O cancro cervical, também conhecido como cancro do colo do útero, é exclusivo das mulheres. O colo do útero é a zona mais estreia da região pélvica feminina e faz a ligação do útero à vagina.
O cancro cervical é um tumor de crescimento lento que surge à conta da alteração das células epiteliais do colo do útero e o carcinoma do colo do útero é o mais comum.
Fatores de risco do cancro cervical
Ainda que não seja possível identificar as causas do cancro cervical alguns fatores de risco podem ser facilmente reconhecidos:
- Vírus do Papiloma Humano (HPV): este é um vírus contagioso transmitido sexualmente. Segundo os últimos dados, a grande maioria da população adulta já foi infetada pelo HPV. Ainda assim, nem todos os subtipos de HPV provocam cancro (os mais perigosos são os subtipos 16 e 18). Atualmente, o plano nacional de vacinação já disponibiliza uma vacina (em duas doses) para raparigas entre os 10 e os 13 anos (ainda assim, a vacina não previne contra todos os tipos de HPV e, por isso, o rastreio continua a ser essencial);
- Histórico sexual: quanto mais cedo for iniciada a vida sexual, maior o risco de contrair este tipo de cancro. O mesmo cálculo é aplicado ao número de parceiros sexuais;
- Número de filhos: os estudos são claros – as mulheres com HPV que têm mais filhos apresentam risco acrescido de desenvolver cancro do colo do útero;
- Tabagismo: as mulheres com infeção por HPV têm maior risco de desenvolverem cancro cervical se forem fumadoras;
- Toma da pílula por longos períodos: de acordo com os últimos dados, as mulheres com HPV que tomem a pílula por mais de cinco anos seguidos têm mais probabilidade de desenvolver cancro cervical.
Quais são os sintomas?
Por norma, o cancro cervical não apresenta sintomas na fase inicial, por isso o rastreio assume um papel importante para a prevenção e tratamento eficaz deste tipo de situações.
Mas existem alguns sintomas que devem mantê-la alerta:
- Hemorragia vaginal fora do comum: entre ciclos menstruais ou depois da menopausa, por exemplo;
- Dor durante as relações sexuais;
- Dores pélvicas.
O que fazer para prevenir o cancro cervical?
A melhor prevenção é o diagnóstico precoce. O exame de Papanicolau (também classificado como esfregaço cervical) não causa dores e serve para analisar as células cervicais. Por norma, este exame é feito três anos após o início da vida sexual da mulher e a partir das 21 anos de idade é realizado de dois em dois anos.
Como é feito o diagnóstico final?
Se os testes preventivos revelarem células anormais, o médico irá decidir qual o melhor método de tratamento tendo em conta o grau da lesão.
Nessa altura a equipa médica irá avançar para testes definitivos:
- Colposcopia: o médico utiliza um aparelho para visualizar o colo do útero;
- Biópsia: é administrada anestesia local e o médico recolhe amostras de tecido que irão ser analisadas para pesquisar o tipo de células cancerígenas;
Qual é o tratamento?
Se os exames finais (colposcopia ou biópsia) detetarem a presença de células cancerígenas o médico passa a avaliar qual a verdadeira extensão da doença e se o tumor está a disseminar-se (estadiamento).
Depois do estadiamento, a equipa médica decide qual a melhor terapêutica a ser aplicada para o tratamento do cancro cervical.
Existem três tipos de tratamento:
- Cirurgia (trata o tumor localmente e na área adjacente);
- Radioterapia (são utilizados raios de alta energia para eliminar as células cancerígenas);
- Quimioterapia (são utilizados fármacos anti-neoplásticos para eliminar as células cancerígenas por via intra-venosa);
E depois?
Feito o tratamento ao cancro cervical, a mulher passa a ser seguida pelo seu médico na instituição médica onde foi tratada. Nessa fase poderão ser solicitados novos exames (como é o caso das TAC).
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