O dinheiro é alvo de muita cobiça e ganância e nem sempre é fácil proteger o que se tem. As burlas financeiras multiplicam-se e tornam-se cada vez mais complexas, e é preciso estar atualizado para não ser apanhado em nenhuma armadilha.
Fizemos um apanhado das burlas financeiras mais comuns em Portugal para o ajudar a defender-se. Aprenda em que consistem e não corra riscos.
As 6 burlas financeiras mais frequentes em Portugal
1. Anúncios falsos em jornais
O desespero de quem precisa de dinheiro com urgência pode toldar a capacidade crítica e é precisamente com isso que os burlões jogam quando publicam anúncios nos classificados dos jornais.
Estas burlas financeiras, geralmente, são concebidas em particular para as pessoas que, por terem cadastro no Banco de Portugal, já não conseguem crédito junto dos bancos e por isso consideram outras alternativas.
Na maior parte dos casos, estas ofertas de dinheiro começam por ter taxas pequenas para não assustarem a vítima, mas depois envolvem juros altíssimos e honorários que nunca mais acabam.
2. Empréstimos entre particulares
Sejam amigos, familiares ou vizinhos, aplique sempre a máxima do “amigos, amigos, negócios à parte”. Empréstimos entre particulares estão previstos na lei e até têm regras, mas têm de ser devidamente registados para que elas se apliquem.
Como nem todos os amigos são tão verdadeiros como julgamos, tenha cuidado com as pessoas a quem pede dinheiro emprestado, porque pode cair numa burla financeira e ficar a pagar juros de agiota ou até sofrer cobranças violentas. Faça sempre um contrato, certifique sempre as assinaturas.
As burlas financeiras com empréstimos entre particulares têm maior incidência entre conhecidos do que entre familiares. Mantenha-se atento e desconfie se alguém se aproximar de si com uma vontade repentina de lhe dar dinheiro para a mão.
3. Esquema da pirâmide
Aqui encaixa bem a expressão popular: “já é mais velho que a Sé de Braga”… mas a verdade é que estas burlas financeiras continuam a existir e a fazer muitas vítimas.
Os maiores de 40 anos ainda se lembram do esquema da Dona Branca e a técnica não mudou muito com o passar dos anos: há sempre um “investidor” que convence pessoas a emprestarem dinheiro para um alegado fundo que depois dá retorno. As pessoas pagam para entrar no grupo e depois, sempre que trouxerem alguém novo para se juntar também, recebem uma pequena parte do valor que essa pessoa pagar.
O esquema vai funcionando razoavelmente bem até ao momento em que os elementos do grupo deixam de conseguir angariar novos membros – aí o dinheiro deixa de “pingar”, todos deixam de receber e percebem que o investimento que fizeram está perdido.
4. E-mails com histórias falsas
Basta espreitar a caixa de spam do seu e-mail e temos quase a certeza que vai encontrar pelo menos um exemplar destes e-mails.
Os esquemas envolvem o envio de um e-mail no qual um desconhecido conta uma história insólita sobre uma herança, um prémio ou um movimento de uma quantidade enorme de dinheiro. O enredo é sempre o mesmo: a pessoa precisa de movimentar o dinheiro e não consegue, mas a vítima tem a capacidade de ajudar.
A ajuda pedida quase sempre assume a forma de um depósito numa conta – da qual a vítima rapidamente vai perder o rasto. Resultado: a vítima perdeu dinheiro, não ganhou nada e é mais um nome na lista de burlas financeiras.
5. Compras no Facebook
“Que roupa gira!”, pensa enquanto faz scroll no Facebook. Quanto custa? Este é o início de quase todas as burlas financeiras que acontecem nesta rede social. Há muitos utilizadores que criam contas falsas para vender produtos que não existem e enganar compradores incautos.
Se pondera comprar algum produto pelo Facebook, tenha o cuidado de ir ver as avaliações dos outros utilizadores. Se alguma lhe deixar desconfianças, esqueça. É melhor ficar sem um produto do que sem produto e sem dinheiro!
6. Falsos hotéis
É coisa para estragar as férias a qualquer um, mas infelizmente é uma das burlas financeiras mais populares: a falsificação de sites de hotéis.
Se vai fazer a reserva de um hotel, certifique-se de que usa um portal autorizado (como o Trivago ou o Booking) ou então ligue para o hotel a confirmar o endereço do site de reservas antes de pagar.
No esquema dos hotéis falsos, os burlões criam páginas de reserva para hotéis que não existem ou copiam páginas de hotéis que existem mas não autorizaram o negócio. Resultado: o cliente paga por uma reserva que, mais tarde, vai descobrir que não foi processada e fica sem ter onde dormir.
Se foi vítima de alguma destas burlas financeiras, deve apresentar queixa na polícia e deixar com as autoridades todas as provas que tiver: e-mails, mensagens, contactos e números de contas bancárias. O processo pode demorar algum tempo a concluir, mas os tribunais estão cada vez mais preparados para lidar com as fraudes online e a probabilidade de ser indemnizado é cada vez maior.
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