Escolher o infantário mais adequado para os seus filhos pode ser uma tarefa complicada. Além disso, antigamente parecia existir uma idade ideal para colocar os filhos em infantários (os 3 anos).
No entanto, os tempos mudaram e as necessidades também. Se há uns anos era comum as crianças ficarem com os avós ou com familiares próximos até alcançarem os 3 ou 4 anos, hoje o processo é um pouco diferente.
Tanto as circunstâncias como os tempos se modificaram e a verdade é que apesar de os infantários serem locais onde o risco de infeção e propagação de vírus é maior, são também sítios de aprendizagem cognitiva e lugares que permitem às crianças conhecerem várias realidades.
Por isso, se não tem como contornar esta situação, vamos dar-lhe uma preciosa ajuda. Fique atento a todas as questões a ter em conta na hora de escolher o infantário para o seu filho.
O que ter em conta no momento de escolher o infantário ideal
Escolher o infantário é provavelmente uma das decisões mais importantes que tem de tomar. Afinal, é no infantário que as crianças começam uma das etapas mais importantes da vida.
O momento de deixar um bebé ou um filho pequeno no infantário funciona como um ponto de viragem na vida de qualquer família. Seja um bebé de 5 meses ou uma criança de 3 anos, esta é uma decisão que nunca é tomada de ânimo leve.
Quando se aproxima o momento de escolher o infantário mais adequado, existem alguns fatores a considerar.
1. O espaço
Quando o assunto é a escolha do infantário para o seu filho, é extremamente importante que faça uma avaliação do espaço onde ele vai passar grande parte do dia.
Marque uma visita para que possa observar algumas características do espaço físico: se tem boas áreas, se a decoração é adequada para um ambiente infantil, se tem luz natural, se é arejado e se as áreas de brincar e de descanso têm aspetos que as distingam (falamos de cores mais suaves ou arrojadas, dependendo do espaço). Lembre-se que o espaço onde a criança irá estar diariamente é crucial para o seu desenvolvimento.
É normal que, no início do ano letivo, observe as paredes vazias sem muitos desenhos ou elementos decorativos e que, à medida que o ano vai decorrendo, elas se encham de acordo com os diferentes projetos. Por exemplo, na Páscoa irá observar trabalhos, desenhos e elementos construídos pelas crianças de acordo com a época. Tudo isto permitirá ao seu filho o reconhecimento dos espaços e épocas festivas, mantendo-os orgulhosos pelas suas obras primas.
Se vive numa zona em que há muita oferta, comece por confirmar se ainda existem vagas para conseguir reduzir a lista de infantários.
Durante a visita, deve ainda ter em conta os seguintes pormenores:
- Preste atenção à forma como educadores e auxiliares interagem com as crianças;
- Confirme se o espaço é limpo, amplo, cuidado e seguro;
- Esteja atento ao estado de conservação do espaço e dos objetos.
2. As atividades oferecidas
Atualmente, qualquer infantário tem horários e regras pré-estabelecidas, principalmente quando as crianças são muitas. Contudo, é essencial que, além dos momentos em que existem regras e às quais têm de obedecer (como os horários de descanso ou refeições), existam também atividades que promovam a criatividade.
Para além dos momentos em que as crianças têm, por exemplo, de ouvir uma história, é importante que sejam proporcionados também momentos “livres” em que os educadores dão liberdade criativa às crianças.
3. A afetividade entre os profissionais e as crianças
A afetividade entre os profissionais e as crianças é um fator de elevada importância quando tiver de escolher o infantário ideal.
Dirija-se ao local, observe a maneira como as crianças são tratadas e a forma como cada um dos profissionais interage com elas – esteja atento à maneira como cada profissional reage às birras, a pequenos acidentes ou até mesmo às manifestações de afeto das crianças.
É extremamente importante que se sinta totalmente à vontade para deixar o seu filho no infantário sem a preocupação de ele ser, ou não, bem tratado.
4. As refeições
Deve certificar-se de que a alimentação é adequada para o seu filho, não apenas em termos nutritivos, mas também da forma como ela é dada. Ou seja, verifique se o infantário promove o desenvolvimento da autonomia de cada criança, se os profissionais estão devidamente atentos às necessidades de cada um e, claro, como reagem às birras em pleno refeitório – onde muitas vezes, as crianças tentam mandar no adulto, insistindo que não comem a refeição.
Não estamos a dizer que é obrigatório comer tudo aquilo que está no prato, mas é sim essencial que o infantário seja um local de aprendizagem a todos os níveis.
5. A segurança
A segurança é um aspeto fundamental. Apesar de sabermos que nem sempre é possível prevenir todos os riscos sem que se prejudique a liberdade das crianças, existem alguns aspetos que podem e devem ser implementados nestes espaços.
Certifique-se que existem regras e atitudes que devem ser tomadas em caso de acidente ou qualquer tipo de emergência. Não tenha medo de deixar todos estes aspetos bem claros antes de inscrever o seu filho.
6. A localização
A localização do infantário é também um aspeto bastante importante. Se encontrou um infantário que corresponde a todas as características que sempre idealizou, mas que fica a muitos quilómetros de sua casa ou do seu trabalho, então, talvez não seja o infantário ideal. Deve pensar em fatores como o trânsito, por exemplo, que podem dificultar bastante o seu dia a dia.
É evidente que a educação do seu filho deve estar sempre em primeiro lugar, no entanto é essencial que avalie bem a localização do infantário que escolher.
7. Peça referências
Apesar de existirem bastantes artigos, fóruns ou até livros, o melhor é pedir a opinião de outros pais. Na hora de escolher o infantário, as referências de amigos e familiares são o fator mais tido em consideração. Peça-lhes feedback, converse abertamente sobre as suas opções, pergunte qual o infantário que mais recomendam e procure saber as razões que os levaram àquela escolha.
8. Informe-se sobre valores
Para muitos pais o preço da mensalidade é um dos aspetos menos importantes, mas que não deve ser descurado. Prepare um orçamento e uma lista de prós e contras para que tenha a exata noção do que pode precisar. Poderá escolher entre um infantário privado, público ou semi-público (IPSS) tendo em conta que, naturalmente, os custos de vão variar em função disso.
9. As perguntas certas
Não tenha receio de fazer perguntas sensíveis ou duras, tenha apenas o cuidado de avisar que vai avançar sem medos e, de seguida, sem pressas e filtros tire todas as suas dúvidas. Tome nota de algumas:
- Têm licença de funcionamento?
- Foi fiscalizada pelas autoridades competentes?
- Quando foi a última desinfeção?
- Encerram durante algum período? Porque razão?*
- Qual o número de crianças e adultos por sala?
- Qual é a formação de educadores e auxiliares? Fazem formação com frequência?
- Educadores, auxiliares e restantes funcionários são avaliados com frequência? Como?
- Têm funcionários com antecedentes criminais? Fizeram essa verificação?
- Qual é o valor da mensalidade? O que inclui?
- Qual é o horário? Existe prolongamento?
- Quem confeciona as refeições? Como variam as ementas?
- Há algum médico ou enfermeiro no infantário?
- Que atividades são realizadas com as crianças?
- Qual é metodologia de ensino?
- Com que periodicidade fazem obras de manutenção?
* Desconfie se o infantário não fechar em nenhum período. Pelo menos, para realizar o programa de desinfeção é necessário encerrar o espaço. Não apenas porque é muito difícil fazê-lo com as crianças no espaço, mas porque as regras de higiene e segurança não permitem.
10. Confie no seu instinto
Depois de tudo isto, que é sem dúvida importante, dê ouvidos ao seu instinto. Na maioria das vezes, não há nada como uma primeira impressão para nos livrar das dúvidas. Procure lembrar-se de questões importantes: como foi recebido; como sentiu o ambiente e as crianças; pareceu-lhe que a equipa é meiga com as crianças? É importante avaliar o espaço para perceber o cuidado que têm com as coisas e se tem as condições mínimas necessárias, mas dê especial atenção ao comportamento de quem vai cuidar do seu filho.