A imagem ilustrativa que temos da condução básica de um automóvel é a configuração clássica dos três pedais e um volante. Porém, a caixa automática de velocidades trouxe inúmeras vantagens, no que respeita a uma regulamentação dos níveis do regime de exploração dos motores, conseguindo garantir os níveis de potência e binário de forma mais equilibrada, sem desgastar alguns dos componentes da caixa de velocidades.
Numa utilização diária, a caixa automática difere das restantes caixas manuais convencionais, por proporcionar um estilo de condução mais cómodo e confortável, uma vez que prescindindo do pedal de embraiagem e estando sistematicamente a trocar as velocidades, os condutores acabam por desfrutar unicamente dos outros aspetos de condução, sem estarem constantemente a refletir em segundo plano, qual o melhor momento para colocar ou retirar uma velocidade.
Embora a invenção da caixa de velocidades automática existir já antes da Segunda Guerra Mundial, ainda que com propósitos de execução e utilização diferentes para a época, este sistema acabou por estar mais associado ao desporto automóvel, concretamente com os Fórmula 1 da temporada de 1989, com os modelos Ferrari 640, sendo estes os primeiros modelos de competição a integrar o sistema de caixa automática pilotada.
Se, por um lado, a caixa automática trouxe originalmente para os modelos de série uma conotação elitista de possuir os mesmos mecanismos de transmissão que um modelo de circuito; por outro lado, os propósitos atuais deste tipo de caixa consistem numa combinação de requisitos predominantes no conforto na condução e num melhor aproveitamento das rotações do motor. Mas, como a realidade presente dos automóveis de série é diferente daquela de há duas décadas, a usabilidade e interação da caixa de velocidades manteve-se original. No entanto, não são prescindidas as boas práticas de manuseio da mesma, assim como o entendimento de como estas funcionam.
Caixa automática: funcionamento e siglas associadas
Embora existam diversos tipos de caixas automáticas, a fórmula mecânica mais convencional no funcionamento de cada uma é manifestada através de um conversor de binário. O binário de um motor é o que dá a força ao regime de potência e, por isso, é o responsável em promover a força distribuída à árvore de transmissão.
Como funciona?
O funcionamento da caixa automática é algo bem complexo, sobre o qual existem mesmo cursos, unicamente especializados no ensino sobre uma das partes essenciais na performance de um automóvel. Contudo, e de forma mais simplificada, procuramos fazer um resumo sobre aquele que é um dos “ventrículos” do motor.
Comecemos, então, por perceber como funciona a embraiagem, pois o seu funcionamento está diretamente ligado ao funcionamento da caixa automática.
O funcionamento da embraiagem ocorre através de um sistema hidráulico, no qual existem, ligados ao motor, dois pratos esféricos com um óleo especial no seu interior. Este óleo é centrifugado. Assim sendo, ao acelerar, o motor leva os pratos a entrar em rotação, o que centrifuga o tal óleo. É, desta forma, que se inicia o funcionamento da caixa automática, após rodar também o prato que está ligado à caixa.
Numa caixa automática deste tipo, existem os seguintes elementos: 1 cremalheira planetária e 3 cremalheiras satélites, unidas a um prato comum. Ao haver uma força que provoque movimento num elemento, esse elemento provocará movimento no outro. De acordo com a fonte do movimento no mecanismo, surgirão mudanças que podem proporcionar maior força do carro ou maior velocidade.
O que representa cada sigla da posição da caixa?
Presentes na caixa automática estão 4 letras, que merecem toda a sua atenção na hora da condução, por conterem diferentes funcionalidades, sendo elas:
- P – Park – utilizado apenas para parar ou estacionar, uma vez que bloqueia as rodas;
- N – Neutral – neutro, aqui o carro fica com as rodas livres, sem nenhuma mudança engatada, no chamado ponto morto;
- R – Reverse – marcha atrás, o carro só deve ser colocado nesta opção, quando parado;
- D – Drive – utilizada sempre que o carro estiver em movimento. Ativar esta posição, é como passar a 1ª mudança do carro; as seguintes surgirão, conforme o carro vá desenvolvendo velocidade.
Nos casos em que o carro alterne as suas mudanças várias vezes e o condutor queira interromper essa troca, o recomendado é posicionar as mudanças da forma 4 – 3 – 2 – 1 . A mudança 1 é usada para as subidas mais inclinadas, quando o carro estiver muito carregado; já a mudança 2 é utilizada para controlar o carro nas descidas. Note que, para fazer marcha atrás, há a singularidade de apenas poder engatar R, quando o carro estiver totalmente imobilizado.
O que nunca deve fazer
Se o seu carro incorpora uma caixa automática, há muitos cuidados que deve ter, para não comprometer o seu bom funcionamento.
Lembre-se que até as ações mais básicas, que se fazem com caixa manual, diferem da caixa automática. Assim sendo, deve evitar:
- Carregar no acelerador, antes de acionar uma mudança;
- Fazer descidas inclinadas em ponto morto;
- Pôr em ponto morto (N) nos semáforos vermelhos;
- Reduzir manualmente, quando o carro trava;
- Acionar o modo estacionamento (P) em andamento;
- Conduzir com o depósito quase vazio;
- Acelerar demasiado com temperaturas baixas.
Contudo, uma caixa automática tem as suas vantagens, mas também tem desvantagens. Perceba os prós e contras de adquirir um modelo com caixa automática.
Vantagens e desvantagens da caixa automática
Vantagens
Conduzir com uma caixa automática, simplifica a condução. Embora a embraiagem continue a precisar de prática, para poder dominar. Ao contrário dos carros com caixa manual, conduzir com caixa automática não requer nenhuma preocupação com as mudanças.
Simples para condutores inexperientes, a caixa automática, nos momentos mais complicados da condução como zonas com muitos carros ou terrenos muito íngremes, faz todo o trabalho que envolva embraiagem e mudanças, ajudando qualquer condutor.Sendo uma facilidade, que consegue também evitar os momentos em que se deixa o carro ir abaixo, as caixas automáticas levam os mais inexperientes a considerarem a sua aquisição.
A facilidade de venda de um carro com caixa automática é também outra das vantagens, sendo que, um condutor que queira vender o seu veículo, na certa terá muitos interessados na compra.
Desvantagens
Alguns dos condutores afirmam que conduzir com caixa automática retira algum prazer da condução.
Mas, o mais comum é que, quem beneficia deste tipo de condução, seja um condutor inexperiente, sendo que um experiente sente menor controlo sobre as mudanças. Ora, ter menor controlo sobre as mudanças pode acabar por levá-lo a perder mais combustível e mais tempo, em determinadas situações. Como o controlo deixa de ser do condutor, há um maior consumo, pois não pode ser controlada a caixa de velocidades para poupar combustível, tratando-se de mudanças automáticas.
Com mudanças automáticas, o carro torna-se, por sua vez, mais complexo em termos de manutenção. Esta complexidade irá traduzir-se em maiores custos de serviço, pois os mecânicos cobram mais por consertos de automóveis que exigem uma maior e minuciosa mão de obra.
Nos últimos anos, várias construtoras apresentaram outras alternativas de caixa de velocidades, mais eficientes e mais agradáveis para uma condução desportiva e cómoda. As caixas de velocidades de dupla embraiagem foram projetadas para receber, precisamente, duas embraiagens. Na prática, ao mesmo tempo que uma mudança já se encontra engatada, a segunda embraiagem encarrega-se de “preparar”, quer a mudança a engrenar, quer a mudança a ser retirada. O resultado é uma passagem de mudanças quase impercetível ou nula resultando, assim, numa exploração da potência do motor muito mais eficiente, numa melhor aceleração e numa subtileza na condução.
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