Todos os anos em Portugal são diagnosticados cerca de 1000 novos casos de cancro do pâncreas, a maioria num estado já avançado. Os sintomas, como em tantos outros casos, são pouco específicos e aparentemente insignificantes, o que dificulta a o estado de alerta do paciente e a identificação da doença. É precisamente por este motivo que é crucial que conheça este cancro de A a Z e saiba como agir.
Rápido e silencioso, o cancro do pâncreas obriga a um diagnóstico atempado para que possa haver o máximo sucesso possível – e, ainda assim, é tarefa complicada. As causas, os sintomas e os possíveis tratamentos: saiba tudo sobre o pesadelo de tanta gente.
Tudo sobre o cancro do pâncreas
Como 12º mais comum a nível mundial, o cancro do pâncreas representa a 8º causa de morte nos homens e a 9º na população feminina. A taxa de sobrevivência, essa, é bem assustadora: aos 5 anos de doença estima-se que apenas 5% dos doentes sobrevivam. No fundo, a esperança média de vida dos doentes depende, em grande parte, do estádio inicial do cancro e da possibilidade de ser operável.
O tecido pancreático é constituído pelas células exócrinas e endócrinas, que produzem enzimas e hormonas, respetivamente. Numa situação normal, originam novas células e morrem naturalmente sempre que necessário. O problema surge quando as células deixam de trabalhar corretamente e ficam descontroladas, tornando-se células cancerígenas e com alterações no seu DNA.
Claro está que o caso pode tornar-se ainda mais grave se as células cancerígenas invadirem os tecidos que as circundam e se espalharem para outras partes do organismo. Esta metastização pode acontecer de 3 formas:
- disseminação através de células que se soltam do tumor principal e viajam através dos gânglios linfáticos ou da corrente sanguínea;
- crescimento até invadir os órgãos mais próximos;
- descamação do tumor principal, dando lugar a novos tumores.
Causas associadas
Já não é novidade que diferentes tipos de cancro apresentam diferentes causas e fatores de risco – e o cancro do pâncreas não é exceção. Contudo, isto não significa que ter um fator de risco (ou vários) origine obrigatoriamente a doença, já que muitas pessoas desenvolvem cancro sem estarem sujeitas a qualquer fator de risco aparente. Ainda assim, é importante que os conheça:
- Consumo excessivo de álcool;
- Tabaco;
- Obesidade;
- Idade;
- Histórico familiar de doença;
- Diabetes;
- Pancreatite crónica;
- Cirrose;
- Problemas de estômago;
- Dieta incorreta.
Sintomas do cancro do pâncreas
Os sintomas do cancro do pâncreas parecem bastante insignificantes e a tendência é nem sequer originarem preocupação. Afinal, vai ao hospital só porque lhe dói a barriga? Em alguns casos, o cancro nem apresenta sinais nas fases iniciais do seu desenvolvimento. E este é um dos grandes problemas desta doença que tira o sono a tanta gente. Por isso mesmo, deve ficar a conhecer os sinais a que deve dar atenção:
- Perda de apetite
- Dores nas costas;
- Dores abdominais;
- Náuseas e vómitos;
- Diarreia;
- Perda de peso inexplicável;
- Fraqueza e cansaço;
- Dificuldade em engolir;
- Icterícia;
- Depressão;
- Aparecimento de diabetes.
Tratamento do cancro do pâncreas
No que se refere ao tratamento do cancro do pâncreas, a primeira escolha do médico é a operação para eliminar o tumor. No entanto, e infelizmente, cerca de 80% dos pacientes não podem ser tratados cirurgicamente aquando do diagnóstico devido ao estado avançado da doença, que progrediu silenciosamente – em alguns casos pode até ter metastizado.
Assim, quando não é possível passar para a operação, resta optar pelo tratamento através de quimioterapia ou de radioterapia. O objetivo é procurar aumentar a sobrevivência do paciente e manter a sua qualidade de vida.