Aquele pequeno prazer de tomar o café após as refeições, ou logo de manhã antes de ir trabalhar, é um prazer que brevemente será mais caro. Quem o diz é a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).
A Associação acredita que após 9 anos sem alterar os valores, sendo praticadas “esmagadíssimas” margens de comercialização, além da escalada da matéria-prima nos mercados internacionais, é inevitável aumentar o preço do café para o consumidor final.
Recorde-se que Portugal é o país europeu onde o café é mais barato. Noutros países os valores oscilam entre 1 e 5 euros. Nós ainda praticamos preços de 0,50€ e 0,55€, o que não implica necessariamente má qualidade. Antes pelo contrário, a qualidade do café comprada é excepcional.
Ainda não se sabe entre que valores irá oscilar este aumento do preço, mas está previsto que em zonas mais acessiveis suba 5 cêntimos, mas em outros estabelecimentos comerciais o aumento pode ser bastante significativo.
Mário Pereira Gonçalves, presidente da AHRESP, explica: “O aumento exponencial das várias matérias-primas, dada a grande especulação nos mercados à volta dos produtos alimentares, a juntar à inflação, faz com que não tenhamos condições de manter os preços. Desde Janeiro de 2002 – entrada em vigor do euro – que não actualizamos estes preços. São nove anos. As margens estão esmagadíssimas e as matérias-primas a níveis insuportáveis”.
Aliado a este facto está o açúcar, que já aumentou 40%, factor este que influencia altamente o negócio do café.
Esta necessidade de actualização dos preços preocupa o responsável do sector, porque tem noção que os portugueses não têm poder de compra para pagar todas as taxas que o Estado impõe para tudo, e que se reflecte no preço final, levando a que só os grandes tenham capacidade para trabalhar num mercado tão competitivo.
Estas taxas são os chamados “custos de contexto”, que englobam uso da esplanada aos custos da qualidade do ar, da higiene e alimentação no trabalho, da medicina, da formação”, etc.
Mesmo sem ter sido contactada oficialmente pelos torrefactores, a Associação está já à espera que o preço do café aumente, e tem vindo a fazer pressão junto do Governo e da Assembleia da República para que se altere a legislação, quanto aos “custos de contexto”.