O código QR é cada vez mais utilizado e pode ser encontrado impresso em vários tipos de suportes. Surgiu há mais de 20 anos no Japão, criado por uma empresa do grupo Toyota chamada Denso Wave, que pretendia identificar mais eficazmente todos os diferentes componentes de carros fabricados pelo gigante automóvel.
A missão era que esse código pudesse identificar melhor cada uma das peças e facilitar a sua gestão e logística. Hoje, os códigos QR podem ser encontrados em muitos produtos à venda nos supermercados, em painéis publicitários, em folhetos, etiquetas de roupa, jornais, revistas e mesmo em objetos como peças de arte ou eletrodomésticos.
QR quer dizer em inglês Quick Response Code (“Código de Resposta Rápida”) e podemos pensar neles como um evolução natural dos códigos de barras, muito aplicados na indústria e nos serviços de vendas.
Os códigos QR conseguem armazenar até 100 vezes mais informação que as tradicionais barras a negro e estão amplamente preparados para enquadrar a evolução da tecnologia digital, já que o seu objetivo é conseguir ligar, de forma rápida e eficaz, o mundo offline com o mundo online.
O que é um Código QR?
Os códigos de barras tradicionais são códigos unidimensionais (1D) que permitem a leitura na horizontal de um desenho formado por barras pretas e pelos espaços brancos existentes entre si.
Um leitor próprio envia uma luz para o código e esta é absorvida pela barra preta e refletida pela área branca. Esta leitura óptica é compreendida pelo software do computador, ao qual o leitor está ligado, e que converte estes espaços de luz e não luz em letras ou números legíveis aos nossos olhos e que servem para identificar um produto ou um serviço.
Já o código QR é um código bidimensional (2D) que pode ser lido em várias direções e que por isso mesmo pode conter mais informação. Ele é construído como um padrão complexo de pixéis, que tanto pode ser lido na horizontal como na vertical, através das câmaras de um smartphone, tablet ou computador.
Estes dispositivos têm de possuir um programa específico ou uma aplicação que seja capaz de compreender o padrão do código QR “visto” digitalmente pela câmara e que possua acesso à Internet, já que o código irá direcionar o dispositivo para um destino online, onde poderá aceder a conteúdo extra em forma de imagem, vídeo, som ou texto.
Graças à popularidade que estes códigos têm vindo a conquistar, atualmente já há aplicações como o Facebook, o Twitter e o Google Lens que permitem ler códigos QR, tal como algumas câmaras de smartphone, dependendo dos fabricantes, também já os reconhecem sem necessidade de instalação de uma aplicação especifica para os ler.
Cada pixel desenhado tem uma função
O QR é constituído pela representação gráfica de vário quadrados, organizados num padrão global que forma um quadrado maior. Cada quadradinho preto tem uma função e a forma como estão organizados, juntos ou separados uns dos outros, permite à aplicação que os vai ler perceber onde há colunas ou linhas e como pode interpretá-las.
Por exemplo, os quadrados maiores que se costumam encontrar nos três cantos do símbolo gráfico, servem de localizadores que permitem à aplicação perceber o tamanho do código, a sua inclinação e orientação, possibilitando a leitura, qualquer que seja a sua posição.
As grandes vantagens face aos códigos de barras estão precisamente na quantidade de informação que conseguem armazenar e na capacidade de permitirem um leitura a alta velocidade em todas as direções (360 graus), mesmo em superfícies que não são planas.
A leitura é feita, tal como no código de barras, conseguindo distinguir um primeiro plano de um plano de fundo, através do contraste entre um espaço branco e outro ocupado por um quadrado de cor. Desde que essa distinção possa ser claramente feita, o código será lido, e podem até ser utilizadas cores para além do preto.
A capacidade de armazenamento é bem maior que a de um código de barras. Um QR pode albergar em valores aproximados cerca de 7000 caracteres numéricos, 4000 caracteres alfanuméricos, quase 3000 caracteres binários (8 bits) e ainda 1.817 kanji/kana (alfabeto japonês). A empresa que criou o QR ainda detém a patente, mas deu acesso livre para a programação destes códigos o que garantiu a disseminação da sua utilização.
Para que são utilizados os códigos QR?
A substituição dos códigos de barras por códigos QR parece ser uma natural evolução das técnicas de controle e inventário de stock. Mas foi o mundo do marketing e da comunicação que o código QR mais veio revolucionar.
Este tipo de código pode ser utilizado em estratégias de marketing e no apoio a campanhas publicitárias, quer na venda de produtos quer na assistência que as empresas e marcas podem dar aos seus clientes pós venda.
O QR veio, igualmente, abrir portas no mundo da informação não comercial, ao ajudar jornais e revistas a direcionar os seus leitores para a busca e visualização de mais informação sobre os assuntos mencionados nos meios físicos.
Ao apontar a câmara do seu dispositivo para um código destes, o utilizador pode ser automaticamente direcionado para conteúdo extra disponível online. Pode ser um vídeo de lançamento de um novo produto, o acesso direto a encomendas de novos produtos online ou a visualização de um documentário mais aprofundado sobre a breve notícia que viu no jornal.
Ao envolver o conceito de localização virtual e remota, os códigos QR podem até ser utilizados no setor de recrutamento local para exibir formulários e iniciativas de algum organismo oficial, e mesmo para a auto-promoção individual ao serem impressos num currículo ou num cartão de visita.
O espaço de crescimento para a utilização do código QR é ainda vasto e já é possível perceber novas formar para a sua utilização. No nosso país, por exemplo, o Governo pretende dar um novo fôlego ao pacote de medidas do Simplex +, e um deles pode ser a emissão de faturas com código QR, que permitirá ao contribuinte comunicar faturas, sem número de contribuinte, ao site E-Fatura, garantindo os seus benefícios fiscais.
Outra solução a ser implementada é a desenvolvida pela SIBS e que vai garantir aos clientes MB WAY poder pagar com tecnologia QR Code em alguns locais.
Cuidados a ter com os códigos QR
Os QR são completamente inofensivos, pois são apenas imagens impressas numa revista ou num produto. Mas já o mesmo não se pode dizer dos sites ou links para os quais eles podem direcionar o dispositivo que os lê. Tenha cuidado e não aponte a câmara do seu dispositivo para códigos que aparecem em folhetos ou cartazes que aparecem em locais públicos, sem identificação, e que qualquer pessoa pode ter criado.
Os cuidados devem ser os mesmos que tem ao navegar online ou ao receber um e-mail suspeito com links para clicar. O objetivo é evitar ser direcionado para páginas com conteúdo menos agradável, sites falsos de phishing e roubo de dados ou mesmo locais que ativem códigos maliciosos.
O momento em que lê o código e abre a página é seguro, mas mal ela abre pode ser fácil tocar nalgum coisa que vai ativar o problema. O ideal é ter sempre o seu sistema operativo atualizado e soluções antivírus instaladas que fazem uma análise prévia dos links para os quais foi direcionado, podendo assim avisá-lo ou barrar o acesso se os considerarem inseguros.
Claro que as boas práticas de segurança, a sua atenção e toda a informação e educação que possa dar aos seus filhos ou a utilizadores mais novos sobre esta questão, são a melhor medida de prevenção.
Como criar um código QR
Já vimos que existem inúmeras vantagens na utilização de um código QR, quer o leitor seja um empresário que quer promover o seu negócio, ou alguém que pretende tornar a informação que produz mais atrativa ou enviar uma mensagem mais divertida para um amigo.
Gerar um código QR e colocá-lo visível, dependerá do tipo de dados que nele quer inserir, para onde o quer direcionar e do número de códigos que deseja produzir.
Existem inúmeras ferramentas e geradores de código online que podem ser utilizadas para o processo de criação de um código QR. Na maioria, as suas versões gratuitas apenas permitem experimentar a criação de códigos mais simples onde pode inserir um URL, número de telefone, SMS ou um texto. E não precisa de ser programador para as conseguir utilizar.
Através do preenchimento de vários campos onde coloca a sua informação, basta clicar e é-lhe criado um gráfico com o código que poderá colocar onde quiser. As ferramentas pagas, mantêm o mesmo tipo de funcionamento, mas permitem criar códigos com mais variantes, inclusive colocar no próprio quadrado de pixéis uma imagem ou um logótipo, que poderá continuar a ser lido da forma que mais lhe convém.
Deixamos-lhe aqui um exemplo de uma ferramentas disponível online, a Shopify, onde poderá espreitar e experimentar criar o seu primeiro QR.
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