Cidade das Profissões
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14 Mar, 2019 - 15:18

Na procura de emprego ‘bons sapatos levam-nos a bons lugares’

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Vamos propor um exercício ao leitor: e se cruzarmos a procura ativa de emprego com um filme icónico sem qualquer ligação aparente a esse processo?

 

Na procura de emprego 'bons sapatos levam-nos a bons lugares'

Uma cena peculiar daquele que foi considerado um dos melhores filmes da indústria cinematográfica dos últimos 20 anos, “Os condenados de Shawshank” (filme preferido nos EUA, de acordo com os dados do popular site IMDB), traz-nos – se assim o entendermos – uma grande lição de vida e que podemos transportar para a dinâmica da procura de emprego.

Grosso modo, e avançando com alguns spoilers sobre o filme, a fuga protagonizada pelo recluso Andy Dufresne (Tim Robbins) é bem-sucedida devido a um exaustivo planeamento. Durante essa fuga, o protagonista escapa com os sapatos de verniz do diretor do estabelecimento prisional sem que ninguém reparasse, o que leva o seu companheiro de cela, Red, a refletir: “Quer dizer… com que frequência olhamos para os sapatos de outro homem?” (tradução livre).

“A diferença está nos detalhes”

O que terá este pequeno detalhe cinematográfico a ver com a procura de emprego, perguntará o leitor? Bem, na verdade, nada! Mas a sua significância poderá dizer-nos um pouco mais. Senão repare…

Desde já, se considerarmos a atenção ao detalhe como uma competência importante, devemos concentrar-nos em estudar afincadamente a organização na qual verdadeiramente queremos trabalhar. Porquê? Porque, de facto, a diferença está nos detalhes.

Saber a quem dirigir a sua candidatura, compreender a estratégia e o modelo de negócio da organização, bem como o enquadramento axiológico e pesquisar sobre as pessoas que nela trabalham, poderá vir a fazer a diferença numa candidatura. E esta competência entronca com um processo fundamental e potencialmente vencedor tanto na procura de emprego como na “fuga” de Andy, e que, amiúde, já mencionámos: um aprofundado planeamento.

carreira

Depois, um pequeno exercício que nem todos os job seekers realizam. Trata-se de, tão simplesmente, tentar colocar-se nos “sapatos” do recrutador/decisor. E, aqui, a separação de ambos os agentes é intencional, pois o recrutador poderá não ser o decisor.

Na verdade, a decisão final num momento de recrutamento implica, também, a opção por determinado candidato em detrimento de outro. Com tudo o que de ambíguo essa decisão acarreta. E, daqui, surgem três sugestões:

1. A decisão será sempre subjetiva

Lembre-se que a decisão é tomada em função de uma multiplicidade de critérios e que será sempre subjetiva. Saber colocar-se no lugar de outrem implica que a decisão também acarreta responsabilidades para a pessoa que a toma. E o recrutamento pode funcionar…ou não. Idealmente, o princípio-base de qualquer momento de recrutamento é o de “escolher a pessoa certa para o lugar certo”. Contudo, por vezes isso não acontece. Se foi o candidato selecionado…perfeito! Mostre porquê! Senão…

2. Não condene

Exatamente pelos mesmos motivos aventados acima – particularmente porque a decisão é subjetiva – não fique a remoer, nem “amaldiçoe” o decisor do recrutamento, por muito difícil que lhe seja ultrapassar! Muito menos expresse (por email ou por outra via) a sua discordância com a opção tomada, por muito que se sinta impelido a tal.

Por vezes, acontece… A verdade é que poderá estar a “queimar” futuras oportunidades, quer naquela organização, quer numa outra (o mundo das empresas é pequeno e a rotatividade dos profissionais é uma realidade). Aceite-a com desportivismo.

3. Não esmoreça

E se a decisão lhe foge ao controlo e é da responsabilidade de outrem… nada pode fazer! Mas isso não significa que tenha que perder as esperanças. Faça a “gestão do não” e perceba que ainda não era o seu momento. No entanto, ficou cada vez mais perto do desejado “sim”. E depois, quem sabe, se um dia também terá que tomar decisões de recrutamento?

Já sabe… bons sapatos, levam-no a bons lugares!

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