A bulimia nervosa é um distúrbio alimentar que se caracteriza pela ingestão às escondidas de grandes quantidades de comida e indução do vómito logo de seguida.
Geralmente, os alimentos consumidos são calóricos, e quem tem esta doença tenta compensar este excesso com exercício físico intenso ou recorrendo a diuréticos e laxantes.
Esta perturbação psiquiátrica pode ser grave a ponto de fazer com que a pessoa induza o vómito mesmo depois de uma refeição ligeira.
Fatores de risco da bulimia
A bulimia pode surgir entre o final da adolescência e o início da vida adulta e apresenta maior prevalência nas mulheres. Como fatores de risco estão também associados a hereditariedade, ou seja, a probabilidade aumenta quando há familiares de primeiro grau com esta perturbação, e as pressões a nível social, como por exemplo na prática desportiva ou em profissões como modelo ou atriz.
Por ser tudo feito às escondidas, é mais difícil de detetar do que, por exemplo, a anorexia.
Sintomas da bulimia nervosa
Entre os sinais mais comuns desta doença encontram-se a nível físico:
- Dores de cabeça;
- Fadiga;
- Dores abdominais;
- Vómitos recorrentes;
- Azia;
- Obstipação intestinal;
- Ciclos menstruais irregulares.
Como sintomas psicológicos assinalam-se:
- Depressão;
- Alterações do humor;
- Obsessão por dietas;
- Pensamentos frequentes acerca de comida;
- Sentimentos de culpa depois de comer;
- Autoestima determinada pelo peso;
- Isolamento social (evitar restaurantes, refeições familiares ou encontros sociais).
Esta doença caracteriza-se por um excessivo medo em ganhar peso e pelo uso inadequado de laxantes ou diuréticos.
Se não for tratada e controlada, a bulimia pode desenvolver complicações como a desidratação, insuficiência renal, problemas cardíacos, irregularidades menstruais, deterioração dos dentes e gengivas, problemas digestivos, ansiedade ou depressão e abuso de álcool e/ou drogas.
10 sinais a que deve estar atento
Como não é fácil de detetar, a melhor forma de fazer um diagnóstico precoce e evitar maiores complicações é estar atento aos sinais da doença e agir logo que possível. Eis alguns exemplos de comportamentos da parte de quem tem esta perturbação:
1. Esconder a comida reservada a episódios de voracidade (sobretudo comida calórica como pão, massas, doces, bolachas e sobremesas);
2. Mentir sobre o que comeram;
3. Evidência de atos de purgação, por exemplo, idas frequentes à casa de banho após as refeições, sinais de vómito e presença de embalagens de laxantes e diuréticos;
4. Deixar a água do duche ou da casa de banho a correr para disfarçar os episódios de purgação;
5. Demonstrar uma profunda preocupação relativamente ao peso e à forma em geral;
6. Tumefação das glândulas salivares e maçãs do rosto;
7. Apresentar queixas frequentes de problemas dentários;
8. Vestir roupas largas;
9. Apresentar fraco ou nenhum impulso sexual;
10. Cicatrizes nos nós dos dedos provocados pela indução do vómito.
Como tratar a bulimia
De um modo geral, o tratamento desta perturbação passa por medicação antidepressiva (mesmo que o paciente não demonstre sintomas de depressão) e por psicoterapia, orientada por um especialista em distúrbios alimentares. Existem várias opções de cura desta perturbação, que podem passar também por consultas de nutrição para recuperar o bem-estar e a forma física ou por terapias de grupo.
O apoio de amigos e familiares é também muito importante para ajudar a ultrapassar este problema. Em casos mais graves poderá ser necessário o internamento.
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