Share the post "Cartão de débito diferido: o cartão de crédito que usa sem saber"
Apesar de o nome induzir em erro, um cartão de débito diferido é, na verdade, um subtipo de cartão de crédito. E é bem possível que tenha um na sua carteira e o tenha vindo a utilizar sem sequer saber…
O que é um cartão de débito diferido?
A caraterística principal destes cartões é o facto de o saldo da conta não ser afetado imediatamente, tal como a palavra “diferido” sugere.
É disponibilizado um plafond de crédito, cujo montante varia de cartão para cartão, e o saldo da conta do utilizador só é afetado imediatamente após a operação quando o plafond de crédito é gasto na totalidade.
Até lá, o valor que corresponde aos pagamentos e levantamentos efetuados com o cartão é abatido no plafond de crédito, e só existe uma tentativa de débito no saldo da conta na data acordada entre o utilizador e a instituição de crédito, tipicamente entre 10 a 20 dias depois.
Se o valor for cobrado com sucesso da conta do utilizador não existe lugar a pagamento de juros, mas se na data acordada não for possível debitar o saldo, aplicam-se comissões que podem ser bastante elevadas, e até juros de mora.
Ou seja, esta linha de crédito é colocada entre o saldo efetivo da sua conta bancária e os seus pagamentos e levantamentos diários, de forma a viabilizar as operações mesmo quando não tem dinheiro suficiente. Por outro lado, desde que cumpra os prazos acordados, nunca terá custos mais elevados do que teria com um cartão de débito normal.
Qual o motivo da controvérsia então?
Algumas questões têm vindo a ser levantadas a propósito do cartão de débito diferido.
Se para o utilizador não existe pagamento de juros, desde que o prazo de débito acordado seja respeitado, os comerciantes têm sempre que suportar comissões de utilização mais elevadas, aplicadas especificamente transações de crédito, em todas as compras feitas com estes cartões.
Mais ainda, algumas instituições de crédito foram acusadas de falta de transparência pela forma como colocaram o cartão de débito diferido em circulação, levando até à intervenção do Banco de Portugal.
Em suma, o argumento é que este instrumento financeiro apresenta poucas vantagens para o utilizador, em particular em alguns casos em que não era disponibilizado plafond de crédito, e que o mesmo foi posto em circulação pelas instituições de crédito apenas com o objetivo de poder cobrar taxas de utilização mais elevadas.
Não dispense procurar informação junto do seu banco para conhecer todas as características dos cartões que utiliza no seu dia-a-dia.
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