Marta Maia
Marta Maia Em co-autoria com: Mafalda Lopes
19 Set, 2024 - 16:00

Como criar um fundo de emergência: guia passo a passo

Marta Maia Em co-autoria com: Mafalda Lopes

Saber como criar um fundo de emergência é essencial para se proteger de imprevistos. Veja o guia a passo a passo e comece a poupar já hoje.

Se há uma certeza que temos é de que a vida está repleta de imprevistos. O problema está quando as nossas finanças familiares e pessoais não conseguem acompanhar esses imprevistos e emergências que acontecem na nossa vida. Por isso, criar um fundo de emergência para a sua família tem caráter urgente. É caso para dizer: “não deixe para amanhã o que pode fazer hoje”.

Como sabemos, nem sempre é fácil poupar e constituir um fundo de emergência, por isso, neste artigo damos-lhe algumas dicas de como criar e manter um.

O que é um fundo de emergência?

Com certeza que quando ouve falar de “fundo de emergência” pensa: “mais um investimento que tenho que fazer”.

Na verdade, não será um investimento, mas sim uma poupança, pois o objetivo deste dinheiro que conseguirá poupar será guardá-lo e utilizá-lo nas chamadas “emergências”, seja para o arranjo do carro, compra ou reparação de algum eletrodoméstico, entre outros.

Um fundo de emergência é aquilo que chamamos de “pé de meia”. Ou seja, é uma reserva, uma “almofada” financeira que tem disponível para apagar algum “fogo” que possa surgir.

Qual a importância de ter um fundo de emergência?

Depois de todas estas explicações, a razão parece ser óbvia: não temos muito controlo sobre o futuro da nossa vida e qualquer ferramenta que nos ajude a contornar alguns dos nossos problemas e imprevistos será bem-vinda.

Por exemplo, um trabalhador independente tem uma situação de emprego com mais risco do que um trabalhador por conta de outrem. Contudo, o desemprego ou uma crise económica podem acontecer a qualquer um de nós.

Portanto, quanto mais preparados e estáveis estivermos, melhor. E é exatamente isso que o fundo de emergência nos possibilita: estarmos mais tranquilos com qualquer imprevisto que possa ocorrer, prevenindo-nos de ter que recorrer a créditos.

Como criar um fundo de emergência

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Faça as contas aos seus gastos

Este é um passo essencial para qualquer pessoa: independentemente de estar a querer saber como criar um fundo de emergência ou de até nem estar muito aflito com as suas finanças, é muito importante que conheça os seus hábitos e as suas despesas, para ter sempre noção de quanto precisa de ganhar para manter a vida que tem (ao mesmo tempo que também fica a saber qual o valor de despesas que não pode exceder para desequilibrar as contas do mês).

Assim, anote os valores que gasta todos os meses e em que é que eles são gastos. Considere as despesas fixas habituais – como a renda da casa, as contas domésticas ou o empréstimo do carro -, mas também as despesas mais pequenas, como os cafés que toma ou os jantares fora com os amigos.

O importante aqui é que o valor final seja o mais realista possível, ou seja, mais próximo do que gasta, no mínimo, todos os meses.

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Faça as contas ao seu salário

Tal como é importante saber quanto gasta, também é muito importante saber quanto ganha. Se quer saber como criar um fundo de emergência, tem de saber até onde consegue ir com as suas poupanças mensais.

O objetivo é retirar do seu salário o valor das despesas que costuma ter e ver, através do que resta, quanto consegue poupar por mês. Como não ganhamos todos o mesmo salário nem temos todos as mesmas despesas, é impossível alguém dizer-lhe quanto deve poupar por mês para ter um fundo de emergência: só quem ganha o dinheiro é que sabe quanto consegue dispensar.

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Faça as contas ao fundo de emergência

Tão importante como saber como criar um fundo de emergência é saber quão grande deve ser esse fundo. Como determinar o valor?

Na realidade há várias teorias sobre o assunto – há quem fale em três meses de rendimentos, seis meses ou até um ano. Na nossa opinião, o melhor é analisar, de forma racional, a sua posição familiar e profissional e somá-la à pessoal, porque o valor do seu fundo de emergência pode ter de variar consoante a fase da vida em que está.

Vamos simplificar: imagine que ganha 800 euros por mês, mas as suas despesas fixas são de apenas 400 euros mensais. Por outro lado, o seu vizinho ganha 2000 euros todos os meses, mas tem uma família grande e precisa de 1500 euros para sustentar a casa durante um mês. Acha que o seu fundo de emergência tem de ser do mesmo tamanho que o do seu vizinho? Claro que não.

O mesmo acontece com a situação profissional: dependendo da sua profissão, pode ter perspetivas diferentes em caso de desemprego. Profissionais de áreas com maior empregabilidade nunca esperam ficar muito tempo desempregados; já profissionais de áreas menos procuradas estão mais sujeitos a ficar muito tempo sem trabalhar.

Como é óbvio, uns e outros têm necessidades diferentes no que diz respeito ao valor do fundo de emergência.

De uma forma genérica, é aconselhável que o seu fundo de emergência seja suficiente para sobreviver, pelo menos, seis meses sem obter rendimentos e mantendo as despesas habituais. No entanto, se observar agravantes na sua situação familiar e profissional deve esticar um pouco esta referência.

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Ponha tudo numa conta à parte

Assim que decidir quanto vai poupar por mês e qual é o objetivo a atingir, abra uma conta no banco específica para a sua poupança. Claro que respeitar o dinheiro faz parte de saber como criar um fundo de emergência, mas a verdade é que muitas pessoas têm dificuldade precisamente nessa parte do processo.

Para se proteger da sua própria impulsividade, abra uma conta só para o seu fundo de emergência e mantenha-a a salvo de si mesmo: não ande com cartões associados a ela, não se permita fazer levantamentos e seja o mais rígido possível na definição do que é ou não uma emergência.

O tipo de conta que abre fica ao seu critério: no entanto tenha em atenção que algumas contas, nomeadamente alguns depósitos a prazo, não lhe permitem mobilizar o dinheiro a qualquer momento e isso pode ser um entrave em caso de urgência.

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Programe automaticamente a sua poupança

Não confie na sua memória para ir depositando a poupança na conta do fundo de emergência, por muito boa que ela seja. Os bancos já permitem programar depósitos e torná-los regulares, por isso aproveite esta funcionalidade: fica a salvo da sua preguiça, da impulsividade, das compras indevidas e até do esquecimento.

Queira ou não, o dinheiro desaparece da conta à ordem e vai para o fundo de emergência sem que precise da sua intervenção.

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Invista na rentabilização

Quem respeita de verdade o dinheiro sabe que quando este está parado desvaloriza. Depois de reunir o dinheiro de que precisa no seu fundo de emergência mantenha o seu esforço de poupança, mas aplique o dinheiro que lhe sobra ao fim do mês em produtos com maior rendibilidade.

Assim, vale a pena procurar formas de fazer render o dinheiro que tem guardado, seja em aplicações financeiras, fundos de investimento, ações, Certificados de Aforro (sobretudo agora que os juros estão altos) Vale tudo, desde que não “prenda” o dinheiro demasiado (porque nunca sabe quando pode precisar dele de repente).

Saber como criar um fundo de emergência não é muito diferente de saber como poupar. A diferença é que, no caso do fundo de emergência, o dinheiro não pode ser bloqueado e está a ser somado para um objetivo indefinido e até hipotético. Ainda assim, é verdade que todos devíamos ter uns euros de lado “para as ocasiões”, já que a vida pode ter grandes (e más) surpresas guardadas para qualquer um.

Artigo originalmente publicado em julho de 2019. Última atualização em setembro de 2023.

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