Para ter uma casa eficiente poderá ser necessário um investimento inicial considerável, porém necessário. Além de que rapidamente conseguirá obter o devido retorno financeiro, devido às poupanças em determinadas contas mensais, como água, luz e gás.
Mas o que precisa de ter para tornar a casa eficiente ou mais eficiente? Quais as características que marcam esta tendência?
O assunto é complexo e implica, em primeiro lugar, uma abertura de pensamento, visto que é preciso compreender a importância de construir edifícios que se adaptem às necessidades e que acompanhem as mudanças tantos das pessoas como das empresas, mas que sejam mais sustentáveis, sem que isso afete a durabilidade e qualidade.
Romper com o passado e com o que o que nos é familiar pode não ser fácil, mas é bem possível. Veja como ter uma casa eficiente.
8 Características de uma casa eficiente
Uma casa eficiente deve ter como prioridade a redução do consumo desnecessário de energia, de emissões de gases de efeito estufa e de recursos não renováveis. Consequentemente terá uma casa que vai permitir-lhe ter comportamentos mais sustentáveis, bem como economizar.
Descubra quais são as funcionalidades imprescindíveis numa casa eficiente.
Design bioclimático
A arquitetura bioclimática parece um termo difícil de compreender, mas na verdade apenas diz respeito a algo que já todos conhecemos, que é tirar o máximo de proveito da localização e orientação do imóvel, considerando a exposição solar, chuva ou vento.
Se estas forem adequadas, será mais fácil manter a casa quente no inverno e fresca no verão, sem ser necessário recorrer a equipamentos que gastam muita energia, por exemplo.
No caso de planear a construção da sua própria casa, então, saiba que idealmente deve privilegiar a orientação da casa a sul, onde deve situar a sala e as janelas de maiores dimensões.
Utilização inteligente do espaço
Uma casa aconchegada, isto é, com almofadas, tapetes e cortinas é uma casa mais quentinha no inverno. Por outro lado, no verão, as cortinas oferecem proteção contra o sol e o calor, ajudando a refrescar a casa.
Outra questão a reter neste campo na otimização do espaço é a dimensão das janelas que permitem, igualmente, aproveitar a luz natural, diminuindo-se, assim, o gasto energético.
Uso de materiais sustentáveis
A terra batida ou os bioplásticos são cada vez mais usados na construção de casas, visto que apresentam melhores características térmicas, comparando com materiais mais comuns. Poderão ser, contudo, mais dispendiosos.
Isolamento térmico
O segredo de uma casa eficiente também passa por um correto isolamento das paredes, tetos e janelas que, quando bem feito, podem representar uma economia de até 40%. Numa casa nova, à partida, não terá de se preocupar com estas questões. Numa casa mais antiga, se efetuar obras de renovação irá rapidamente percecionar os benefícios.
Sistemas inteligentes
Tanto os termostatos, como os sistemas de iluminação inteligentes ou até determinadas funcionalidades de domótica doméstica permitem ajustar os dados de uso diário para reconhecer padrões e, consequentemente, gerar uma economia substancial no consumo energético.
Autoconsumo de energia
O autoconsumo elétrico pode ser conseguido mediante a instalação de painéis solares ou pequenos geradores eólicos. Irá, como tal, gastar menos energia da rede e, em alguns casos, poderá até haver excedente de energia que pode ser vendida – pelo que ao invés de pagar eletricidade ainda estará a receber pela mesma.
Eletrodomésticos eficientes
Os eletrodomésticos, principalmente o frigorífico e as máquinas de lavar roupa ou louça, têm um grande peso na fatura mensal de eletricidade. Assim sendo, e apesar de ser necessário um investimento inicial maior, opte por equipamentos de classe energética A+ ou superior.
Lâmpadas LED
Além de serem muito mais eficientes e duradouras – o tempo de vida útil pode atingir as 30.000 horas – as lâmpadas LED são também mais rápidas a iluminar, quando comparando com as lâmpadas tradicionais.
Mas não se esqueça de uma dica importante: sempre que não for preciso, apague as luzes.
Casa eficiente: vale mesmo a pena?
Conhecidas as características, vamos agora avaliar os prós e os contras, de modo a perceber todas as vantagens e desvantagens de uma casa eficiente.
Vantagens a ter em conta
Economia no consumo de energia
Como fomos referindo ao longo de algumas características, o investimento inicial pode ser elevado, todavia rapidamente será recuperado no gasto mensal da fatura da luz e não só.
Mais conforto térmico
Nos meses frios, gastamos sempre mais luz, porque ligamos o aquecedor ou ar condicionado, ou mais gás, de acordo com os sistemas de aquecimento existentes. Porém, numa casa eficiente, o conforto térmico não implica gastos adicionais.
Valorização da casa
Uma casa dotada de eficiência energética é uma casa mais valorizada no mercado imobiliário atual.
Redução da pegada de carbono e da pegada hídrica
Ter uma casa eficiente significa também que possui uma casa mais amiga do ambiente, mais sustentável e que ajuda a reduzir o nível de emissões de gases de efeito estufa, bem como permite fazer uma gestão mais inteligente da água que usamos.
Redução da poluição sonora
O correto isolamento acústico proporciona uma maior proteção contra a poluição sonora, especialmente nas grandes cidades e até contra vizinhos barulhentos.
Desvantagens de uma casa eficiente
Investimento inicial
A qualidade paga-se e isso passa também por todos os equipamentos e materiais necessárias à criação de uma casa eficiente. Ainda que seja um investimento recuperado com facilidade, nem toda a gente tem capacidade financeira para tal.
Espaço disponível
Alguns dos equipamentos que ajudam a tornar a casa eficiente, em termos energéticos, são de grandes dimensões ou necessitam de ser colocados em sítios específicos, pelo que o espaço disponível pode ser um problema.
Governo apoia mudanças para uma casa eficiente
O programa “Casa Eficiente 2020” visa conceder um empréstimo a todos os que desejem fazer obras de melhoria ao nível do desempenho ambiental dos edifícios de habitação particular, com especial enfoque na eficiência energética e hídrica, bem como na gestão dos resíduos urbanos.
Podem candidatar-se proprietários de prédios residenciais ou suas frações, bem como os respetivos condomínios, em qualquer ponto do país. Para o período de 2018 a 2021, o valor total disponível é de 200 milhões de euros.
Além disso, foi também criado o programa “Edifícios mais Sustentáveis 2020“, com o objetivo de ajudar no pagamento de obras em edifícios com vista à sua sustentabilidade e a reabilitação energética, como por exemplo, colocação de janelas eficientes, isolamento térmico, colocação de sistemas de aquecimento e /ou arrefecimento do ambiente e das águas quentes sanitárias, entre outros.
Porém, o valor disponível já foi esgotado, ainda que o programa tivesse inicialmente o final de 2021 como data de término. Face ao número elevado de candidaturas, o Governo está já a preparar novas verbas para este ano.