Share the post "Como conduzir um carro automático: especificidades e cuidados"
Neste artigo vamos explorar as diferenças entre caixas de velocidades manuais ou automáticas e os cuidados a ter com estas últimas. Desta forma, irá perceba qual a melhor opção para si e, também, como conduzir um carro automático da melhor forma.
Optar por um carro automático é uma tendência que tem vindo a ganhar adeptos, sendo cada vez mais os condutores a aderir à caixa de velocidades automática.
É, portanto, importante conhecer as especificidades das caixas automáticas e que diferenças existem para as manuais. Para além disso, debruçamo-nos sobre os cuidados a ter para uma condução segura em carros automáticos.
Especificidades da caixa de velocidades automática
A evolução tecnológica das caixas de velocidades tem permitido que o seu uso esteja a crescer exponencialmente. Se antes a caixa de velocidades automática estava disponível (e apenas como opção) apenas em veículos de luxo e SUV de segmento elevado, atualmente já é uma tecnologia que se estendeu a modelos mais acessíveis.
Mais ainda, algumas marcas já abandonaram por completo as caixas manuais.
O que significa, exatamente, uma caixa de velocidades automática
Como o próprio nome indica, trata-se de uma transmissão que seleciona de forma automática a mudança mais adequada para o momento. Assim, liberta o condutor da necessidade de mudar de velocidade manualmente e pisar a embraiagem sempre que pretende mudar de mudança.
O seu uso facilita a condução e aumenta o grau de conforto da mesma.
Tipos de caixas de velocidades automáticas
Existem quatro tipos de caixas de velocidades automáticas. A mais tradicional utiliza um conversor de binário, mas são cada vez mais populares as chamadas caixas “de dupla embraiagem”.
Também há as denominadas “CVT”, que recorrem a um sistema de variação contínua idêntico ao que podemos encontrar numa ‘scooter’, ou seja, tipo “acelera”.
Por último, as manuais pilotadas. São basicamente idênticas a uma caixa manual, exceto no facto de utilizarem tecnologia que gere automaticamente (pilota) a função da embraiagem e executa, também de forma automática, o movimento da troca de mudança.
A verdade é que o excelente nível de desempenho alcançado pelas caixas automáticas está a provocar o lento desaparecimento das caixas manuais. Por exemplo, na Mercedes-Benz, já só na gama Classe A ,e apenas nas motorizações base, é que é possível dispor de caixa manual. Em todos os restantes só estão disponíveis caixas automáticas. Sinais dos tempos.
A explicação é simples: a evolução da tecnologia não só permitiu melhorar o conforto de utilização (é só acelerar e travar, especialmente desejável no para-arranca das cidades), como também a eficiência (menores consumos e emissões) e performance (mais rápidos em aceleração e recuperações).
Diferenças entre caixa manual e automática
Antes de explicar em concreto como conduzir um carro automático importa conhecer as diferenças entre estes dois tipos de caixas de velocidade. Naturalmente, um conhecimento sobre o funcionamento da caixa irá permitir uma maior familiaridade com a sua utilização e, consequentemente, condução.
Caixa de velocidades manual
Esta é a chamada caixa em ‘H’ e hoje em dia têm 5 ou 6 velocidades (7 velocidades no Porsche 911). A caixa manual implica sempre a utilização da embraiagem e do seletor para mudarmos de mudança.
Neste seguimento, podemos controlar facilmente a resposta do motor e gerir o nosso tipo de condução, porque a mudança de velocidade depende sempre do condutor. Para além disso, a mecânica é mais simples e, por isso, a manutenção é mais económica face a uma caixa de velocidades automática.
Normalmente, o preço de um carro com caixa de velocidades manual é inferior ao preço de um carro com caixa de velocidades automática, o que, para muitos condutores, constitui uma vantagem.
Mais ainda, podemos controlar melhor os consumos, porque cabe ao condutor decidir quando troca de velocidade.
Caixa de velocidades automática
No caso das caixas automáticas, encontramos várias opções, entre elas: automatizada/robotizada; automática tradicional; variação contínua (CVT) ou dupla embraiagem.
Um grande diferença dos carros automáticos prende-se com a inexistência do pedal de embraiagem. Nestes casos, apenas existem os pedais de travão e acelerador.
As caixas de velocidades automáticas variam no números de velocidades que têm, mediante as marcas e modelos. Contudo, o mais normal é terem entre 6 a 9 velocidades. Para além disso, por norma o seletor tem quatro posições:
- P (parque);
- R (marcha-atrás);
- D (carro engatado);
- N (ponto morto).
Uma vez selecionada a posição D, a mudança de velocidade é feita de forma automática (a não ser que tenhamos patilhas no volante), sem intervenção do condutor.
As caixas de velocidades automáticas têm, na sua maioria, um escalonamento variável para a troca de mudanças. Ou seja, se carregarmos muito no acelerador,a troca de relação é retardada para oferecer a máxima potência, algo importante em carros de alta performance. Se a pressão no acelerador for reduzida, a troca de relação é feita na rotação “ótima” do motor.
Devido à gestão eletrónica, os consumos podem ser menores, uma vez que a gestão da rotação do motor é feita conforme o tipo de condução. Em condução mais calma, a caixa evita rotações elevadas por desleixo ou esquecimento.
Manutenção e preços
Contrariamente ao que acontece com as caixas de velocidades manuais, a mecânica de uma caixa de velocidades automática é mais complexa. Mais ainda, também o preço de um carro com caixa de velocidades automática é superior ao preço do mesmo carro com caixa de velocidades manual.
No entanto, os carros automáticos oferecem um maior conforto de utilização face aos de caixa de velocidades manual. Pelo facto de as caixas serem automáticas, deixamos de ter de nos preocupar com as passagens de caixa. Apenas temos de acelerar e travar.
Principalmente em cidade, estas são um grande descanso e desgastam muito menos quem está ao volante.
Siglas das caixas de velocidades automáticas
- P (Park – Parque): Posição quando estacionado.
- R (Reverse): Fazer marcha atrás.
- N (Neutral): Ponto morto.
- D (Drive): Conduzir ou Avançar.
Além destas, também existem as posições numeradas: 1(L), 2, 3, etc. Estas são mais utilizadas nas caixas de velocidades mais antigas e servem para escolher um regime particular em situações especificas.
Como conduzir um carro automático: cuidados a ter
Conduzir um carro com caixa automática não é difícil, apenas implica um período de adaptação. Usa-se normalmente a posição D para conduzir, salvo algumas situações que já foram mencionadas.
Para por o veiculo a trabalhar e retirar da posição P é necessário colocar o pé no travão, mudar para a posição D, e o pé sai do travão e vai para o acelerador. Basta tirar o pé do travão e o carro começa a andar, a partir deste ponto basta conduzir o carro.
Apesar de não existir um consenso acerca do que fazer em paragens pontuais, por exemplo um sinal vermelho, há quem defenda que o mais aconselhável é colocar na posição N (ponto morto). Assim, poupa-se combustível e evita-se que o motor esteja em esforço (está sempre pronto a andar; quando se retira o pedal do travão o carro começa de imediato a avançar).
Pé esquerdo “imobilizado”
Nos carros automáticos só existem dois pedais, um para acelerar e outro para travar. Uma vez que é impossível usar ambos em simultâneo, usa-se apenas o pé direito para conduzir.
O hábito pode fazer usar o pé esquerdo, o que pode sem intenção levar a uma travagem indesejada. Assim, é preciso ter cuidado e atenção, até porque o pedal de travão é bastante maior que o dos carros convencionais.
A nossa sugestão é que deixe o pé esquerdo “esquecido” no apoio para o respetivo pé, ao lado do pedal do travão.
(P)arque não é travão de mão
Continua a existir travão de mão. Utiliza-se a posição P (de Parque) para substituir o travão de mão, mas deve-se recorrer (especialmente em subidas) ao tradicional travão de mão, para evitar o sofrimento desnecessário da transmissão.
Em paragens longas é aconselhável colocar em N.
Não se deve trocar de posição em movimento
Para passar de P a D, o carro deve estar parado. O mesmo deve ser tido em conta para o colocar em marcha atrás. As mais recentes caixas automáticas nem permitem a mudança quando o veiculo está em movimento, mas os mais antigos permitem isso.
No entanto, fazê-lo implica exercer mais pressão devido a um excesso de força que é prejudicial.
Posição S e W
Em algumas transmissões automáticas, há uma posição S. É usada para um modo de condução desportivo (S de Sport, ou manual), logo uma condução mais dinâmica.
Outros têm um botão W (W de Winter – Inverno) para condução em condições de reduzida aderência, como neve, gelo ou piso molhado.
Nestas condições, o arranque é normalmente feito com uma velocidade acima (normalmente, segunda) para não perder tração e derrapar.
Botão de desbloqueio
A alavanca de uma caixa automática conta com um botão que a desbloqueia para selecionar o modo de condução. Deve ficar claro que, mesmo com o motor ligado, não podemos ir direto de P para R se o carro não for parado primeiro, e também completamente.
Caixas com patilhas
Alguns modelos também possuem comandos no volante ou atrás do volante para mudanças sequenciais (há caixas com até 9 velocidades). Estes permitem um comando “manual” da caixa de velocidades, dispensando assim o pedal de embraiagem.
Óleo da caixa de velocidades
Tal como o faz com o óleo do motor, deve também verificar-se regularmente o óleo da caixa. Deve respeitar os intervalos marcados pelo fabricante e usar um lubrificante adequado.
Atenção ao reboque
Se tiver de recorrer a um reboque, certifique-se que deixa o carro em ponto morto, tal como num carro de mudanças manuais. Caso contrário, pode causar uma avaria realmente dispendiosa.