Teto, janelas, persianas, paredes e, até, objetos com sinais de humidade? As temperaturas acima da média para o inverno, como temos sentido nos últimos anos, pode ser uma das razões mais significativas para que tenha marcas acentuadas de bolor em casa.
Sim, as nossas casas estão mais sujeitas à humidade – e aos seus efeitos menos saudáveis. Mas o que esperar para os próximos invernos e o que fazer para acabar com o bolo aí em casa?
Tome nota das previsões neste sentido e pratique os nossos conselhos.
Se tem reparado numa maior quantidade daquelas manchas escuras ou esverdeadas no teto, nas paredes ou até, na roupa guardada e nos objetos, tem razão.
1/4 dos portugueses vivem em lares com problemas de humidade
Aquilo a que chamamos bolor é um fenómeno natural – e tantas vezes inevitável -, que ocorre pela condensação do ar exterior quando entra em contacto com as nossas paredes – em causa está, claro, as diferentes temperaturas que se fazem dentro e fora do imóveis.
Não existem dados mais recentes sobre o tema, mas os números de 2020, revelados pela Comissão Europeia através dos indicadores de pobreza energética, mostraram que mais de 25% dos portugueses habitavam em imóveis com problemas de bolor, humidade e infiltrações.
E desengane-se: se pensa que as construções mais recentes estão imunes a este fenómeno, a realidade mostra que, embora apresentem melhores soluções de isolamento nas suas construções, há sempre “falhas” ou zonas da casa que não são devidamente isoladas. A solução para o problema passa, em grande parte dos casos, pela manutenção regular do imóvel – nomeadamente, pela realização de serviços de impermeabilização.
O que esperar dos próximos invernos?
Em Portugal, nas condições climatéricas em que temos vivido, fugir à humidade em casa é praticamente impossível.
Quando falamos em “fenómenos” é natural que tenhamos a ideia de que são acontecimentos passageiros e/ou esporádicos – mas, neste caso, será boa ideia ter em consideração que as projeções climáticas apontam para dados alarmantes: a humidade atmosférica aumenta em 7% por cada grau que sobe na média global. De recordar que, desde o sistema pré-industrial, já marcamos mais de 1 grau acima no termómetro da média global.
Isto quer dizer que a tendência futura é: tempo mais quente, atmosfera mais húmida.
O que fazer se tem bolor em casa
- Procure a causa da presença de bolor: será por condensação ou haverá alguma infiltração? O problema da condensação consegue resolver com medidas mais simples, como limpeza e ventilação regular dos ambientes. Se houver infiltração, terá de fazer obras.
- Limpe a fundo todas as marcas de bolor: pode escolher produtos específicos para o efeito, ou utilizar a lixívia tradicional (solução preparada com uma parte de lixívia para cinco de água). Deixe secar bem.
- Pulverize ou borrife as áreas afetadas com um produto antifungos.
- Para prevenir as marcas de humidade, e atenuar as que estão já presentes, ventile os ambientes da casa por, pelo menos, 20 minutos todos os dias – preferencialmente nas alturas mais amenas do dia.
- Não seque a roupa dentro de casa.
- Limpe e lave bem objetos, peças de roupa e roupa de cama/banho que tenham marcas de humidade. Pode usar um desinfetante de tecidos próprio para a máquina – no caso de peças de roupas e peluches, por exemplo.
- No caso dos lençóis e edredons, será boa ideia não fazer a cama logo depois de acordar – puxe as cobertas para trás e estique o lençol de baixo, para que toda a cama possa “respirar” antes de ser feita (isto ajuda a combater a humidade e bactérias, e também afasta os ácaros).
- Se o imóvel foi construído com soluções de isolamento, contrate serviços de manutenção que verifiquem eventuais falhas. Será boa ideia apostar num serviço de impermeabilização de fachadas e coberturas – para fazer pela primeira vez, ou para solucionar fugas.