Sabia que há um banco que cobra mais de 10 euros por mês só para ter lá dinheiro na conta à ordem? E que outro cobra mais de 132 euros por ano só para ter a conta aberta? E tem consciência de que há instituições bancárias que lhe retiram da conta 46 euros por ano só para lhe cobrarem a prestação da casa? Sim, pelo serviço de lhe irem à conta tirar o dinheiro! E que se levantar algum dinheiro ao balcão, com as outras comissões, pode estar a pagar quase 250 euros por ano? E olhe que a tendência é para piorar.
Antes de irmos às alternativas, convém que tenha a consciência de que centenas de milhares de portugueses pagam cerca de 100 euros ou mais por ano apenas para ter uma conta aberta num banco.
Veja se é o seu caso, olhando para o extrato das suas contas nos últimos meses. Mas como esse dinheiro sai da conta aos “bochechos” quase ninguém dá por nada. Agora imagine que tem duas ou três contas, ou que pelo menos cada um do casal tem uma. Estamos a falar de cerca de 200 euros por ano que desaparecem sem se aperceber de nada.
Pode achar que não é relevante, mas pense no que podia fazer com esse dinheiro ao fim de 5 ou 10 anos. Daqui a uma década, “desperdiçou” 2.000 euros.
Mesmo que não queira fazer esta conta, é dinheiro que fica no seu bolso para gastar como quiser. É suposto os bancos ganharem dinheiro com o nosso dinheiro (que lhes emprestamos) e não connosco a financiar as suas atividades. Pelo menos eu penso assim. Nos últimos anos a situação não só se inverteu, como está a agravar-se. Grande parte (uma parte enormíssima) das receitas dos bancos são as comissões que nos cobram.
Em primeiro lugar, devo dizer que tenho contas abertas em 5 bancos diferentes e que não pago comissões de manutenção em nenhuma. No dia em que me cobrarem comissões fecho imediatamente essas contas.
Posso dizer isto de todas as minhas contas, exceto uma: a conta associada ao Crédito à Habitação. Sinto-me completamente preso a esta. Como tenho um spread baixo (0.3) não me compensa mudar o crédito para outro banco para fugir às comissões bancárias.
Alterações nas comissões da Caixa Geral de Depósitos
No caso da Caixa Geral de Depósitos, centenas de milhares vão começar a pagar Comissões de Manutenção de Conta a partir de 1 de setembro. Ter domiciliação de ordenado já não é suficiente. Vão começar a pagar mais de 5 euros por mês só para ter a conta aberta e receber aí o seu ordenado.
As redes sociais agitaram-se com a notícia, mas praticamente todos os bancos já cobram comissões mensais só por ter a conta aberta. No caso da CGD, a forma que encontrei (de acordo com as regras deles) para manter a isenção é usar o cartão de débito e o cartão de crédito pelo menos uma vez a cada 3 meses.
Fiz as contas e (ainda) me compensa não aderir a uma das contas com comissões mensais que por uma mensalidade oferecem alguns serviços “grátis” como as anuidades dos cartões. Informe-se sobre as vantagens e desvantagens das contas S, M, e L.
Evidentemente, terá de fazer as suas contas, porque há casos em que compensa aderir a essas mensalidades fixas em vez de pagar várias anuidades e comissões por atos individuais. E há casos em que continuam isentos, como ter baixos rendimentos ou ser estudante (há mais isenções).
Vamos às alternativas
Cada banco tem as suas regras e preçários. Tem de perguntar muito bem ao seu banco em que condições pode ficar isento de comissões de manutenção de conta. Pode ser que com uma conta a prazo, um investimento, um cartão de crédito (dos mais baratos) ou outra situação resolva o “problema”.
Caso não consiga, e se não estiver preso ao spread, tem vários bancos que não cobram comissões nem anuidades. Tem o banco CTT, o ActivoBank, o BIG, o Best, o BNI Europa, etc. Tem de ver o preçário de cada um deles para garantir que faz uma boa opção. Na página na internet de cada banco, ao fundo, tem um pequeno link que diz “Preçário”. Todos são obrigados a divulgar essa informação.
Também na página do Banco de Portugal tem um link onde pode comparar todos os preçários de todos os bancos. Pesquise “Comparador de comissões bancárias” no Google ou clique aqui.
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