposição ao calor elevado (principalmente o do Verão) provoca exatamente os mesmos problemas, só que de forma irreversível;
- Evitar a exposição à luz solar: Não é só o calor que provoca a diminuição da autonomia e do desempenho. Também a exposição direta aos raios solares, acaba por causar os mesmos problemas que as temperaturas quentes;
- Proteja a bateria da chuva: Uma vez que estamos a falar de um sistema elétrico, não exponha a bicicleta à chuva. Pode causar danos irreparáveis na pior das hipóteses. Portanto, o ideal é guardá-la num local abrigado ou então colocar um protetor sobre a bateria e todo o sistema elétrico. Ao contrário das restantes, esta dica não é exclusiva aos modelos de lítio.
- Não a mantenha parada muito tempo: A bateria das bicicletas elétricas necessitam de um uso constante. Caso contrário entrarão em auto descarga (cerca de 5 a 10% por mês). De modo a evitar complicações derivadas de uma descarga completa (mesmo sem a utilizar a bateria, o stress provocado pela descarga completa é prejudicial à mesma), não fique mais de dois/três meses (as opiniões variam consoante especialistas) sem a utilizar. Se o tiver de fazer, faça uma pequena carga antes e no final desse tempo. Faça as contas, se não a utilizar durante três meses, a sua autonomia baixará um máximo de 30%. Para precaver, não a deixe ir abaixo dos 20%. Logo, mantenha-a com uma autonomia superior a 50% quando souber que a vai deixar parada muito tempo;
- Verifique a pressão dos pneus: As bicicletas elétricas são, como dito anteriormente, eletricamente assistidas. O seu uso está condicionado a um apoio ao uso da pedaleira, assim como a uma velocidade máxima de 25 km/h. Essa é uma das razões que permitem uma longevidade tão grande da bateria das bicicletas elétricas. Porém, se sobrecarregar o motor desnecessariamente, a longevidade vai diminuir. Nesse sentido, verifique com regularidade a pressão dos pneus para não exigir demasiado da bateria. Nesta caso, esta dica também não é exclusiva dos modelos de lítio.
Longevidade da bateria
A bateria tem uma longevidade entre 600 e 1.000 ciclos (cargas e descargas). Segundo especialistas, normalmente para um uso diário ou quase diário, isso equivale, a um período entre os três e os quatros anos, dependendo dos cuidados acima descritos e da autonomia da bateria.
A autonomia varia entre os 40 e os 100 km, sendo os valores mais comuns entre os 50 e os 70 km.
O que fazer quando necessita trocar de bateria?
Primeiro é necessário entender quando é que efetivamente precisa de trocar de bateria. Os sinais são claros: quando carregar o tempo indicado pela marca e a carga tiver sido completa antes do prazo estabelecido, é sinal de que a mesma já está desgastada.
Normalmente, as baterias de lítio têm um desgaste de cerca de 15 % nos primeiros dois anos, aumentando essa percentagem com o tempo. Daí, o prazo médio de vida de uma bateria estar estipulado entre os três e quatro anos.
A maior parte das bicicletas elétricas têm uma garantia de dois anos, incluindo o sistema elétrico. Caso algo aconteça à bateria dentro desses dois anos e a culpa não seja sua, não terá que pagar quaisquer encargos. Basta dirigir-se ao local onde comprou a bicicleta e solicitar a troca.
Porém, se ultrapassou esse prazo e a bateria está “nas últimas”, então deve na mesma deslocar-se ou à fábrica de origem ou ao local de revenda para comprar o modelo correto. É aconselhável entregar a bateria antiga para que o descarte da mesma seja feito por quem tem conhecimento e competência para tal.
A maior parte das baterias das bicicletas elétricas têm um valor associado entre os 200 e os 400 euros. Verifique aquela que melhor se adapta às suas intenções e depois é só trocar. É fácil e pode fazê-lo em casa.