É prática comum, em qualquer conversa sobre automóveis que se tenha, referir que os automóveis alemães são os melhores. E nestes “melhores” entram os conceitos de fiabilidade, robustez, qualidade, segurança. A verdade é que os carros alemães podem ser considerados os melhores do mundo mas, noutros países encontramos igualmente marcas e modelos carregadinhos de história, sucessos e insucessos, o que é natural, e qualidade. Muita qualidade.
Temos ainda que referir que a Alemanha é, sem sombra de dúvida, um dos países com grande tradição automóvel. Nele estão concentradas marcas que dispensam apresentações como a Mercedes-Benz, a Opel, Volkswagen, Audi, BMW ou Porsche.
Marcas que, desde 1870, ano em que Karl Benz e Nikolaus Otto criaram o motor de combustão interna de quatro tempos, não pararam mais de evoluir. Este motor constituiu a grande revolução da mobilidade do homem e impulsionou a indústria deste setor que não mais parou de progredir, se bem com alguns altos e baixos, diretamente ligados às grandes questões económicas que abalam os mais diversos países e claro, a Alemanha.
Não é alheio a este sentir a crise dos anos 20 do século passado com a Grande Depressão e o ressurgir da atividade automóvel no final do denominado “tempo do nazismo” com o nascimento do VW Beetle, o “carro do povo”. O final da Segunda Guerra Mundial é o ponto de viragem para esta indústria massacrada por anos de dificuldades impostas pela guerra, ressurgindo depois com grande prosperidade.
Não esquecer que a Alemanha é um dos países mais desenvolvidos no setor automóvel com produção anual superior a 6 milhões de automóveis, gerando paralelamente mais de 700 mil postos de trabalho.
Mas, vejamos quais os melhores carros alemães da história. Não estranhe a quantidade de Mercedes-Benz que integram a lista abaixo. A verdade é que esta marca é uma das mais famosas e arrojadas daquele país.
10 melhores carros alemães da história: porquê?
Nesta lista entra apenas um lote de 10 automóveis que poderão ser considerados das melhores máquinas alguma vez construídas na Alemanha. E consideramos como alguns dos melhores, por diversos motivos, nomeadamente a construção, design, fiabilidade e durabilidade.
1. VW Beetle
Porquê: Acesso do povo ao automóvel
O VW Carocha (em Portugal), Käfer (na Alemanha) ou Fusca (no Brasil) foi o primeiro modelo fabricado pela Volkswagen. E também o mais vendido no mundo, tendo em 1972, passado o recorde de vendas que pertencia ao não menos famoso Ford Modelo T. Foi Ferdinand Porsche o “pai” deste automóvel que teve uma gestação muito complicada, influenciada por Adolf Hitler, mas que acabaria por resultar no “nascimento”, em 1938, deste verdadeiro recordista de vendas apreciado por fãs de todo o mundo. A produção esteve suspensa durante os anos da Segunda Guerra Mundial, mas depois seria retomada para transformar o Carocha no automóvel do povo. Em Portugal o modelo 1303 foi um dos que mais sucesso granjeou.
2. Trabant
Porquê: Acesso do povo ao automóvel no tempo das duas Alemanhas. Neste caso Alemanha oriental.
Pelos motivos de sucesso do VW Beetle, na Alemanha Ocidental, na Alemanha Oriental surgiu nos anos após a Segunda Guerra Mundial, o Trabant, produzido durante 34 anos (1957 a 1991) pela VEB Sachsenring Automobilwerke (Sachsenring, construtor que resultou da fusão das antigas Audi e Horch, que estavam de saída para o lado ocidental), em Zwickau, na antiga Alemanha Oriental. O modelo também conhecido pelos alemães como Trabi, tinha carroçaria com construção curiosa: plástico reforçado com fibras de madeira e restos de tecido de algodão. O resultado era um material muito parecido com fibra de vidro que, numa construção em escala tornava o Trabant muito barato. Rigidez e desempenho não eram apanágio do Trabant que se mostrava frágil. Mas, o resultado foi um automóvel barato e apreciado por quem não tinha muitas posses. Estima-se que atualmente ainda existam cerca de 200 mil Trabant alvo da cobiça de colecionadores.
3. Mercedes-Benz 300SL Gullwing
Porquê: Um dos carros mais bonitos de sempre.
Surgiu em 1955 e ainda hoje é um dos automóveis mais bonitos construídos na Alemanha. E tinha de figurar na lista dos 10 melhores carros alemães da história. Este é o seu porquê: ser um dos mais bonitos. Em 1955 apresentava soluções revolucionárias na sua construção, sendo a mais distinta a das portas que abrem para cima, como as asas de um pássaro durante o voo. Um verdadeiro desportivo conhecido na Alemanha por Flügelturen (portas-asa), na Inglaterra por Gullwing (asas de gaivota), e na França por Papillon (borboleta). Fazia uso de um motor de 6 cilindros que debitava 240 cv e atingia velocidade máxima de 235 km/h.
4. Audi R8
Fonte: Audi/ Divulgação
Porquê: O R8 foi construído com base no carro de corridas vencedor nas 24 Horas de Le Mans. Surge declinado em coupé e cabriolet.
Produzido desde 2007 até ao presente, o Audi R8 é um caso sério de sucesso “nascido” do automóvel de competição (Audi R8 LMP conhecido como Audi R8 Race Car, mas chamado de Audi R8) que venceu Le Mans nos anos de 2000, 2001, 2002, 2004 e 2005. O Audi R8 é um dos desportivos com mais sucesso no seio da marca alemã e, surge com motor 4.2 litros V8 em posição central ou 5.2 litros, também em posição central. O primeiro rende 500 cv e o segundo 540 cv, tem origem na Lamborghini podendo atingir velocidade de 330 km/h na versão PLUS. Está disponível com carroçaria coupé ou cabriolet.
5. BMW M1
Porquê: Revolução. O verdadeiro hypercarro da BMW. Alucinante.
Desenhado pelo mestre Giorgetto Giugiaro, o BMW M1 foi produzido entre 1978 e 1981 e o primeiro e único modelo da marca alemã a receber motor central de 3.5 6L que produzia 277 cv. À época uma “bomba” com prestações alucinantes. Podemos dizer, tal como referimos neste “porquê?”, o hypercarro da BMW revolucionário e construído, imagine-se, artesanalmente pela BMW Motorsport. Este BMW tem tudo para integrar a lista dos 10 melhores carros alemães da história. O BMW M1 tem também história. Surgiu para lutar nas pistas com a rival Porsche nas provas do World Sportscar Championship no final da década de 70. Embora de curto sucesso, a prova da sua importância está na marca que em abril de 2008 assinalou os 30 anos deste modelo com uma homenagem, ao apresentar no Concorso d’Eleganza em Villa d’Este, um protótipo BMW M1 Homage.
6. Mercedes-Benz Classe E
Fonte: Mercedes/ Divulgação
Porquê: Por ser o mais vendido de sempre.
São já 5 as gerações do Mercedes-Benz Classe E. A primeira surgiu em 1993 a última data de 2016. Esta, segundo a marca alemã, em 2018 vendeu mais de 700.000 unidades Classe E em todo o mundo. Tendo como concorrentes diretos outros dois modelos alemães BMW Série 5 e Audi A6 o Mercedes-Benz Classe E registou igualmente, em Portugal um aumento de reconhecimento por parte dos clientes, representando no princípio de 2019 13% das vendas da marca. O Classe E, segundo a Mercedes-Benz «personifica o estilo moderno e o caráter desportivo, com uma leveza surpreendente. Cada linha obedece ao princípio da pureza sensual». Requinte, sofisticação, segurança e tecnologia caraterizam o “porquê?” do veículo mais vendido de sempre da marca alemã.
7. Porsche 911
Porquê: Bateu o Ferrari F40.
Falar do Porsche 911 é evocar um dos ícones do mundo automóvel e do desporto. O primeiro modelo surgiu em 1964 do século XX e até hoje mantém uma aura de sucesso fora do comum. Produzido pela alemã Porsche AG de Stuttgart, Alemanha, o 911 conheceu até hoje diversas gerações, mas a marca soube sempre manter a estrutura vencedora no que respeita a motores – hoje com um nível de evolução tecnológica de eleição – posicionados na secção traseira. Olhar um Porsche é olhar para uma obra de arte. Proporções perfeitas para um desempenho desportivo de nível superior. O “porquê?” prende-se com uma nota que se encontra no Youtube da autoria da tvkhaled – Khaled Fahmy – que mostra como a versão Porsche 911 GT2 de 2009, bate o rival Ferrari F40.
8. Mercedes-Benz AMG-Project One
Fonte: Mercedes/ Divulgação
Porquê: Mecânica originária da F1. Um delírio.
Este é o Mercedes-Benz mais especial. Comemora os 50 anos da Mercedes-AMG e é comercializado numa esfera muito restrita de 275 clientes, fiéis seguidores da marca alemã. Um deles é português, pelo que se sabe, e a máquina deverá ser entregue, em local a designar pelo proprietário ainda este ano ou em 2020. O Mercedes-AMG Project One tem origem nos Mercedes que participam no Campeonato do Mundo de F1, sendo por isso muito especial. Trata-se de um hipercarro de sonho ao alcance de muitos poucos, com tecnologia da F1 que fará as delícias de pouco mais de duas centenas de felizardos. Preço superior a três milhões de euros.
9. Opel Corsa
Porquê: Fiável, económico e um sucesso de vendas.
O Opel Corsa é mais um modelo exemplo de longevidade no seio das marcas alemãs. Desde 1983 que é fabricado. São 6 as gerações conhecidas, sendo que a última (a 6.ª) estará em comercialização em 2020 e constitui uma revolução pois incluirá no portfólio, além das tradicionais mecânicas a gasolina e diesel, uma versão elétrica denominada Opel Corsa e e que constitui igualmente, a primeira geração de Corsa feita pelo Grupo PSA. Disponível com carroçarias de 3 e 5 portas e com versões dirigidas a um público com gosto por compactos desportivos, o Corsa é o “carro do povo da Opel” granjeando fãs em todo o mundo e cumprindo, muitas vezes, o papel de automóvel de família. Um sucesso de vendas a que junta qualidade, fiabilidade e economia.
10. Mercedes-Benz Classe G
Fonte: Mercedes/ Divulgação
Porquê: Um Mercedes-Benz que nunca perdeu o objetivo para que foi construído – durar.
2019 assinala os 40 anos do Mercedes-Benz Classe G um veículo todo-o-terreno que desde a sua origem tem por objetivo superar todo o tipo de terrenos e de dificuldades na condução fora de estrada. Numa palavra o “porquê?”: durar. Outra das caraterísticas do Classe G é ser o modelo da marca alemã com maior ciclo de produção aliando a versatilidade ao conforto e luxo que pontificam no habitáculo de cada G. O primeiro Classe G surgiu em 1972 fruto da cooperação da então Daimler-Benz AG com a Steyr-Daimler-Puch na cidade Austríaca de Graz, onde o modelo é ainda hoje fabricado de forma quase artesanal. Para assinalar os 40 anos do Classe G a marca alemã vai lançar três versões especiais que denomina: ‘Stronger Than Time’.
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