João Barbosa
João Barbosa
09 Jan, 2015 - 10:25

Como gerir o dinheiro depois do divórcio?

João Barbosa

O divórcio é uma das grandes causas de problemas financeiros das famílias portuguesas. Traz grandes desafios à gestão do dinheiro e provoca graves desafios na sua vida. Veja algumas ideias para melhor gerir o seu dinheiro nesta fase

Como gerir o dinheiro depois do divórcio?

O divórcio é uma etapa da vida que tem vindo a ser cada vez mais comum no mundo dito desenvolvido. Não nos vamos focar nos motivos ou nas suas causas mas tão-somente nos impactos financeiros que tem nas famílias. Sendo um momento de grande stress e muitas vezes envolto em confusão ou discussão, é importante seguir algumas regras ou dicas para proteger o seu dinheiro e a sua sanidade mental.
 

6 aspetos financeiros a considerar em caso de divórcio:

1. Diálogo!

É fácil dizer que as pessoas devem falar. Aliás, se o tivessem feito ao longo dos anos provavelmente teria sido evitado o divórcio. No entanto, feito o mal é importante resolver o problema com o mínimo impacto possível. Se não conseguirem chegar a um entendimento deverão encontrar um mediador que ajude nas questões da partilha dos bens e das responsabilidades.
 

Se o caminho é o divórcio, se não há volta a dar, terá de avançar para a divisão dos bens, do dinheiro e das responsabilidades o mais rapidamente possível. Este ponto assume-se como muito relevante no caso dos créditos.
 

2. Os créditos são dos dois:

Num casamento típico, o regime de partilha de bens é a comunhão de adquiridos. Neste contexto, todos os bens e respectivas responsabilidades (dívidas) são dos dois membros do casal. Para o bem e para o mal. Muitos casais separam-se e adiam as decisões de divisão de bens, o que acaba por gerar grandes complicações financeiras.
 

Sendo certo o divórcio terá de chegar a um acordo quanto à habitação e respectivo crédito (se existir). Os bancos costumam dificultar mas saiba que é possível passar a casa e o crédito para o nome de um dos membros do casal. Poderá haver algum ajuste no custo do financiamento mas… convém que o problema fique logo resolvido.
 

Quem fala de crédito habitação fala de créditos pessoais ou cartões de crédito. Já imaginou ver o seu salário penhorado porque o seu ex-companheiro continua a gastar dinheiro no cartão de crédito e deixou de o pagar? É algo muito comum… cancelem os cartões de crédito que têm em comum e contactem as financeiras para verem as estratégias a seguir. Um bom consultor financeiro poderá também ser uma boa ajuda para planear financeiramente o divórcio e os momentos a seguir.
 

3. Muito cuidado se tiverem filhos:

Em caso de divórcio, e no que toca às questões financeiras, importa considerar que os filhos e o seu afeto não devem ser comprados. A educação financeira é algo essencial na vida dos seus filhos, pelo que os pais devem chegar a um acordo e ser coerentes. De nada vale um Pai ser considerado o forreta enquanto o outro é o gastador ou o generoso. Nunca se esqueça que os filhos aprendem pelo exemplo e que é muito provável um pai consumista gerar um filho… consumista.
 

4. Um grande desafio para o orçamento:

O divórcio é uma das grandes causas de sobre endividamento pois representa um grande esforço no seu orçamento e é fácil perceber porquê. As receitas caem (muitas vezes para mais de metade) e as despesas mantêm-se (por vezes até aumentam). Se está a atravessar uma situação de divórcio, deverá parar e fazer um orçamento familiar rigoroso de modo a questionar-se sobre a lógica/razão de todas as despesas e pensar estratégias para as conseguir reduzir ou eliminar. Infelizmente, no curto prazo, a redução de custos acaba por ser a única solução para os problemas.
 

5. Não conte com a pensão…

Sendo a pensão de alimentos uma obrigatoriedade legal em caso de filhos em comum, é também uma grande dor de cabeça e foco de conflito. Para se proteger, deverá ter em consideração que a pensão deve ser validada por um juiz para evitar a tentação ou os descuidos no pagamento. Se tiver essa possibilidade, quando estiver a fazer o seu orçamento, tenha alguma cautela e procure rapidamente uma poupança pois com grande probabilidade a sua pensão irá atrasar-se… com alguma recorrência.
 

6. Veja os apoios ao seu dispor:

Um último ponto passa por conhecer nos organismos públicos e semi-públicos quais os apoios que tem ao seu dispor. Vá à Segurança Social, à Junta de Freguesia e às IPSS locais e veja como poderá ter apoio. Muitas vezes há vários apoios ao seu dispor… basta reclamá-los!
 
 
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