A entrada na vida adulta traz muitas novidades e uma delas é a autonomia completa na gestão do próprio dinheiro. Esta autonomia traz, contudo, uma grande responsabilidade. E se não for rápido a amadurecer no que diz respeito às decisões financeiras, pode desperdiçar a melhor oportunidade de preparar um futuro confortável.
Partilhamos, por isso, as dez melhores dicas que todos agradecíamos ter sabido antes de completar 30 anos.
Ainda não tem 30? Então há 10 coisas que deve saber sobre dinheiro
1. Poupar é em casa dos pais
A casa dos pais é vista como um ninho onde nada nos atinge, mas os ninhos também servem para crescer, ganhar asas e aprender a voar. Enquanto viver com os pais, faça por aprender com a experiência deles, peça conselhos e aproveite para poupar (muito).
A maior parte de nós não tem grandes despesas quando ainda vive em casa dos pais. Esta é a melhor oportunidade de sempre para poupar. Se não consegue poupar agora, que não paga contas, quando vai conseguir? Comece a juntar o máximo que conseguir e vai agradecer a si próprio quando chegar a hora de arranjar um canto só seu.
2. Quando saímos de casa não há plano B
Vá, sabemos que há sempre a casa dos pais, que nos aceitam de volta sempre que for necessário e até sermos velhinhos. No entanto, a ideia de vivermos sozinhos é a de que somos independentes – e se somos independentes para vivermos sozinhos, temos de ser independentes para fazermos face aos problemas.
Quando sair de casa dos pais, encare a liberdade como um adulto e deixe de contar com eles para quando as coisas correrem mal. Eles estarão lá, sabe que sim, mas vai sentir-se orgulhoso de nunca ter precisado de ajuda para pagar a conta da luz.
3. Não vai querer perder a independência conquistada
Diz quem já passou por isso que é muito complicado gerir um regresso a casa dos pais. Quando já nos habituámos a viver sozinhos, pelas nossas regras, não é fácil voltar a dar satisfações a toda a hora e a ter de obedecer às regras de uma casa que, afinal de contas, não é nossa.
Por melhor que seja a sua relação com os seus pais, acredite que não vai querer voltar a perder a sua independência. Faça por conquistar uma autonomia financeira sólida que lhe permita desenrascar-se em qualquer situação e sem ter de voltar para o ninho com o ego machucado.
4. Dois bolsos poupam mais do que um
É cada vez mais comum os casais juntarem os “trapos” mas deixarem as contas bancárias de fora. Ainda que seja uma opção segura em caso de separação (porque cada um sabe exatamente o que é seu), a verdade é que podem estar a desperdiçar uma boa oportunidade de fazer as poupanças crescerem mais depressa.
Se, em vez da política “cada um gasta o que é seu”, adotarem a filosofia de “estamos os dois a poupar para o mesmo objetivo”, a poupança acaba por ser maior e render mais mesmo com taxas de juro pequenas.
5. Os imprevistos acontecem
Quando preparar as suas poupanças, mantenha sempre um bom fundo de emergência. Pode não precisar de lhe mexer durante muitos anos, mas, quando precisar, vai ficar aliviado por ele estar lá. Conte sempre, mas sempre, com os imprevistos.
6. Investir é necessário
Porque não há plano B e não vai querer por em causa a sua independência, mas vai querer na mesma fazer crescer as poupanças, é boa ideia estudar o mercado financeiro e saber como ele funciona. Faça por conhecer os tipos de investimento que existem, o seu perfil de investidor e a relação entre o risco e a rentabilidade das aplicações financeiras. Um investimento bem informado está sempre mais perto do lucro do que um investimento feito à sorte.
7. Não, não vai comprar uma casa a pronto
O discurso vem quase sempre da boca dos mais sonhadores, que um dia percebem que têm emprego, salário e nenhuma conta para pagar (quando vivem com os pais). A poupança cresce rápido, parece fácil, e há casas com preços que nem parecem tão assustadores assim. Mas calma… não é tudo tão simples.
Uma casa custa muito dinheiro e é um excelente negócio para os bancos, que ganham dinheiro com os créditos. Ninguém vai querer vender-lhe uma casa a pronto, mesmo que tenha o dinheiro dentro de uma caixa. Vai sempre ser pressionado para comprá-la com crédito, porque é assim que o mercado funciona.
Também não há como entregar as poupanças todas ao dono da casa e ficar lá dentro de bolsos vazios. Vai precisar de pagar a escritura, a instalação dos serviços básicos e a mobília, enquanto que terá de ao mesmo tempo se sustentar no dia a dia.
Vá com calma: não precisa de ficar com a corda no pescoço sem necessidade e a estabilidade deve ser sempre a sua prioridade número um.
8. Objetos são só objetos
Não, comprar um telemóvel topo de gama não pode ser uma prioridade. Ou até pode, se não se importar de, daqui a uns anos, não ter dinheiro para dar de entrada para uma casa.
A maior lição que podemos ter antes dos 30 anos é a de que os objetos são só isso, objetos, e servem para nos serem úteis. Evite acumular coisas que não usa ou das quais não precisa, evite comprar itens repetidos “para o caso de ser necessário”, não compre eletrodomésticos só porque dão um ar moderno à sua cozinha nova. O dinheiro serve para comprar utilidades e conforto, não para comprar estatuto.
9. Dinheiro gera dinheiro
Esta lição acaba por aprender se estudar o mercado financeiro, mas fica aqui na mesma: quanto mais dinheiro tiver, maior será a sua capacidade de investimento e maior será o seu retorno. Assim, aposte em fazer crescer a verba que investe com regularidade (mais que não seja somando-a aos capitais recebidos de juro) e vai ver que os investimentos começam a acelerar.
Este ponto pode parecer impossível no início. Mas se for suficientemente disciplinado, tiver acesso aos recursos certos e souber como aproveitá-los, pode ficar bem na vida. Milionário talvez não, mas confortável de certeza.
10. Tudo se constrói com disciplina
Não vai nunca conseguir aquele carro, aquela casa, aquela vida em geral se não for disciplinado. Os jantares fora, as noites de copos ou as tardes no shopping são os maiores inimigos do seu futuro financeiro, por isso ponha-lhes travão. Não precisa de ficar trancado em casa, mas todos sabemos que a vida dos jovens adultos é sempre mais airosa. Com certeza tem onde cortar sem deixar de aproveitar a vida.
A maior promessa que podemos fazer-lhe? O seu “eu” de 40 anos vai agradecer-lhe muito e sentir-se orgulhoso do caminho percorrido. E não há melhor sensação do que a de auto-realização.
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