O cancro é uma das doenças mais temidas e ninguém está livre de ter de lidar com ela ao longo da sua vida – seja diretamente ou através de um ente querido. De facto, dados indicam que uma em cada duas pessoas poderá vir a sofrer desta doença. No caso do cancro do estômago, um dos mais frequentes, os dados são alarmantes: a nível mundial, Portugal ocupa o sexto lugar no que se refere ao número de mortes.
Curiosamente, esta doença é mais comum em algumas zonas da América Latina e da Europa Ocidental, bem como em países como o Japão e a Coreia. Infelizmente, a deteção precoce é muito difícil porque os sintomas são, geralmente, praticamente inexistentes numa fase inicial e podem até ser confundidos com problemas sem importância.
Chegou, então, a hora de saber tudo sobre o cancro do estômago, desde as suas causas até ao tratamento, passando pelos sintomas mais frequentes. Tome nota e saiba ao que deve estar atento.
Tudo sobre o cancro do estômago
Geralmente, o cancro do estômago tem origem nas células da camada interior do órgão, que invadem as suas paredes. Assim, ao contrário das células normais, as células de cancro do estômago ignoram as fronteiras delimitadores do órgão e, muitas vezes, espalham-se para a camada exterior, podendo invadir órgãos como o intestino, o fígado ou o esófago. A este processo chama-se metastização.
Curiosamente, esta é uma doença que tem na população masculina as suas vítimas prediletas, pelo que as mulheres são menos afetadas. Embora existam diversos tipos de cancro de estômago, o adenocarcinoma gástrico corresponde a 90% dos casos e resulta da combinação entre fatores genéticos e ambientais.
De forma geral, são poucos ou nenhuns os sintomas observáveis na fase inicial da doença, pelo que o cancro só é detetado quando o tumor já se espalhou. Por outro lado, tratam-se de sintomas pouco específicos, pelo que a tendência é para ignorar:
- Azia;
- Dificuldades na digestão;
- Náuseas e vómitos (por vezes com sangue);
- Enfartamento constante;
- Dor abdominal;
- Perda de apetite;
- Dor de estômago;
- Perda de peso;
- Cansaço;
- Diarreia ou obstipação;
- Sangue nas fezes.
Causas
A maior parte dos casos de cancro do estômago surgem sem qualquer antecedente familiar. Contudo, em cerca de 10% dos casos, existe um historial familiar que pode explicar o aparecimento da doença – entre 1% a 3% dos doentes apresentam uma mutação num gene, transmitido de pais para filhos.
No que se refere aos pacientes em que não existe uma explicação genética, o cancro é, geralmente, causado pelo tipo de alimentação. Uma dieta desequilibrada, caracterizada pela ausência de frutas e vegetais e, por outro lado, pelo consumo elevado de sal e vinagre, pode estar na origem do desenvolvimento do cancro do estômago.
Tratamento
Tal como acontece com todos os cancros, quanto mais cedo for iniciado o tratamento maior a probabilidade de ter sucesso. O tratamento desta doença pode incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
Quando o cancro do estômago se encontra em fase inicial, a cirurgia é a opção mais utilizada. Chama-se gastrectomia parcial e consiste em retirar uma parte do estômago. Geralmente, são também retirados gânglios linfáticos próximos, uma vez que podem ser um meio de disseminação do cancro.
Quando a cirurgia não é uma opção viável, o tratamento passa pela quimioterapia e, em alguns casos, pela radioterapia.
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