Muitos pais e educadores gostariam de saber como combater défice de atenção na escola. De facto, este problema nem sempre é identificado como tal, e é uma questão que afeta um grande número de alunos, com especial incidência nos mais novos.
Saber identificar e contornar este problema é fundamental para um sistema de ensino mais eficiente. O futuro dos alunos mais jovens agradece!
O que é o défice de atenção?
O défice de atenção traduz-se numa dificuldade acentuada e permanente em conseguir manter-se atento. A escola ou qualquer outro contexto educativo, por ser exigente do ponto de vista da atenção e da concentração, põe muitas vezes a descoberto este problema, tantas vezes indetetado em contexto familiar.
A verdade é que quem sofre de défice de atenção apenas consegue manter o foco da sua atenção na captação de informação por breves minutos; os resultados escolares põem em evidência que algo se passa, mas nem sempre é fácil e rápido concluir o quê.
As consequências vão além do baixo desempenho escolar
O défice de atenção pode ser causador de problemas comportamentais no aluno, com repercussão direta na sua aprendizagem e consequentemente no seu aproveitamento escolar. O aspecto sociológico também surge como consequência negativa para a pessoa, pois tendem a ser ou a sentir-se excluídos, voluntária ou involuntariamente.
Não está relacionado com falta de inteligência nem com preguiça!
Embora este distúrbio seja muito comum, há ainda muitas ideias erradas sobre o mesmo.
Para combater défice de atenção na escola importa, antes de mais compreender o que é que ele não é. O défice de atenção não é falta de inteligência; e também não é preguiça!
O facto de muitas vezes os alunos com défice de atenção não cumprirem determinadas tarefas leva a que sejam mal interpretados pelos colegas, pelos professores ou até pelos pais, ao passarem muitas vezes por preguiçosos ou rebeldes.
Na verdade, o mau comportamento pode ser apenas um sintoma de que o aluno se encontra em sofrimento por não ser capaz de se concentrar, e um pedido de ajuda para que os seus educadores lhe apresentem estratégias de aprendizagem que vão ao encontro das suas reais necessidades.
Como identificar quem sofre de défice de atenção
Aqui ficam algumas características comuns a quem sofre de défice de atenção:
- Aparente desinteresse e apatia do aluno em relação ao conteúdo da aula;
- Elevada propensão para “sonhar acordado” durante as aulas;
- Ritmo de trabalho lento;
- Tendência para entregar trabalhos incompletos;
- Desorganização dos seus espaços de trabalho;
- Esquecimento frequente de materiais escolares;
- Incumprimento de prazos de entrega de trabalhos;
- O aluno parece não estar a ouvir mesmo que se fale diretamente com ele;
- Relutância em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental contínuo (como trabalhos escolares ou trabalhos de casa);
- Estado de ansiedade frequente;
- Problemas de comunicação;
- Comportamento inadequado;
- Agitação constante dos membros inferiores e superiores;
- Baixa autoestima.
O que fazer se descobrir que uma criança sofre de défice de atenção na escola?
Se suspeita de que uma criança poderá sofrer deste distúrbio, converse com os responsáveis escolares, com os professores e com o médico da criança sobre como encontrar uma solução apropriada.
Procurar um psicólogo infantil
Uma forma comum de combater défice de atenção na escola poderá passar por marcar uma consulta com um psicólogo infantil, que poderá identificar com precisão o problema e acompanhar na busca da resposta que a criança deverá colocar em prática para ultrapassá-lo, ou pelo menos para minimizar o impacto do défice de atenção na sua vida escolar e pessoal.
Intervenção dos pais junto dos filhos
Cabe aos pais um papel importante e interventivo nestes casos. Aconselha-se a que conversem com os seus filhos sobre o assunto, de modo a que percebam que não estão a fazer nada de errado, e dar a entender que existem mudanças comportamentais que podem resolver o problema.
Intervenção dos professores junto dos alunos para combater o défice de atenção na escola.
Os professores podem e devem intervir sempre que se encontrem perante um aluno que pareça apresentar défice de atenção. Eis algumas das estratégias que é recomendável adotar na sala de aula:
- Sentar os alunos com défice de atenção na primeira fila na sala de aula de modo a minimizar as distrações que possam ocorrer;
- Estender o tempo normal para a execução de testes de avaliação. Estes alunos normalmente precisam de mais tempo para concluir os testes;
- Juntar esses alunos a outros na mesma mesa ou no mesmo grupo de trabalho, que ficam encarregados de lhes lembrar dos compromissos relacionados com entrega de trabalhos;
- Estabelecer rotinas de sala de aula poderá ajudar os alunos com défice de atenção a permanecerem mais tempo focados no conteúdo da aula. As rotinas podem passar por: trabalhos de casa sempre escritos no quadro, sumário da aula sempre redigido no quadro por um aluno diferente em cada aula, escolhido de forma aleatório, etc;
- Elogiar os comportamentos positivos. Dessa forma o aluno aprenderá a valorizar o tipo de comportamentos que mais o beneficiam;
- Em vez de punir o aluno, o professor deverá dar-lhe espaço para realizar todas as atividades lúdicas a que tem direito. Usar o tempo de recreio para outra coisa que não seja deixá-lo entregue a essas mesmas atividades lúdicas poderá ser contraproducente.
É sempre fundamental envolver a família do aluno, numa atitude colaborativa, e alertar para aquilo que vem sendo observado na sala de aula, sem fazer diagnósticos precipitados.
Como seres humanos, os nossos níveis de atenção e concentração variam em função de inúmeros fatores: stress, cansaço, problemas emocionais, bullying, entre muitos outros.
Só é possível combater défice de atenção na escola com uma intervenção coordenada!