Acidentes acontecem a todos – até aos melhores condutores. Quando acontecem, precisamos das seguradoras para nos ajudarem a pagar os danos, e para receber essa ajuda temos de escrever uma carta de reclamação de sinistro.
A carta de reclamação de sinistro – ou, como também é conhecida, de comunicação de sinistro – serve para dar a conhecer o acidente à seguradora e pedir que a instituição avance com um processo de pagamento das despesas.
Para elaborá-la vai precisar, contudo, de algumas informações simples, que devem ir logo incluídas para não atrasar o processo.
Quando escrever uma carta de reclamação de sinistro?
A carta de reclamação de sinistro deve ser escrita quando tem um acidente que justifica a ativação do seguro. Algumas seguradoras preferem que a comunicação dos sinistros seja feita por e-mail, para ser mais rápida. Convém confirmar se é o caso da sua – mas, mesmo assim, não custa complementar o e-mail com uma carta mais formal.
Tenha também em atenção os prazos de comunicação de sinistros, que podem variar entre seguradoras, mas rondam os oito dias após o acidente.
Como escrever uma carta de reclamação de sinistro?
A carta de reclamação de sinistro deve, como todas as cartas que envia à seguradora, cumprir dois requsitos fundamentais: identificar corretamente todos os envolvidos e ser muito clara sobre o que aconteceu e o que pretende da seguradora.
O texto deve, assim, começar por identificar o tomador do seguro e o segurado (se forem pessoas diferentes). Para isso deve considerar o nome, o número de contribuinte e os contactos preferenciais, porque a seguradora vai precisar de entrar em contacto consigo. Faça também referência ao número de identificação do contrato do seguro que quer ativar.
Se houver outras pessoas envolvidas no sinistro, é importante que elas também sejam identificadas na carta, nomeadamente pelo nome e número de contribuinte (para poderem receber as indemnizações a que têm direito).
Os parágrafos seguintes devem descrever o acidente (como aconteceu, onde, a que horas e com que resultados / danos). Faça por incluir apenas uma ideia em cada frase, privilegiando as frases curtas e a linguagem mais simples e direta possível.
A carta de reclamação de sinistro deve terminar com uma descrição transparente sobre o que quer da seguradora: uma peritagem, uma indemnização,…
Que documentos associar a uma carta de reclamação de sinistro?
Quando prepara uma carta de reclamação de sinistro deve fazê-la acompanhar do máximo de elementos disponíveis sobre o acidente. O objetivo é, por um lado, ajudar os colaboradores que vão analisar o processo a compreender o que aconteceu e de que forma (para avaliarem a extensão da cobertura a aplicar), e, por outro, comprovar a veracidade do relato que faz em texto.
Quando em causa está um sinistro automóvel, deve também acrescentar os documentos de identificação do carro e, sempre que exista, a declaração amigável e outros documentos que sejam relevantes.
De uma forma geral pode, então, considerar acrescentar à carta de reclamação de sinistro:
- O comprovativo da sua apólice de seguro e das respetivas coberturas contratadas;
- Uma carta da outra parte (se existir) a reclamar uma compensação pelos danos sofridos no acidente;
- O auto de participação do acidente preenchido pela polícia;
- A versão original da declaração amigável, se existir;
- O Documento Único Automóvel, se o sinistro for um acidente de carro;
- Cópia do comprovativo de pagamento do seguro (se for um seguro automóvel, pode ser uma cópia da carta verde);
- Cópia dos relatórios de quaisquer peritagens que já tenham sido feitas;
- Cópia dos orçamentos de reparação que já tenha pedido entretanto.
O que esperar de uma carta de reclamação de sinistro?
Após o envio da carta de reclamação de sinistro à seguradora (e/ou do e-mail com o mesmo fim), deve ser contactado por um colaborador da instituição. O objetivo deste contacto é confirmar o sucedido e, eventualmente, averiguar mais detalhes necessários para que o processo avance.
Não conte, no entanto, com um pagamento imediato de indemnizações: os processos de peritagem e avaliação de sinistros são um pouco morosos e podem requerer várias intervenções até que o dinheiro lhe seja entregue ou as reparações sejam autorizadas.
E se não acontecer nada?
Se não obtiver uma resposta da seguradora nas semanas seguintes ao envio da carta/e-mail, deve fazer uma carta de reclamação da seguradora – que pode ser enviada à própria instituição ou diretamente à autoridade que regula a atividade das seguradoras em Portugal.
Nessa carta terá de reclamar sobre a inação da seguradora que contratou para dar início a um processo de mediação de conflitos. Quando a situação chega a este ponto, no entanto, o processo de resolução do sinistro atrasa ainda mais – e, com ele, adia-se o pagamento de eventuais indemnizações e reparações.