Comprar ações tem riscos, é indubitável. Mas também é certo que quanto maior for o risco, maior é a possibilidade de retorno. O segredo está em adotar uma estratégia e saber como comprar ações.
Segundo o Banco de Portugal, as ações (títulos) são “ativos financeiros negociáveis” que representam uma parte do capital social de uma sociedade anónima.
O rendimento obtido com as ações depende da evolução da sua cotação, do seu preço ao longo do tempo, mas também de outros eventos na sociedade, como a distribuição de dividendos.
Ou seja, investir em ações é investir numa empresa. Ao comprar ações, estará a tornar-se acionista ou proprietário de uma parte de uma empresa.
Vantagens e desvantagens de investir em ações
É um investimento com riscos e de médio a longo prazo, uma vez que o investimento em ações não garante o reembolso de capital aplicado.
São ativos cujo preço está sujeito a constantes mudanças, sendo determinado pelo mercado, com base na oferta e procura. Se existirem muitos compradores interessados numa determinada ação, o seu preço tende a subir. Se existirem mais vendedores do que compradores, o preço da ação pode cair.
Portanto, os investidores que não queiram estar propensos a tais riscos ou pretendam investir a curto prazo não devem comprar ações. A opção deve recair sobre outros produtos financeiros, como depósitos a prazo ou certificados do tesouro.
Quem pensa a longo prazo deve saber como comprar ações para garantir que o investimento vai gerar mais dinheiro. Veja o nosso guia para comprar ações.
Como comprar ações: guia essencial
Analisar a empresa
Ainda antes de saber como comprar ações de uma empresa, o investidor deve informar-se sobre a mesma. Analise informações como a saúde financeira, o crescimento de receita, os lucros e o valor das ações ao longo do tempo, assim como o setor em que se insere e a concorrência. Poderá ainda analisar as últimas notícias sobre a empresa.
Desta forma, conseguirá determinar se a cotação das ações é atrativa e se vale a pena investir.
Contactar o banco ou sociedade corretora
As únicas entidades que, em Portugal – autorizadas pela CMVM (Comissão de Mercado de Valores Mobiliários) –, têm acesso direto ao mercado bolsista são os bancos e as corretoras.
Estes – nas agências, por Internet ou telefone – abrem uma conta e indicam as seguintes informações:
- A opção é por compra ou venda;
- O nome da ação;
- A bolsa de cotação;
- O número de ações que o investidor pretende adquirir;
- A validade da ordem (um dia, uma data específica, etc.);
- As condições de preço;
- O valor máximo até ao qual deseja adquirir (não obrigatório, mas serve de proteção caso, por exemplo, o valor das ações suba repentinamente).
É importante saber que da transação terá de depositar junto do intermediário financeiro a quantia que pretende investir. Toda esta informação é recolhida pelo mercado. Assim que outro investidor esteja disposto a vender as suas ações pelo preço previamente estabelecido, as ações mudam de investidor, ou seja, são tituladas na carteira do novo investidor.
Recorde ainda que as Bolsas de Valores funcionam de segunda a sexta-feira, mas os horários variam. Por exemplo, a Bolsa de Lisboa funciona das 8h00 às 16h30. Já a Bolsas de Valores norte-americanas NASDAQ e NYSE funcionam das 14h30 às 21h00, na hora portuguesa.
Como comprar ações: bancos ou corretoras?
Os intermediários – bancos, corretoras ou plataformas de investimentos – cobram comissões. Assim, é importante comparar as comissões cobradas para optar pelo intermediário mais barato:
1 – Se optar por uma corretora para negociar em bolsa: terá apenas de abrir uma conta-títulos, na qual deposita o dinheiro que pretende investir e que funciona como uma conta à ordem normal. Utilizar uma sociedade corretora é mais rápido, no entanto, não se esqueça de verificar se tem licença para realizar este tipo de operações financeiras e se pratica uma comissão atrativa.
2 – Se abrir conta num banco: a conta-títulos onde são depositadas as ações fica associada à sua conta à ordem, mas com um número diferente, ou seja, caso não seja cliente do referido banco, terá de abrir duas contas para poder começar a negociar em bolsa.
3 – Se preferir uma plataforma digital, como a Vivid, Interactive Brokers, a DEGIRO, a XTB ou a eToro, para comprar ações: terá de fazer o download da app e registar-se, selecionar o método de pagamento, pesquisar na plataforma quais as ações disponíveis para compra e dar ordem ao mercado. Nestas plataformas é possível organizar os investimentos e consegue aceder em qualquer hora e em qualquer lugar a toda a informação.
Proceder ao investimento
Agora que já possui uma conta-títulos, já pode dar ordens de compra ao seu intermediário, através da plataforma online do seu banco ou corretora (como referido, também o poderá fazer por telefone ou presencialmente).
Pode fazê-lo individualmente ou coletivamente, através de um fundo de investimento de ações (ideal para os investidores menos experientes, mas implica o pagamento de comissões, concretamente percentagens do dinheiro sobre gestão).
Não há limite mínimo para investir na Bolsa, mas as ordens de compra ou venda têm custos (online são inferiores). Consulte o preçário antes de proceder à compra ou venda. Recorde-se que a venda de ações tem de ser ser declarada no IRS.
Acompanhar o investimento
Depois de realizado o investimento, deve acompanhar atentamente a evolução da cotação dos títulos adquiridos e todas as informações importantes sobre a atividade das empresas que constituem a carteira de ações.
O acompanhamento das cotações das ações pode serfeito gratuitamente, nos sites dos bancos e das corretoras – nacionais e estrangeiras –, bem como as principais notícias sobre as empresas. No entanto, ainda que o possa fazer nos referidos sites, é igualmente conveniente manter-se informado sobre a atividade das empresas.
Consulte com alguma regularidade o site da CMVM, onde as sociedades cotadas em Portugal estão obrigadas a difundir, em primeiro lugar, todas as informações relevantes sobre a sua atividade, nomeadamente: os resultados trimestrais, semestrais e anuais, as alterações importantes na estrutura acionista, as datas de pagamento de dividendos, eventuais anúncios de aumentos de capital, notícias sobre a evolução dos seus negócios (compras e alienações de ativos), esclarecimentos sobre notícias eventualmente publicadas na imprensa, entre outros.
Artigo originalmente publicado em julho de 2019. Última atualização em janeiro de 2024.