Share the post "Citröen traz de volta o 2CV com motor elétrico? Saiba tudo"
Três décadas volvidas após a última unidade ter saído da linha de produção (em Portugal, na fábrica de Mangualde), consta que a Citroën se prepara para ressuscitar um dos seus modelos mais icónicos, o 2CV. Mas desta vez, o lendário “dois cavalos” não será movido por um pequeno motor a gasolina, mas sim por eletricidade.
A aposta numa versão elétrica do 2CV surge como resposta ao renascimento de clássicos por parte de outras marcas, como é o caso do Renault 5, agora reinventado como modelo elétrico, com grande sucesso junto do público europeu.
O regresso do 2CV, ainda por confirmar oficialmente pela marca de origem francesa, está a ser alvo de fortes rumores e fugas de informação, sendo apontado como um projeto estratégico da marca francesa para reforçar a sua presença no segmento dos veículos elétricos acessíveis.
De acordo com fontes próximas da marca, e informações recentes do site britânico Autocar, o modelo poderá chegar ao mercado já em 2028, ano em que se celebram 80 anos desde a sua apresentação original no Salão de Paris de 1948.
2CV: ícone popular reinventado
O Citroën 2CV foi originalmente concebido como um carro simples, robusto e acessível, ideal para as zonas rurais de França do pós-guerra. A sua missão era clara: transportar quatro adultos e 50 kg de batatas a 60 km/h, mesmo em estradas de terra batida.
Com mais de 5 milhões de unidades vendidas até ao final da sua produção, em 1990, o 2CV tornou-se um símbolo de mobilidade popular, não só em França, mas em todo o mundo.
As mais recentes informações sugerem que a nova encarnação do modelo manterá esta filosofia, mas adaptada aos desafios e exigências do século XXI.
A Citroën pretende posicionar o novo 2CV entre o seu quadriciclo elétrico Ami e o recém-lançado ë-C3, com um foco muito claro na acessibilidade e eficiência energética. O objetivo é claro: oferecer um automóvel urbano elétrico que seja económico, prático e, ao mesmo tempo, nostálgico.
Design retro com toques modernos
Embora ainda não tenham sido reveladas imagens oficiais do novo modelo, sabe-se que o design será fortemente inspirado no original, recuperando elementos como os arcos arredondados, os faróis salientes e o tejadilho curvo.
O interior deverá manter o espírito minimalista, mas com a incorporação de tecnologia moderna essencial, como conectividade com smartphone, instrumentação digital simples e sistemas básicos de assistência à condução.
Esta abordagem de “retro-futurismo” visa cativar tanto os fãs mais nostálgicos do 2CV original como um público jovem e urbano, que valoriza o design diferenciado e a sustentabilidade.
2 CV com motorização elétrica
O novo 2CV deverá utilizar a plataforma Smart Car da Stellantis, o mesmo grupo automóvel ao qual a Citroën pertence. Também usada no ë-C3, foi especificamente desenvolvida para veículos elétricos compactos e de baixo custo, com especial enfoque na racionalização de componentes e partilha entre modelos.
Quanto à motorização, espera-se que o modelo utilize uma bateria de capacidade moderada, suficiente para garantir uma autonomia competitiva no meio urbano (provavelmente entre 200 e 300 km), mas que permita manter os custos controlados.
A performance será secundária face à eficiência, mantendo-se assim fiel ao conceito original do 2CV: um carro para o povo, funcional e económico.

Renascimentos retro
A decisão de trazer de volta o 2CV não surge no vazio. Marcas como a Renault (com o novo R5 elétrico) ou a Fiat (com o 500e) têm apostado fortemente em reviver ícones do passado, conjugando design retro com tecnologia moderna.
Estas abordagens têm-se revelado eficazes em termos de marketing, criando ligações emocionais com o passado enquanto respondem à crescente procura por soluções de mobilidade elétrica.
Por isso, a Citroën vê neste movimento uma oportunidade para capitalizar a força emocional que o 2CV ainda representa, especialmente no mercado francês, onde continua a ser um símbolo cultural e afetivo.
Impacto do 2CV no mercado
O regresso do 2CV poderá representar um trunfo importante para a marca no segmento de entrada dos elétricos.
Numa altura em que os veículos elétricos ainda enfrentam críticas pelo preço elevado, a aposta num modelo icónico, simples e acessível poderá ser uma lufada de ar fresco num mercado cada vez mais competitivo.
Aliás, Thierry Koskas, CEO da Citroën, já deu pistas sobre a abertura da marca a este tipo de abordagem, afirmando recentemente que “há espaço para se inspirar no passado, mas com um espírito moderno e inovador”. Embora sem confirmações oficiais, declarações como esta apontam claramente para a viabilidade do projeto.