Share the post "Centros de testes automóveis: quão importantes são e qual o seu papel?"
Os centro de testes são uma realidade para quem acompanha o mundo automóvel e na verdade são essenciais para o desenvolvimentos dos carros.
Todos sabemos que quando o assunto é automóveis, há sempre uma preocupação comum: a segurança. Como tal, um dos objetivos primordiais dos fabricantes é fazer de tudo para melhorar este capítulo.
Para ajudar neste processo, a grande generalidade das marcas recorre a estas pistas de centro de testes. Mas de que forma é que estas pistas ajudam neste processo? Que tipo de recursos dispõem para colaborar neste objetivo?
Saiba como e qual o papel dos centros de testes automóveis na elaboração e desenvolvimento de veículos mais seguros, dinâmicos e fiáveis.
5 Marcas com centros de testes automóveis surpreendentes
Os primeiros centros de testes automóveis eram “bastante simples” quando comparados com as atuais.
A constante evolução do conhecimento e tecnologias proporciona-nos desenvolvimentos em várias áreas, tais como: informática, automóvel e construção (ex: infraestruturas – estradas e outros).
Obviamente, que com a evolução as marcas acabaram por dar um “upgrade” aos seus centro de testes. Desta forma, conseguem testar os carros em mais cenários, desde os mais previsíveis ou mais imprevisíveis.
Vamos agora conhecer algumas das pistas de testes importantes na história automóvel, não só de construtoras automóveis, mas também de pneus.
1. FIAT
A FIAT, em 1923, apresentou a sua nova fábrica em Itália. O local para alojar este projeto foi Lingotto, uma localidade de Turim.
Esta fábrica tinha 6 andares. O veículo começava a ser construído no primeiro piso. Conforme o carro fosse ganhando estrutura e forma, ele ia subindo de piso até chegar à pista de testes.
A estrutura da fábrica com a pista, no último andar, era bastante inovadora. Tendo em conta isso, podemos dizer que teve um papel importante na história automóvel.
Esta pista podia ser equiparada a uma linha de montagem divida por pisos. A pista tinha uma dimensão total de 2,4 km.
2. Porsche
Inicialmente, esta pista foi projetada e construída pela Fiat. A pista de testes é facilmente identificável do céu porque é absolutamente gigante.
Aliás, mesmo do espaço é possível identificar devido à sua pista exterior, mas deixemos isso para mais tarde.
A pista pensada pela Fiat, em 1975 na Itália, mais especificamente em Nardò, era composta por 3 pistas de testes e 1 edifício para os engenheiros e carros. No entanto, em 2012, a Porsche adquiriu a pista e desde então detém-na em sua posse.
A pista conhecida como Nardò Technical Center, tem quase 700 hectares e mais de 20 circuitos de testes diferentes. Os circuitos simulam todo o tipo de cenários e condições a que um automóvel pode estar sujeito.
Pode encontrar a estrada de alcatrão mais lisa e perfeita, à mais irregular e “perigosa”. A ideia é submeter os veículos a todo o tipo de situações, e testar o seu comportamento e componentes.
A pista exterior apelidada da jóia da coroa, devido à sua forma, é uma pista circular com 12,6 km de extensão e 4 km de diâmetro. Na faixa exterior, umas das quatro existentes, é possível atingir velocidades na ordem dos 240 km/h.
Há um outro facto interessante sobre este complexo de testes. Para além das pessoas autorizadas pela fabricante alemã, há um conjunto de profissionais, não relacionados com a indústria automóvel com acesso ao complexo. Sabe quem? Agricultores.
Como pode ver nas imagens, há bastante área verde em torno das pistas. Então, para evitar o desperdício e, de forma a reduzir o impacto no meio ambiente, a marca permite que os agricultores cultivem estes terrenos.
3. Hyundai
A fabricante asiática também tem o seu próprio centro de testes. Aliás, a Hyundai conta com 3 centros de testes automóveis conhecidos e estratégicos na sua missão. Estes situam-se na Coreia do Sul, Estados Unidos e Alemanha.
3.1 Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Namyang
Na Coreia do Sul, mais propriamente em Hwaseong, encontramos o excelente Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Namyang.
Neste complexo com 33 mil metros quadrados, os engenheiros estão distribuídos por diferentes edifícios de acordo com a sua área de intervenção. Este centro está em constante contacto e colaboração com o centro da Hyundai na Europa, na Alemanha.
Como existem vários fabricantes na Alemanha, é natural que os centros de testes neste país estejam mais expostos a olhares externos. Tendo isso em conta, e para garantir uma maior confidencialidade, na fase inicial a marca prefere desenvolver, testar e verificar a segurança e qualidade dos seus carros em Namyang.
Neste centro, encontra uma equipa enorme de engenheiros (mais de 10 mil) e a mais recente tecnologia de ponta.
No interior, o túnel de vento é um dos pontos que se destaca mais e foi inaugurado em 1999. Este é capaz de simular ventos de 200 km/h.
No exterior, encontra 34 pistas, que tal como nas outras marcas, têm como objetivo simular todos os cenários possíveis e imagináveis. Conta ainda com uma pista oval para testes a altas velocidades.
Se os carros passarem nos testes na Coreia de Sul, avançam para testes, mas noutro centro. Neste caso, o dos Estados Unidos.
3.2 Centro de testes no deserto de Mojave
É na Califórnia, no deserto de Mojave, que a Hyundai testa os seus veículos em condições climatéricas exigentes. Este é um dos pontos mais quentes existentes na Terra.
Se os carros sobreviverem aos testes nestas condições, provavelmente, sobrevivem a tudo.
Os carros só avançam para produção, caso sejam bem sucedidos nestas pistas de centro de testes. Este centro tem mais de 1750 hectares e 116 km de percursos distintos.
3.3 Centro de testes de Nurbugring
Por fim, o último e derradeiro teste para os carros da Hyundai: Nurburgring, na Alemanha.
Como a marca se quer afirmar na Europa, este centro tem como objetivo confirmar se a dinâmica, fiabilidade e comportamento do carro estão adequados às exigências do condutor europeu.
Para isso, a Hyundai conta com uma equipa de pilotos profissionais, que conduzem os carros a 90% a 95% das suas capacidades mecânicas.
As suas 73 curvas ao longo de quase 21 km, fazem de Nurburgring um dos circuitos mais temidos do mundo.
No circuito conhecido como inferno verde, encontra inclinações de 11% e 17%, que testam a fiabilidade dos componentes ao máximo.
Como pode ver, a Hyundai tem um processo de testes super exigente e que tem trazido resultados, como por exemplo: número de anos de garantia, a fiabilidade dos carros, a satisfação dos condutores entre outros…
4. Mercedes-Benz
4.1 Centro de testes de Estugarda
A Mercedes-Benz, na década de 50, começou a desenvolver um centro de testes para os seus veículos. Este centro de testes estava adjacente à fábrica em Estugarda, na Alemanha.
Desde a primeira pista de testes até 1967, a Mercedes foi trabalhando, ano após ano, no desenvolvimento do seu centro de testes. No final, a marca alemã contava com um complexo com mais de 15 km de extensão, onde podia testar os seus carros.
Esta pista de centro de testes tinha uma seção especial, a “Heide”. Neste troço eram replicadas as más condições de uma estrada (Luneburg Heath) no norte da Alemanha. Aqui encontrava buracos, simulações de ventos fortes e mudanças de direção e outros factores que não imagina.
No entanto, como a fabricante alemã procura inovar e oferecer os melhores carros e mais seguros aos condutores, decidiu apostar mais nas suas pistas de centro de testes.
4.2 Centro de testes e tecnologia de Immendingen
Atualmente, no município de Immendingen – região de Friburgo, a 120 km de Estugarda, a Mercedes construiu um centro de testes e tecnologia, onde realizou um investimento de 200 milhões de euros.
O centro de testes e tecnológico demorou, aproximadamente, três anos e meio a ficar pronto. No entanto, na nossa opinião, cada euro investido e cada segundo esperado foram bem “gastos”.
A fabricante alemã pode agora aprimorar, com mais e melhores recursos, os sistemas de assistência à condução, os sistemas de condução autónomos e ainda as mecânicas híbridas e elétricas.
Para além disso, são mais de 30 pistas que simulam diferentes de cenários de condução, como por exemplo:
- pista oval para testes de altas velocidades
- estradas como as dos Alpes com curva e contracurva (sinuosas)
- ruas com cruzamentos
- rotundas como nas grandes cidades europeias
- autoestradas
- um segmento de pista baseado no circuito de Nurburgring
- asfalto ondulado
- trajeto dedicado e apropriado para testes de veículos todo-o-terreno – 4×4
- pista de travagem
- pista de provas acústicas
Uma das maiores apostas da marca é a condução autónoma. Como tal, a maior área do complexo é dedicada a esta função.
Com testes e avaliações realizados a altas velocidades, a Mercedes incorpora nos testes situações de mudança de faixa e verificação das funções de prevenção de colisão.
Para tentar criar os testes mais reais possíveis, a marca recorre a obstáculos fixos e móveis, que simulam as dificuldades que podem surgir no quotidiano.
Tal como a Porsche, a Mercedes levou em consideração a conservação do meio ambiente natural onde está localizado.
Para isso, a marca colaborou com uma organizações de proteção animal e ambiental. O viaduto, pelo qual os animais selvagens podem atravessar o centro tecnológico em segurança, é um excelente exemplo desta preocupação.
5. Continental – Pista de centro de testes de pneus
No entanto, se pensa que as únicas pistas de testes são das fabricantes automóveis engana-se. As fabricantes de pneus, também possuem pistas para testar e desenvolver melhor os seus produtos.
A título de exemplo, damos-lhe a conhecer um pouco da realidade da continental, e do seu centro de testes.
O centro de testes da Continental, Uvalde Proving Grounds, está localizado nos Estados Unidos da América, perto de San Antonio, Texas. É um ambiente rural, onde o clima é ameno durante todo o ano.
Afastado do centro das atenções, devido à localização, o centro de testes consegue ainda juntar uma elevada segurança. Assim, Uvalde é o local ideal para testar muito mais do que pneus, como por exemplo: veículos e componentes altamente secretos.
A pista do centro de testes da Continental, também dispõe de vários cenários. Onde destacamos três recursos inovadores e importantes:
- The Vehicle Dynamics Facility (instalação de testa da dinâmica de veículos): com piso molhado, curvas, torção em pista seca e um percurso de avaliação de passeio com várias superfícies;
- The Traction Testing Facility (instalação de testes de tração): com superfícies de betão e asfalto para testes em superfícies secas, molhadas e uma pista para testes de hidroplanagem;
- The Wet Grip Testing Facility (Teste de aderência ao piso molhado): apresenta um piso de asfalto molhado aos “s”; um pequeno circuito, em asfalto, sob a forma de círculo para medições do tempo da volta e comportamento do pneu; e ainda um círculo grande, em asfalto, para testar os efeitos de hidroplanagem e aceleração lateral.
Além dessas três áreas de teste, o centro de testes da Continental é composto ainda por uma pista principal com 13,5 km e nove trajetos de testes.
As estradas públicas das redondezas também são utilizadas para completar os seus testes, numa vertente ainda mais real.
Com estes recursos e devido aos dados que recolhe nos testes, a Continental – fabricante de pneus, consegue progressos valiosos na construção de pneus de qualidade.
Para além da Continental, as empresas ligadas ao mundo automóvel, que também testam aqui os seus carros e componentes, conseguem recolher dados que lhes permitem melhorar continuamente.
As pistas de centro de testes são úteis?
Como lhe mostramos ao longo do artigo, as pistas de centro de testes são úteis e, na nossa opinião, extremamente necessárias.
Aliás, até as pistas utilizadas para testar os pneus são essenciais para a nossa segurança. Isto porque providenciam infraestruturas onde os automóveis e motas podem ser testados, bem como dados que podem ser transformados em conhecimento para melhorar a qualidade de componentes, pneus, e os próprios carros.
Para terminar, estas pistas são vantajosas para todos em geral, pois oferecem progresso no que toca à qualidade, fiabilidade e segurança veículos, que se reflete nos condutores e passageiros, bem como nos peões.